Quartzo de impacto – Wikipédia, a enciclopédia livre

Quartzo de impacto numa amostra da cratera de impacto da Baía de Chesapeake.

Quartzo de impacto é uma forma de quartzo que tem uma estrutura microscópica que é diferente do quartzo normal. Sob pressão intensa (mas temperatura limitada), a estrutura cristalina do quartzo deforma-se segundo certos planos no interior do cristal. Estes planos, que são visíveis como linhas ao microscópio, são chamados estruturas de deformação planar (EDPs), ou lamelas de choque.

Descoberta[editar | editar código-fonte]

O quartzo de impacto foi descoberto após testes subterrâneos de armas nucleares, os quais produziam as pressões intensas necessárias à sua formação.[1][2][3] Eugene Shoemaker mostrou que o quartzo de impacto é também encontrado no interior de crateras criadas por impactos de meteoros, como a cratera de Barringer.[4] A presença de quartzo de impacto prova que estas crateras foram formadas por um impacto: um vulcão não geraria a pressão necessária.

Prevalência[editar | editar código-fonte]

O quartzo de impacto é encontrado em todo o mundo, no limite K-T entre rochas do Cretácico e do Terciário. Trata-se de uma evidência adicional (além do enriquecimento em irídio) de que a transição entre as duas eras geológicas foi provocada por um grande impacto. Apesar do quartzo de impacto ter sido reconhecido apenas recentemente, Eugene Shoemaker encontrou-o em blocos de rocha usados em construções na localida bávara de Nördlingen.[5]

Estrutura[editar | editar código-fonte]

O quartzo de impacto está associado a dois polimorfos de sílica de alta pressão: coesite e stishovite. Estes polimorfos têm uma estrutura cristalina diferente da do quartzo normal. Mais uma vez, esta estrutura só pode formar-se sob pressão intensa, mas com temperaturas moderadas. Altas temperaturas recozeriam o quartzo, o que o regressaria à sua forma normal. A coesite e a stishovite são também indicadores de impacto (ou explosão nuclear).

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. P. W. Layer, 2000.
  2. A. J. Lussier, 2017.
  3. S. E. Roberts et al., 2019.
  4. Eugene M. Shoemaker (1959). «Impact mechanics at Meteor crater, Arizona». U.S. Atomic Energy Commission Open File Report 
  5. Sam Wise (5 de fevereiro de 2008). «The scientific tourist #6 — nothing but rim!». Consultado em 14 de outubro de 2008. Arquivado do original em 6 de janeiro de 2009