Quantização (física) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Em física, uma quantização é um procedimento matemático que atribui um valor específico a um sistema físico; assim contrariando a ideia de que determinadas unidades, como energia e carga elétrica, eram continuas.

Definição formal[editar | editar código-fonte]

Concretamente dada a descrição hamiltoniana de um sistema clássico mediante uma variedade simplética pode ser definida[1] formalmente o processo de quantização como a construção de um espaço de Hilbert tal que ao conjunto de magnitudes físicas ou observáveis medíveis no sistema clássico se assinala um conjunto de observáveis quânticos ou operadores auto-adjuntos tais que:

  1. Os operadores de posição e seus momentos conjugados atuam irreduzivelmente sobre .

Onde é a aplicação identidade sobre o espaço de Hilbert assinado ao sistema, é o parênteses de Poisson e é o comutador de operadores.

Pelo teorema de Stone-von Neumann a condição (5) implica que os graus de libertade de deslocamento nos obrigam a tomar e um operador é multiplicativo e outro derivativo. Assim usam-se a representação em forma de função de onda em termos das coordenadas espaciais:


Usa-se a representação em forma de função de onda em termos das coordenadas de momento conjugado:


Sistemas quantizáveis[editar | editar código-fonte]

Um sistema hamiltoniano clássico definido sobre uma variedade simplética se chama quantizável se existe um -fibrado principal e uma 1-forma sobre , chamada variedade de quantização, tal que:

  1. é invariante sob a ação de

Um resultado recolhido em Steenrod 1951 implica que uma variedade é quantizável se a segunda classe de co-homologia satisfaz certa propriedade:

é quantizável se e somente se ,

ou seja, a integral da forma simplética integrada sobre uma variedade compacta de dimensão 2 é um número inteiro multiplicado pela constante de Planck. É mais naqueles casos em que existe mais de um modo de quantizar um sistema clássico, as diferentes quantizações podem classificar-se de acordo com a forma de

Primeira quantização[editar | editar código-fonte]

Os procedimentos de primeira quantização são métodos que permitem construir modelos de uma partícula dentro da mecânica quântica a partir da correspondente descrição clássica do espaço de fases de uma partícula.

  • A quantização canônica, é um procedimento informal que assinala a magnitude física expressável em termos das coordenadas canônicas do sistema clássico, um operador obtido por substituição direta das variáveis canônicas por operadores hermíticos Pi e Qi que satisfazem as relações [Qi,Pi] = ih/2π, [Qi,Qj] = 0, [Pi,Pj] = 0 e [Qi,Pj] = 0.
  • A quantização de Weyl, é um procedimento para construir um operador hermítico sobre o espaço para um sistema cujo espaço de fases clássico tenha uma topologia . Esta técnica foi descrita pela primeira vez por Hermann Weyl em 1927.

Segunda quantização[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Segunda quantização

Os procedimentos de segunda quantização são métodos para construir teorias quânticas de campos a partir de uma teoria clássica de campos.

  • Quantização canônica, é uma extensão do procedimento de quantização canônica empregado na primeira quantização mas estendido neste caso a mais de uma partícula.
  • Quantização canônica covariante.
  • Quantização mediante integrais de caminho, proposto por Feynmann e Kac que depende de construir uma medida cotada em um espaço de Hilbert a partir do funcional de ação.
  • Quantização geométrica.
  • Aproximação variacional de Schwinger.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Abraham & Marsden, 1985.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Abraham, R. & Marsden (1985): Foundations of Mechanics, ed. Addison-Wesley, ISBN 0-8053-0102-X.
  • M. Peskin, D. Schroeder, An Introduction to Quantum Field Theory (Westview Press, 1995) [ISBN 0-201-50397-2]
  • Weinberg, Steven, The Quantum Theory of Fields (3 volumes)
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