Químico – Wikipédia, a enciclopédia livre

Alfred Nobel, químico que inventou a dinamite e criador do Prêmio Nobel

Químico é um profissional treinado no estudo das diversas ciências químicas.[1] Os químicos estudam a composição, e as transformações da matéria e suas propriedades, tais como a densidade e acidez. Descrevem cuidadosamente as propriedades por eles estudadas em termos de quantidade, com detalhes sobre o nível de moléculas e átomos que os compõem. Medem proporções de substâncias, as taxas de reação e demais propriedades químicas.[2]

Os químicos determinam a composição e as propriedades de substâncias desconhecidas, e estão preparados para reproduzir e sintetizar grandes quantidades de substâncias úteis que ocorrem naturalmente, criar novas substâncias artificiais e processos úteis. Os químicos podem se especializar em qualquer subdisciplina da química. Cientistas de materiais, metalúrgicos e bioquímicos compartilham muito da mesma educação e habilidades dos químicos. O trabalho de químicos é muitas vezes relacionado ao trabalho dos engenheiros químicos, que são principalmente preocupados com o desenvolvimento de projetos industriais adequados, construção e avaliação de plantas mais rentáveis para a fabricação em larga escala de produtos químicos. Os químicos trabalham em estreita colaboração com a indústria no desenvolvimento de novos processos e métodos para a fabricação em escala comercial de produtos químicos e produtos relacionados.

História[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: História da química

As raízes da química podem ser atribuídas ao fenômeno de queima. O fogo era uma força mística que transformava uma substância em outra e de interesse primordial para a humanidade. A utilização do fogo levou à descoberta do ferro, do vidro e do ouro: este último tornou-se um metal precioso e logo muitas pessoas estavam interessadas em encontrar um método para transformar outras substâncias nele. Isto levou ao desenvolvimento da protociência chamada alquimia. A palavra químico é derivada do neolatim chimista, uma abreviação de alchimista (alquimista). Os alquimistas descobriram muitos processos químicos que levaram ao desenvolvimento da química moderna e esta química como se conhece hoje, foi concebida especialmente por Antoine Lavoisier com a sua lei da conservação de massa de 1783. As descobertas dos elementos químicos possuem uma longa história e culminou na criação da tabela periódica por Dmitri Mendeleev. O Prêmio Nobel de Química, criado em 1901, forneceu uma excelente visão geral sobre as descobertas em química desde o início do século XX.

Antoine Lavoisier
(1743–1794)
é considerado
"o pai da química
moderna".

Muhammad ibn
Zakariya ar-Razi

(Rasis), químico persa
e um dos alquimistas
mais famosos:
descobriu o processo
de preparar álcool,
isolou muitas
substâncias, produziu
muitos medicamentos
e descreveu muitos
instrumentos
de laboratório.
Dmitri Mendeleiev
(1834-1907) criador
da primeira versão
da tabela periódica.
Pierre e Marie Curie
físicos-químicos
que, em suas
pesquisas com o
mineral pechblenda,
descobriram
os elementos
rádio e polônio.[3]

Educação e Profissões da Química[editar | editar código-fonte]

Cargos para exercer a função de químico exigem ao menos o diploma de nível superior, mas muitas posições, especialmente aquelas em pesquisa, exigem o doutorado. As graduações relacionadas aos profissionais da química enfatizam grande carga horária em disciplinas da matemática (cálculo diferencial, cálculo integral, geometria analítica) e física (mecânica, termodinâmica, eletricidade e óptica) em parte porque a química é tida como a "Ciência Central", assim profissionais da química devem ter um amplo conhecimento sobre ciências. Na pós-graduação (mestrado e doutorado), os estudantes se especializam em um campo especial. As áreas de especialização incluem a bioquímica, a química nuclear, química orgânica, química inorgânica, química de polímeros, química analítica química teórica, química quântica, química ambiental, físico-química, química de materiais entre outras. Experiência de pós-doutorado pode ser necessária para determinadas posições.

Trabalhadores cuja atividade envolve as ciências químicas, mas não necessitam de curso de nível superior, são referidos como técnicos químicos. Os técnicos em química atuam em trabalhos de análises de amostras, controle de qualidade em laboratórios entre outros.

No Brasil, atualmente são considerados profissionais da Química, com registro nos Conselhos Federais e Regionais de Química:

Empregabilidade[editar | editar código-fonte]

As principais frentes de trabalho para os profissionais da química são as instituições de ensino, a indústria, e os laboratórios de pesquisa.

A química está dividida em várias sub-disciplinas, mas existem também vários campos interdisciplinares e campos especializados. Há uma grande interface entre os diferentes ramos da química com outras áreas científicas como biologia, medicina, física, radiologia, farmácia, nutrição e engenharia, ampliando consideravelmente o campo de atuação do químico:

Profissional químico preparando célula de combustível para testes.
  • Química analítica: análise de amostras de determinado material para compreensão de sua composição química e estrutura. As metodologias da química analítica podem ser usados ​​em todas as subdisciplinas de química, excluindo os estudos puramente teóricos;
  • Bioquímica é o estudo dos produtos, reações e interações que ocorrem em seres vivos. A química orgânica e a bioquímica estão intimamente relacionadas, por exemplo, na química medicinal;
  • Química medicinal é a ciência envolvida no projeto, síntese e desenvolvimento de fármacos; envolve a identificação, síntese e desenvolvimento de novas entidades químicas adequadas para uso terapêutico; inclui o estudo de drogas existentes, suas propriedades biológicas e a relação estrutura-atividade (REA);
  • Química orgânica é o estudo da estrutura, propriedades, composição, mecanismos e reações de compostos orgânicos. Os químicos orgânicos também podem se especializar em purificação e separação de compostos orgânicos.

As áreas citadas acima são as principais em empregar profissionais da química. Outros campos incluem a química atmosférica, química de alimentos, cosmetologia, engenharia química, quimioinformática, eletroquímica, ciências ambientais, química forense, geoquímica, química verde, ciência dos materiais, ciências médicas, biologia molecular, genética molecular, nanotecnologia, química nuclear, enologia, química de organometálicos, petroquímica, farmacologia, fotoquímica, fitoquímica, química dos polímeros, química supramolecular e química de superfície.[4]

Papel dos profissionais da química[editar | editar código-fonte]

O profissional da química é um cientista experimentador. O químico Michael Faraday foi por esta razão chamado de "o príncipe dos experimentadores". Hervé This recorda no seu livro, La sagesse du chimiste[5] a frase de Lavoisier que definem o papel dos profissionais da química: "Nunca concluir além de que as experiências mostram".

Honrarias e prêmios[editar | editar código-fonte]

A maior honraria concedida aos químicos é o Nobel de Química, concedido desde 1901, pela Academia Real das Ciências da Suécia.[6]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Químico». Dicio. Consultado em 2 de janeiro de 2023 
  2. «Química». Guia do Estudante 
  3. Max Altman (abril de 2015). «1902 – Pierre e Marie Curie isolam o elemento rádio». História Ciências Saúde Manguinhos. Consultado em 9 de dezembro de 2019 
  4. Conselho Regional de Química - O que faz um químico?
  5. Hervé This, La sagesse du chimiste, citação na p.48.
  6. «The Nobel Prize In Chemistry». NobelPrize.org 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]