Pterossauro – Wikipédia, a enciclopédia livre

Pterossauro
Intervalo temporal:
Triássico SuperiorCretáceo Superior
228–66 Ma
Uma amostra de vários pterossauros
Classificação científica e
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Clado: Ornithodira
Clado: Pterosauromorpha
Ordem: Pterosauria
Kaup, 1834
Subgrupos[1][2]
Distribuição de locais de fósseis de Pterosauria. As espécies coloridas ou nomes de gêneros correspondem ao seu grupo taxonômico. Adaptado de Witton (2013).[3] Grupos taxonômicos baseados em Unwin et al. (2010).[4]

Os pterossauros constituem uma ordem extinta da classe Reptilia (ou Sauropsida), que corresponde aos répteis voadores do período Mesozóico. Embora sejam seus contemporâneos, estes animais não eram dinossauros.[5] O grupo surgiu no Triássico Superior e desapareceu na Extinção do Cretáceo-Paleogeno, há aproximadamente 66 milhões de anos. Os primeiros pterossauros tinham mandíbulas cheias de dentes e uma cauda longa, enquanto que as espécies do Cretáceo quase não possuíam dentes numa mandíbula que parecia um bico e a cauda estava bastante reduzida. Alguns dos melhores fósseis de pteurossauros vêm do planalto de Araripe no Brasil.

O primeiro fóssil de pterossauro foi descrito em 1784 pelo naturalista italiano Cosimo Collini, que os interpretou como sendo de um animal aquático. Somente em 1809 Georges Cuvier faria a correção ao trabalho de Collini, afirmando tratar-se de um réptil voador, cuja asa era uma membrana corporal em conexão com os dedos da pata anterior, característica esta, que fez Cuvier denomina-lo pterodáctilo (do grego ptero = asas e dáctilo = dedos).[6]

As asas dos pterossauros eram constituídas por membranas dérmicas, fortalecidas por fibras, ligadas a partir do quarto dedo, que era desproporcionalmente longo. O pulso contém um osso extra, o pteróide, que ajuda a suportar esta membrana. As asas dos pterossauros terminavam nos membros posteriores, ao contrário dos morcegos atuais, onde as asas são braços modificados. Outras adaptações para o voo incluíam ossos ocos (como as aves modernas) e um esterno em forma de quilha, próprio para a fixação dos músculos usados no voo. Os pterossauros não tinham penas, mas há evidências de que algumas espécies pudessem ter o corpo coberto de pelos (no entanto, diferente ao dos mamíferos). O estilo de vida destes animais sugere que fossem de sangue quente (endotérmicos). As primeiras espécies a surgir no registro fóssil tiveram mandíbulas totalmente dentadas e caudas longas, enquanto as formas posteriores tinham uma cauda altamente reduzida, e alguns não tinham dentes.

A estrutura óssea e a dentição dos pterossauros sugere que fossem animais carnívoros. Outras pistas do seu comportamento são oferecidas por algumas descobertas fósseis:

  • No Chile descobriu-se uma jazida com inúmeros pterossauros juvenis, o que sugere que procriassem em colônias como as aves marinhas atuais.
  • Foi encontrado um dente de espinossauro embebido numa vértebra de pterossauro, o que mostra que eram presas pelo menos deste dinossauro.

Picnofibra[editar | editar código-fonte]

Picnofibras refere-se a cabelos, plumagens e tegumentos que costumavam ser chamados de tufos fossilizados.[7] Picnofibras eram estruturas curtas e simples. O único marco interno nesses filamentos era um canal que subia pelo meio e, ao contrário dos pêlos de mamíferos, as picnofibras não eram enraizadas na pele.[8]

Essas diferenças estabelecem que peles de pterossauro são separadas das de outras criaturas pré-históricas, incluindo dinossauros cobertos de penas. Picnofibras eram um traço universal de pterossauro, provavelmente presente nos primeiros membros da linhagem, e há evidências de que as proto-penas poderiam estar presentes nos primeiros dinossauros.[9]

Filogenia e Classificação[editar | editar código-fonte]

As relações internas dos Pterosauria estão em constante mudança, e a classificação a seguir é a união das filogenias mais recentes e bem embasadas.

Antiga ilustração (cerca de 1920) retratando Pterodactylus e Rhamphorhynchus, dois gêneros de pterossauros do período Jurássico.

Descobertas na História[editar | editar código-fonte]

A descoberta do maior réptil pré-histórico voador da América do Sul, encontrado no Nordeste do Brasil, foi anunciada em 20 de Março de 2013, pelo Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O pterossauro media 8,5 metros de uma asa à outra e pesava 70 quilos. A descoberta foi feita na Chapada do Araripe, entre os estados do Ceará, Piauí e de Pernambuco, por três grupos de pesquisadores brasileiros. Eles encontraram 60% do fóssil do animal, incluindo o crânio, em bom estado de preservação.[13]

Alguns gêneros bem conhecidos[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Andres, B.; Clark, J.; Xu, X. (2014). «The Earliest Pterodactyloid and the Origin of the Group». Current Biology. 24 (9): 1011–16. PMID 24768054. doi:10.1016/j.cub.2014.03.030Acessível livremente 
  2. Baron, Matthew G. (2020). «Testing pterosaur ingroup relationships through broader sampling of avemetatarsalian taxa and characters and a range of phylogenetic analysis techniques.». PeerJ. 8: e9604. PMC 7512134Acessível livremente. PMID 33005485. doi:10.7717/peerj.9604 
  3. Mark P. Witton (2013), Pterosaurs: Natural History, Evolution, Anatomy, ISBN 978-0-691-15061-1, Princeton University Press 
  4. «Darwinopterus and its implications for pterosaur phylogeny», Acta Geoscientica Sinica, 31 (1): 68–69, 2010 
  5. Palmer, Douglas; Barrett, Peter - Evolução, A História da Vida - Larousse - 2009 - ISBN 978-85-7635-464-2
  6. Faria, Felipe (2012). Scientia Studia & 34, ed. Georges Cuvier: do estudo dos fósseis à paleontologia, 2012. [S.l.: s.n.] ISBN 978-85-7326-487-6 
  7. VogelDec. 17, Gretchen; 2018; Am, 10:45 (17 de dezembro de 2018). «This ancient 'hairy dragon' may have sported primitive feathers». Science | AAAS (em inglês). Consultado em 17 de dezembro de 2018 
  8. «Sciencespeak: Pycnofiber». Science & Innovation. 23 de março de 2015. Consultado em 17 de dezembro de 2018 
  9. Alexander W. A. Kellner; Xiaolin Wang; Helmut Tischlinger; Diogenes de Almeida Campos; David W. E. Hone; Meng, Xi (2009). «The soft tissue of Jeholopterus (Pterosauria, Anurognathidae, Batrachognathinae) and the structure of the pterosaur wing membrane». Proc. R. Soc. B 
  10. Baron, Matthew G. (28 de julho de 2020). «Testing pterosaur ingroup relationships through broader sampling of avemetatarsalian taxa and characters and a range of phylogenetic analysis techniques». PeerJ (em inglês): e9604. ISSN 2167-8359. doi:10.7717/peerj.9604. Consultado em 8 de dezembro de 2021 
  11. Pêgas, Rodrigo V.; Holgado, Borja; Leal, Maria Eduarda C. (3 de agosto de 2021). «On Targaryendraco wiedenrothi gen. nov. (Pterodactyloidea, Pteranodontoidea, Lanceodontia) and recognition of a new cosmopolitan lineage of Cretaceous toothed pterodactyloids». Historical Biology (8): 1266–1280. ISSN 0891-2963. doi:10.1080/08912963.2019.1690482. Consultado em 8 de dezembro de 2021 
  12. Pêgas, Rodrigo V.; Holgado, Borja; Ortiz David, Leonardo D.; Baiano, Mattia A.; Costa, Fabiana R. (1 de janeiro de 2022). «On the pterosaur Aerotitan sudamericanus (Neuquén Basin, Upper Cretaceous of Argentina), with comments on azhdarchoid phylogeny and jaw anatomy». Cretaceous Research (em inglês). 104998 páginas. ISSN 0195-6671. doi:10.1016/j.cretres.2021.104998. Consultado em 8 de dezembro de 2021 
  13. UFRJ descobre no Brasil maior pteros

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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