Prognatismo mandibular – Wikipédia, a enciclopédia livre

O prognatismo mandibular, mandíbula de Habsburgo, mandíbula de Áustria, maxilar de Habsburgo, maxilar de Áustria, lábio de Habsburgo ou lábio de Áustria é uma desordem genética desfigurativa, que se caracteriza pela existência de uma mandíbula inferior extremamente pronunciada, deixando como tal o lábio inferior significativamente afastado do superior (e por conseguinte, o lábio respectivo).

Costuma-se referir a esta condição, em termos informais, como mandíbula de Habsburgo, mandíbula de Áustria, maxilar de Habsburgo, maxilar de Áustria, lábio de Habsburgo ou lábio de Áustria, devido à prevalência desta manifestação nessa família real europeia, através da endogamia, isto é, dos casamentos interconsanguíneos realizados. Através das pinturas dos vários soberanos dessa casa, é facilmente visível essa deformidade, cada vez mais pronunciada à medida que se avança no tempo, e que alcança o seu extremo, por exemplo, com os imperadores alemães Fernando II, Fernando III e Leopoldo I, ou com o rei de Espanha Carlos II. Mesmo Pedro II do Brasil, descendente direto dos Habsburgo por parte materna e indireto por parte paterna, apresentava uma variação mais branda dessa deformidade, como se nota em seus retratos de juventude (o que talvez explicasse o uso da barba longa desde cedo). Estas pinturas têm fornecido imensas ferramentas aos estudiosos da genética, pois demonstram bem a capacidade de transmissão extrema de uma patologia.

Julga-se que este mal tenha derivado de uma princesa polaca da família dos Piastos, Cimburga de Masóvia. Contudo, a mais antiga observação deste mal num Habsburgo data do imperador Maximiliano I de Habsburgo, que governou entre 1459 e 1519

Doenças como esta (a par de certas formas de melancolia e loucura) foram relativamente comuns em várias casas reais, passando de geração em geração geralmente devido a exageradas relações endogâmicas, isto é, de consanguinidade muito próxima. Muitas vezes por motivos políticos, os casamentos dinásticos dos Habsburgos eram arranjados entre primos muito próximos, ou tios e sobrinhos - donde resultou esta condição, quase sem paralelo noutra casa europeia, pois os Habsburgos eram a casa com mais casamentos interconsanguíneos ao longo dos séculos XVI e XVII; a partir do século XVIII, tornou-se gradualmente menos evidente.

Esta situação foi tão longe no caso dos Habsburgos espanhóis que Carlos II de Espanha foi o único filho de Filipe IV a chegar à idade adulta, mesmo assim com grande número de mazelas físicas e mentais, com o mais pronunciado de todos os lábios de Habsburgo e, aparentemente devido a essa doença degenerativa, acabou também estéril, não gerando filhos e, como tal, ditando o fim do domínio dos Habsburgos na Espanha, sendo substituídos pelos Bourbon.

Membros da Realeza dos Habsburgos que sofreram desta degenerescência[editar | editar código-fonte]

Galeria de retratos dos vários Habsburgos que sofreram de prognatismo mandibular acentuado, por isso mesmo chamado de mandíbula de Habsburgo[editar | editar código-fonte]

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