Profuturo – Wikipédia, a enciclopédia livre

Profuturo (em latim: Profuturus) foi um oficial romano do século IV, ativo durante o reinado do imperador Valente (r. 364–378). Foi um dos oficiais romanos que lutaram na Guerra Gótica de 376-382. A única fonte sobre ele é a obra de Amiano Marcelino.

Vida[editar | editar código-fonte]

Profuturo aparece pela primeira vez no verão de 377. Na ocasião, Valente enviou-o aos Bálcãs, ao lado de Trajano, como comandante de uma força avançada de armênio para contes os saqueadores godos enquanto o exército principal estava sendo mobilizado. Sua posição é incerta, mas os autores da PIRT sugerem que era um conde dos assuntos militares,[1] enquanto Noel Lenski sugere que foi mestre dos soldados.[2] De acordo com Amiano Marcelino, Trajano e Profuturo eram generais com altas aspirações, mas eram impróprios para a guerra. Segundo seu relato, decidiram marchar contra os godos nos passos montanhosos da cordilheira dos Bálcãs de modo a atacá-los furtivamente e em guerra de guerrilha. Conseguiram algum sucesso inicial, afastando os godos da rica província de Hemimonto e obrigando-os a permanecer nas regiões esparsamente povoadas e pouco abundantes ao norte da cordilheira e na planície do Danúbio, onde os suprimentos existentes já haviam sido consumidos.[3][4]

Apesar disso, logo os romanos foram militarmente pressionados pelas enormes hordas inimigas e tiveram que retroceder.[4] Talvez em Marcianópolis (Marcelino menciona a cidade de Salgueiros),[a] Trajano e Profuturo encontraram-se com os generais ocidentais Ricomero e Frigérido e seus exércitos, que haviam sido enviados pelo coimperador Graciano (r. 367–383) para auxiliar Valente.[5][6] Os oficiais concordaram em conceder o comando das forças conjuntas a Ricomero, que liderou os romanos em perseguição aos godos. Próximo da cidade de Salgueiros, uma sangrenta luta foi travada. A batalha concluiu-se com pesadas baixas para ambos os lados.[7] Ciente desse episódio desastroso, Valente enviou mestre da cavalaria Saturnino para auxiliar Trajano e Profuturo.[1]

Apesar do relato de Marcelino fazer menção a Profuturo após os eventos em Salgueiros, alguns autores modernos sugerem que é mais provável que Profuturo esteve entre as vítimas dos godos no campo de batalha.[8][9]

Notas[editar | editar código-fonte]

[a] ^ A localização exata é desconhecida, mas sugere-se que estava entre Tômis e a boca do Danúbio ou talvez próximo de Marcianópolis.[5]

Referências

  1. a b Martindale 1971, p. 749.
  2. Lenski 2002, p. 330.
  3. Hughs 2013, p. 166.
  4. a b Amiano Marcelino 397, XXXI.7.1-2.
  5. a b Kulikowski 2006, p. 137.
  6. Burns 1994, p. 26–27.
  7. Amiano Marcelino 397, XXXI.7.
  8. Hughs 2013, p. 168.
  9. Kulikowski 2006, p. 200.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Burns, Thomas S. (1994). Barbarians Within the Gates of Rome: A Study of Roman Military Policy and the Barbarians, Ca. 375-425 A.D. Bloomington, Indiana: Indiana University Press. ISBN 0253312884 
  • Hughs, Ian (2013). Imperial Brothers: Valentinian, Valens and the Disaster at Adrianople. Barnsley: Pen and Sword. ISBN 1848844174 
  • Lenski, Noel Emmanuel (2002). Failure of Empire: Valens and the Roman State in the Fourth Century A.D. Berkeley e Los Angeles: California University Press. ISBN 978-0-520-23332-4 
  • Kulikowski, Michael (2006). Rome's Gothic Wars: From the Third Century to Alaric. Cambridge: Cambridge University Press 
  • Martindale, J. R.; A. H. M. Jones (1971). «Profuturus». The Prosopography of the Later Roman Empire, Vol. I AD 260-395. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press