Pornografia – Wikipédia, a enciclopédia livre

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A pornografia é definida como qualquer material produzido com objetivos recreativos, através da representação de atividades sexuais humanas explícitas ou da nudez humana explícita. Atualmente a pornografia assume caráter de atividade comercial, seja para os próprios profissionais da área, seja para as empresas do setor.

A pornografia, na maioria dos países, tem acesso proibido para menores de 18 ou 21 anos, tanto na produção quanto no consumo. Alguns países consideram esse tipo de material ilegal como a China, outros exigem algum tipo de censura gráfica como o Japão.

As mídias mais comuns para pornografia são o vídeo-doméstico (como VHS, DVD e Blu-ray), a World Wide Web (www), os serviços de streaming, também a televisão por assinatura, as revistas e mais raramente, videogames, livros, pinturas e esculturas. Recentemente a Internet modificou diversos paradigmas da Indústria, como a distribuição em mídias físicas, que vem sendo substituída pela distribuição on-line.

Etimologia

A palavra pornografia foi cunhada a partir de duas palavras do grego clássico: πόρνη (pórnē; "prostituta"[1]) e γράφειν (gráphein; "escrever" ou "registrar"), complementadas pelo sufixo -ία (-ia) que significa "estado de", "propriedade de" ou "lugar de"). Portanto, "pornografia" significa "descrição escrita ou gráfica da prostituição".

Histórico

Pintura erótica em Pompeia.
Fotografia pornográfica de 1854.

A pornografia tem uma longa história. A sexualidade explícita e sugestiva é uma forma de arte tão antiga quanto todas outras. As fotos explícitas tiveram início logo após a invenção da fotografia; e o mesmo pode se dizer sobre os filmes de nudez e de sexo explícito.[carece de fontes?]

O retrato da nudez e da sexualidade humana tiveram início na era paleolítica (ex. as figuras de Vênus); entretanto não se tem certeza se o propósito era a excitação sexual. Talvez, as imagens tenham tido um significado espiritual. Existem inúmeras pinturas eróticas nas paredes de Pompeia, na Itália. Um exemplo notável é de um bordel com desenhos dos vários serviços sexuais oferecidos, em cima de cada porta. Em Pompeia também se encontram figuras fálicas e de testículos nas calçadas, mostrando qual a direção para o caminho ao prostíbulo e casas de entretenimento.[carece de fontes?] Na Alemanha arqueólogos encontraram, em abril de 2005, uma figura pornográfica de cerca de 7200 anos de um homem sobre uma mulher, sugerindo fortemente um ato sexual. A figura masculina foi batizada de Adônis von Zschernitz.[2]

Críticas feministas à pornografia

A Grande Epidemia da Pornografia, ilustração francesa do Século XIX.

Algumas feministas diagnosticaram a pornografia como mantenedora/geradora de violência contra mulheres. Teóricas como Andrea Dworkin conduziram uma cruzada contra a indústria pornográfica que, segundo elas, não apenas objetificava as mulheres e lucrava com sua exploração, mas efetivamente ensinava um jeito sórdido de lidar com a sexualidade.[carece de fontes?]

A partir disso, criou-se uma ampla discussão sobre a pornografia, e um grande cisma teórico também: feministas que se intitulavam "pró-sexo" versus feministas contrárias à pornografia. Deve-se ressaltar que essa nomeação pode causar mal entendidos já que as feministas contrárias à pornografia não eram contra o sexo em si, mas contra essa forma específica de retratá-lo, por diversas implicações. E as questões principais desse debate são: "A pornografia gera violência contra mulheres?", "Qual é o papel das mulheres nos filmes pornográficos?", "As mulheres desempenham o papel de sujeito do sexo nesses filmes, ou apenas de objeto?", "Se a pornografia educa as pessoas sexualmente falando, essa educação é interessante para mulheres? Que tipo de educação seria mais interessante num ponto de vista feminista?".[3]

Além disso, começando na década de 80 muitas feministas se dedicaram a fazer seus próprios filmes pornográficos, tentando concretizar filmagens que concretizassem sua crítica, no campo teórico. Fizeram filmes que apresentam algumas quebras com o padrão de beleza hegemônico, onde há espaço para protagonismo feminino e tentando mostrar um sexo que as representasse, mesmo que minimamente.[4]

Status legal

As leis da pornografia no mundo
  A pornografia é legal
  É legal mas com restrições
  A pornografia é ilegal

O status legal da pornografia varia de acordo com o país, em alguns países, pornografia softcore é permitida em televisão, alguns países possuem proibição em relação a pornografia violenta, na maioria dos países pornografia infantil é considerada ilegal, o acesso à matérias geralmente é condicionada a uma idade mínima.

Direitos autorais

Nos Estados Unidos, algumas cortes aplicam leis de direitos autorais a materiais pornográficos,[5] contudo, essas aplicações são dadas geralmente aos produtores, não aos que fazem a performance.

Na Internet

Com o advento da Internet, a disponibilidade da pornografia aumentou dramaticamente.[6] Alguns dentre os empresários mais bem sucedidos na Internet são os do ramo da pornografia. Devido ao caráter internacional da Internet, existe a possibilidade dos usuários acessarem o conteúdo pornô a partir de qualquer país até mesmo conteúdos totalmente ilegais, conteúdo pornográfico contendo menores de idade, ou que não tenham idade comprovada, tendo como base países em que a idade legal é diferente.[7]

Em 1968 os Países Baixos já eram um dos países com maior liberdade sexual, o que possibilitou a distribuição e venda de material pornográfico em massa.[carece de fontes?]. Com a facilidade de um clique, torna-se fácil o lucro a partir de vídeos ou fotos feitas por "cineastas" da pornografia que cada vez mais visam o lucro. As visitas em sites como esses aumentam a cada minuto já que a internet conecta o mundo inteiro, algo que não se limita apenas a esses vídeos mas também a visualização completa de revistas de editoras licenciadas

Pornografia comercial

Atualmente, cerca de 90% da pornografia comercial é produzida nos Estados Unidos, sendo o restante produzido principalmente por: Japão, Brasil, Países Baixos, Espanha e Rússia. Apesar de não ser grande produtor e o consumo ser ilegal, em termos absolutos a China é o maior consumidor de pornografia do Mundo, seguida pelos Estados Unidos e Japão.[8]

Gêneros

Atriz pornográfica Penny Flame em uma foto com sexualidade implícita.

A pornografia se divide em dois grandes subgêneros: softcore e hardcore.

A seguir, algumas categorias:

  • Idade
    • MILF (Moms I'd Like to Fuck) - Mulheres geralmente entre 35 e 50 anos
    • Mature - Mulheres acima dos 40 anos
    • Teen - Idades entre 18 e 21 anos
    • Preteen ou Jailbait - Geralmente envolvendo pessoas na idade de consentimento
    • Pornografia infantil ou CP - Envolvendo idades abaixo da de consentimento, mais possivelmente encontrado na Dark web ou no mercado negro.
    • Mom & daughter - Envolve uma mulher mais velha com uma mulher mais nova
  • Cabelos
    • Redhead - Mulheres com cabelo pintado de vermelho
    • Hirsutismo - Mulheres com excesso de pelos
  • Corpo
    • BBW (Big Beautiful Women) - mulheres acima do peso, altas ou não
    • Cameltoe ou capô de fusca - vulva cujos lábios estejam nitidamente separados pelo vestuário ou púbis feminino notoriamente sobressaltado e demarcado pelo vestuário
    • Flexible - pessoas com alta capacidade flexibilidade
    • Alt porn - pessoas com tatuagens, piercings
  • Podolatria - quando envolve a adoração por pés
    • Footjob - o ato de estimular os órgãos genitais do parceiro ou da parceira com os pés.

Pesquisa

Em 2014, um estudo psiquiátrico[10] descobriu que quanto mais os homens relataram assistir pornografia, menos volume e atividade tinham em regiões do cérebro (especificamente no corpo estriado), ligado a recompensar processamento e motivação[11]. Eles também descobriram que a conectividade entre o corpo estriado e o PFC (que é a parte do cérebro usada para a tomada de decisão, planejamento e regulação do comportamento) enfraqueceu quanto mais pornografia os homens relataram assistir.[12]

Ver também

Referências

  1. Lista de palavras gregas iniciadas com πορν- (porn-) Perseus.
  2. Diver, Krysia (4 de Abril de 2005). «Archaeologist finds 'oldest porn statue'». The Guardian 
  3. «" Pornografia feminista não existe."». Trip. Consultado em 3 de abril de 2024 
  4. «Pornô feminista ganha espaço no mercado de filmes adultos do Brasil: 'Mulheres também gostam de sexo'». G1. 24 de maio de 2018. Consultado em 2 de abril de 2024 
  5. [1]
  6. «Efeitos da pornografia na era digital – Revista Adventista». Consultado em 23 de março de 2023 
  7. «A idade com que se começa a ver pornografia é…». O mal que eu não quero. 27 de janeiro de 2017. Consultado em 23 de março de 2023 
  8. «Brasil está entre os 15 maiores consumidores de pornô na realidade virtual». www.uol.com.br. Consultado em 23 de março de 2023 
  9. «SOFT-CORE - Definição e sinônimos de soft-core no dicionário inglês». educalingo.com. Consultado em 23 de março de 2023 
  10. Brain Structure and Functional Connectivity Associated With Pornography ConsumptionThe Brain on Pornpor Simone Kühn e Jürgen Gallinat em "JAMA Psychiatry" numero 71(7):827-834. doi:10.1001/jamapsychiatry.2014.93. (2014)
  11. Your Brain on Porn and Other Sexual Images - Is porn bad for the brain? The Savvy Psychologist explains 3 studies that looked at how we process porn and other sexualized images, and reveals the potential effects on the brain—and on how we see our fellow men and women por Ellen Hendriksen na "SCIENTIFIC AMERICAN" (2015)
  12. Does porn affect the brain? Scientists urge more study publicado pela "New Vision Report" (2014)

Bibliografia

  • GERACE, Rodrigo. Cinema Explícito: representações cinematográficas do sexo. São Paulo: Perspectiva/Edições Sesc, 2015. 318 p. Disponível em: Google Books.
  • LEITE JÚNIOR, Jorge. Das maravilhas e prodígios sexuais: a pornografia "bizarra" como entretenimento. São Paulo: Annablume/Fapesp, 2006. Disponível em: Google Books.
  • MORAES, Eliane Robert; LAPEIZ, Sandra. O que é pornografia. In: O que é amor, erotismo e pornografia. Betty Milan; Lúcia Castello Branco; Eliane R. Moraes; Sandra M. Lapeiz. São Paulo, Circulo do Livro, 1993. p. 109-172. (Coleção Primeiros Passos.) [1a ed., São Paulo, Brasiliense, 1984.]

Ligações externas

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