Peggy Charren – Wikipédia, a enciclopédia livre

Peggy Charren
Peggy Charren
Nome completo Peggy Sundelle Walzer
Nascimento 09 de março de 1928
Nova York, Estados Unidos
Morte 22 de janeiro de 2015 (86 anos)
Dedham, Massachusetts, Estados Unidos
Nacionalidade norte-americana
Cônjuge Stanley Charren
Filho(a)(s) 2
Alma mater Connecticut College
Ocupação Ativista

Peggy Sundelle Charren (nascida Peggy Walzer; Nova York, 9 de março de 1928 - Dedham, 22 de janeiro de 2015) foi uma ativista estadunidense, conhecida por ter fundado em 1968 a Action for Children's Television (ACT), uma organização nacional de defesa dos direitos da criança. A organização foi fundada em um esforço para encorajar a diversidade de programação infantil e eliminar os abusos comerciais na programação infantil de televisão.[1][2][3][4]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Charren nasceu Peggy Walzer em uma família judia em 9 de março de 1928, filha de Ruth (nascida Rosenthal) e Maxwell Walzer.[5] Seus avós eram imigrantes originários da Rússia.[5] Em 1949, Charren se formou no Connecticut College e depois assumiu o cargo de diretora do departamento de cinema na WPIX-TV, um canal de TV que transmite para a cidade de Nova York.[5] Atuou também como diretora do Creative Arts Council de Newton, Massachusetts, fundou uma empresa que organizava feiras de livros infantis, a Quality Book Fair; e possuía uma galeria especializada em artes gráficas, a Art Prints.[5]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Em 1968, após ficar preocupada com o baixo nível da programação infantil que suas duas filhas pequenas assistiam e com o alto volume de propaganda direcionada a crianças que era exibido na TV, Peggy fundou a Action for Children's Television (ACT), uma organização não governamental sem fins lucrativos dedicada a aumentar a diversidade de qualidade nas opções de televisão para crianças.[5][6] Como a Lei de Comunicações de 1934 (Communications Act of 1934) exigia que os canais de televisão estadunidenses servissem ao interesse público em troca do uso do espectro de radiodifusão, ela fez lobby e pressionou os canais de TV a promover programas de televisão educativos direcionados à crianças e adolescentes.[5] Em 1990, o Congresso dos Estados Unidos aprovou a Lei de Televisão Infantil (Children's Television Act), que exigia que todas as estações de televisão transmitissem programação educacional para crianças.[5] Em 1992, a ACT foi extinta, embora Charren continuasse a trabalhar e, em 1996, as regras se tornaram ainda mais rígidas, exigindo que os canais de televisão transmitissem três horas de programação infantil por semana.[5]

Embora tenha sido acusada de ser a favor da censura por seus críticos, incluindo os roteiristas de animação Steve Gerber e Mark Evanier, Charren sempre negou, afirmado ser abertamente contra a censura e corroborando sua posição afirmando ter sido contra as campanhas realizadas pela American Family Association, um grupo protestante fundamentalista que buscou proibir vários programas. Ela fez parte do conselho curador do canal público e educativo WGBH, emissora afiliada da PBS em Boston, no estado de Massachusetts. Em 1983, Charren tornou-se associada do Women's Institute for Freedom of the Press (WIFP).[7]

Prêmios[editar | editar código-fonte]

Em 1989, a Academia Nacional de Artes e Ciências Televisivas concedeu-lhe o Prêmio de Curadores. Seu trabalho com a ACT culminou na aprovação do Lei de Televisão Infantil (Children's Television Act) de 1990, e ela recebeu um Prêmio Peabody em 1991.[8] Em 1992, ela se desfez da ACT, anunciando que havia cumprido os objetivos que ela havia estabelecido.[9] Em 1995, ela foi premiada com a Medalha Presidencial da Liberdade.

Vida pessoal e morte[editar | editar código-fonte]

Em 1951, casou-se com o engenheiro Stanley Charren; juntos, eles tiveram duas filhas.[5] O casal morava em Cambridge, no estado de Massachusetts.[5] Peggy Charren morreu em 22 de janeiro de 2015. Em seus últimos anos, ela teve demência vascular.[10][6]

Referências

  1. O'Connor, John J. (20 de fevereiro de 1990). «Critic's Notebook; Insidious Elements in Television Cartoons». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 27 de junho de 2022 
  2. Molotsky, Irvin (7 de novembro de 1988). «Reagan Vetoes Bill Putting Limits On TV Programming for Children». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 27 de junho de 2022 
  3. «Ms. Kidvid Calls It Quits». Time (em inglês). 20 de janeiro de 1992. Consultado em 27 de junho de 2022. Arquivado do original em 12 de agosto de 2010 
  4. «Why Children's Tv Suffers In Silence». Orlando Sentinel (em inglês). Consultado em 19 de outubro de 2010 
  5. a b c d e f g h i j «Peggy Charren». Jewish Women's Archive (em inglês). Consultado em 27 de junho de 2022 
  6. a b Weber, Bruce (23 de janeiro de 2015). «Peggy Charren, Children's TV Crusader, Dies at 86». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 27 de junho de 2022 
  7. «Associates | The Women's Institute for Freedom of the Press» (em inglês). Consultado em 27 de junho de 2022 
  8. «KTLA Wins Peabody Award for King Video: Awards: The station is cited for its 'courage... without sensationalizing the event or its aftermath.'». Los Angeles Times (em inglês). 4 de abril de 1992. Consultado em 27 de junho de 2022 
  9. Lawson, Carol (15 de junho de 1989). «Toys: Girls Still Apply Makeup, Boys Fight Wars». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 27 de junho de 2022 
  10. Kahn, Joseph. «Peggy Charren, children's TV pioneer». The Boston Globe (em inglês). Consultado em 27 de junho de 2022 

Leitura adicional[editar | editar código-fonte]

  • Mazzarella, Sharon R. (2009). Os Jovens e a Mídia. Traduzido por Sandra Maria Mallmann da Rosa. Porto Alegre: Artmed. ISBN 9788536319568 
  • Castilhos, Silmara de Fátima (2007). Lazer, consumo e auto-regulamentação publicitária. contribuição ao estudo da proteção do consumidor infantil (Dissertação de Mestrado). Orientadora: Gisela B. Taschner. São Paulo: Fundação Getúlio Vargas. 207 páginas. Consultado em 27 de junho de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]