Pedra sobre Pedra – Wikipédia, a enciclopédia livre

Pedra sobre Pedra
Pedra sobre Pedra
Informação geral
Formato Telenovela
Gênero drama
romance
realismo fantástico
Duração 60 minutos
Criador(es) Aguinaldo Silva
Ricardo Linhares
Ana Maria Moretzsohn
Elenco
País de origem Brasil
Idioma original português
Episódios 178
Produção
Diretor(es) Paulo Ubiratan
Luiz Fernando Carvalho
Roteirista(s) Márcia Prates
Flávio de Campos
Tema de abertura "Pedras que Cantam", Fagner
Tema de encerramento "Pedras que Cantam", Fagner
Exibição
Emissora original Globo
Distribuição Rede Globo
Formato de exibição 480i (SDTV)
Transmissão original 6 de janeiro – 31 de julho de 1992
Cronologia
O Dono do Mundo
De Corpo e Alma

Pedra sobre Pedra é uma telenovela brasileira produzida pela TV Globo juntamente com a RTP e exibida originalmente de 6 de janeiro a 31 de julho de 1992, em 178 capítulos,[1] com a reexibição do último capítulo em 1º de agosto.[2] Substituiu O Dono do Mundo e foi substituída por De Corpo e Alma, sendo a 45ª "novela das oito" exibida pela emissora.

Escrita por Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares e Ana Maria Moretzsohn, com colaboração de Márcia Prates e Flávio de Campos, foi dirigida por Paulo Ubiratan, Luiz Fernando Carvalho, Gonzaga Blota e Carlos Magalhães. A direção geral foi de Paulo Ubiratan. Foi coproduzida com a Radio e Televisão Portuguesa (que financiou 20% da produção)[1] e exibida em horário nobre na RTP1.[2]

Contou com as participações de Lima Duarte, Renata Sorrah, Armando Bógus, Eva Wilma, Maurício Mattar, Adriana Esteves, Eloísa Mafalda e Fábio Júnior,[1] em uma trama que trata da rivalidade entre duas famílias no sertão nordestino, repleta de elementos de realismo fantástico.[2]

Produção[editar | editar código-fonte]

Roteiro[editar | editar código-fonte]

Aguinaldo Silva trazia em Pedra Sobre Pedra vários elementos em comum com seus outros trabalhos, como a ambientação em uma cidade fictícia que faz as vezes de microcosmo do Brasil, cenas de realismo mágico e personagens com características parecidas. Aguinaldo já tinha apresentado estes elementos em Roque Santeiro e Tieta, e posteriormente em Fera Ferida, A Indomada, Porto dos Milagres e O Sétimo Guardião.[2] O realismo fantástico de Aguinaldo era visto, por exemplo, na flor de Jorge Tadeu que enlouquecia as mulheres que a comiam, além de situações de humor, comédia e curiosidade, apresentadas nas figuras de Sérgio Cabeleira, um homem que sofria a cada lua cheia por se sentir fortemente atraído por ela. E Dona Quirina, uma mulher de 120 anos de idade e memória prodigiosa.[1] Os figurinos também tinham uma concepção atemporal e traziam a mistura de detalhes de fantasia.[2]

Gravação[editar | editar código-fonte]

Pedra Sobre Pedra é uma co-produção da Rede Globo com a emissora portuguesa RTP, que financiou 20% da produção.[2] Algumas cenas da trama foram gravadas em Lisboa.[2] Dois atores portugueses vieram ao Brasil para atuarem na telenovela, Carlos Daniel e Suzana Borges. Esta foi a segunda vez que a Globo fez parceria com uma emissora europeia. A primeira havia sido Lua Cheia de Amor, em 1990.[3] A telenovela contou, na época, com a maior cidade cenográfica construída até então pela Rede Globo.[2] Pela primeira vez, foi usado também um calçamento em pé-de-moleque de verdade, colocado sobre uma base de concreto, para não ser danificado pela chuva ou lama.[2] A construção do acampamento cigano, com três tendas de 60 m², exigiu um rigoroso trabalho de pesquisa.[2] Na construção da gruta de 1 500 m², a produção fez uso de fibra de vidro e materiais naturais, como pedra e areia.[2] As gravações fora da cidade cenográfica aconteceram nos municípios fluminenses de Volta Redonda, Valença e Vassouras e o Alto da Boa Vista, na cidade do Rio de Janeiro.[2] Fora deste estado, a produção gravou na cidade baiana de Lençóis, onde a equipe teve de escalar despenhadeiros com equipamento às costas.[2] A cidade de Resplendor e o enredo da novela foram inspirados no cotidiano da cidade de Lençóis, na Chapada Diamantina, que durante o século XX foi a maior exportadora de diamantes do mundo. Em diversos capítulos, os diálogos deixam claro a importância do garimpo de diamantes para a cidade fictícia de Resplendor que, em alguns trechos, é chamada de "A Capital dos Diamantes". Os primeiros capítulos e a maior parte das tomadas externas e aéreas foram feitas na Chapada Diamantina e, em especial, no município de Lençóis. A disputa política dualista entre famílias tradicionais foi inspirada em conflitos reais da região de Lençóis. A relação entre o enredo e o ambiente original do interior baiano foi tão significativo, que parte do cenário colonial montado no Projac para a segunda parte da novela, replicava construções reais do casario da tombada Lençóis.

Na questão do elenco, a personagem principal Pilar Batista, estava destinada inicialmente a Betty Faria, mas acabou ficando com Renata Sorrah. Enquanto a personagem de Marina Batista foi destinada a Cristiana Oliveira, mas quem ficou com o papel foi Adriana Esteves. Arlete Salles teve de aprender a andar de lambreta, veículo usado pela sua personagem Francisquinha.[2] Enquanto que Lília Cabral, intérprete da prostituta Alva, teve aulas com a professora de prosódia Iris Gomes da Costa para aprender o sotaque gaúcho.[2] Para interpretar Sérgio Cabeleira, Osmar Prado teve como primeira referência o filme de drama italiano Kaos (1984), dos Irmãos Taviani, indicação do diretor Luiz Fernando Carvalho para ajudar o ator na composição do personagem.[2] Pedro Paulo Rangel, que fez o homossexual Adamastor, contou que foi construindo o personagem com a resposta que recebia do público nas ruas.[2] Nívea Maria homenageou a sua mãe com sua personagem Ximena, uma portuguesa inserida em um contexto nordestino, uma sugestão da própria atriz ao diretor Paulo Ubiratan, que aceitou.[2] O próprio Paulo Ubiratan fez uma participação no último capítulo da novela, como um pretendente que a personagem Pilar Batista conhece ao embarcar em uma viagem.[2] Nuno Leal Maia participou dos últimos capítulos da novela, no papel de um delegado.[2] Eduardo Moscovis fez sua estreia na Rede Globo na novela, ainda como Carlos Eduardo de Andrade, no papel do cigano Tíbor.[2] Estreia também de Isadora Ribeiro em novelas globais. A atriz já tinha feito Brasileiras e Brasileiros, em 1990, no SBT. Primeira novela "das oito" de Tereza Seiblitz, que havia estreado no horário das 18h, em Barriga de Aluguel, em 1990. O ator Armando Bógus, que fazia o vilão Cândido Alegria, ficou muito doente durante a novela e Aguinaldo Silva decidiu diminuir as entradas e falas do ator para poupá-lo. Mas ele reclamou, alegando que suportaria as gravações em ritmo normal, e levou o papel até o fim brilhantemente. Essa foi a última novela do ator, que ainda faria a minissérie Sex Appeal, que morreu em 2 de maio de 1993.[2]

Sequência[editar | editar código-fonte]

No decorrer de Pedra sobre Pedra, o diretor Luiz Fernando Carvalho concebeu uma sequência importante com inspiração no Movimento Armorial de Ariano Suassuna, levada ao ar seis meses depois na trama, mostrando uma celebração em homenagem a Nossa Senhora da Luz, santa padroeira da cidade de Resplendor, fictícia da trama. O sucesso da sequência intitulada O Auto de Nossa Senhora da Luz, confirmado pelo número de pedidos de reprise feitos por telespectadores à emissora, foi determinante para transformar o material em um telefilme, com cenas adicionais escritas por Braulio Tavares e interpretadas pelo músico e ator Antônio Nóbrega. Concorreu ao Prêmio Emmy Internacional de Televisão em 1993.[4]

Vinheta de abertura[editar | editar código-fonte]

Quem aparece na abertura da novela é a modelo Mônica Fraga. A modelo tornou-se atriz e tem participado de novelas globais, como Tropicaliente e Senhora do Destino. Através da computação gráfica, o corpo da modelo foi transformado em rochas e montanhas. As gravações da vinheta de abertura foram feitas em Lençóis, na Chapada Diamantina, na Bahia, onde havia formas naturais que favoreciam a montagem desejada. Depois, em computador, suas pernas, rosto e colo ganhavam o contorno das paisagens da chapada.

Reexibições[editar | editar código-fonte]

Foi reexibida pelo Vale a Pena Ver de Novo de 10 de abril a 11 de agosto de 1995, substituindo Tieta (outra novela de Aguinaldo Silva, por sinal) e sendo substituída por Renascer.

Foi reexibida na íntegra pelo Canal Viva de 26 de janeiro a 21 de agosto de 2015, substituindo A Viagem e sendo substituída por Cambalacho, às 14h30. [5][6]

Exibição internacional[editar | editar código-fonte]

Pedra sobre Pedra foi vendida para Bolívia, Chile, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Paraguai, Peru, Portugal, República Dominicana, Uruguai e Venezuela, entre outros países.[2] A novela fez sucesso em Cuba, onde foi exibida com o nome Te Odio mi Amor, o título adaptado da novela veio da relação de amor e ódio entre Murilo e Pilar.[2] Lima Duarte visitou Cuba e esteve em uma tradicional fábrica de charutos, que seu personagem fumava, e foi muito bem recebido pelos funcionários. Segundo o ator, o que conquistou o público cubano foi a relação de amor e ódio entre seu personagem e o de Renata Sorrah.[2]

Outras mídias[editar | editar código-fonte]

Foi disponibilizada na íntegra na plataforma de streaming Globoplay em 18 de julho de 2022.[7]

Enredo[editar | editar código-fonte]

A pequena cidade de Resplendor, localizada no sertão nordestino, era o palco das disputas políticas entre os Pontes e os Batista. Murilo Pontes ia se casar com a jovem Pilar Farias, por quem Jerônimo, o herdeiro dos Batista, também era apaixonado. No dia do casamento de Murilo e Pilar, a noiva diz não em pleno altar, por acreditar que Murilo fosse o pai da criança que Eliane, sua melhor amiga, estava esperando. Desejando vingança, Pilar se casa com Jerônimo, inimigo de Murilo, enquanto este se casa com Hilda, uma jovem que sempre o amara. Dessa união nasce Leonardo, e Murilo vai seguir carreira política em Brasília, enquanto Pilar tem uma filha, Marina, e fica viúva no dia do nascimento da filha. Antes disso, a filha de Eliane nasce, mas a mãe morre no parto e Pilar assume a educação da menina, dando-lhe o nome da mãe, Eliane.

Com a morte do marido, Pilar assume a liderança da família Batista, composta agora por ela, sua filha Marina, seu cunhado boêmio Carlão Batista (único irmão de Jerônimo) e a avó de Carlão e Jerônimo, a centenária Dona Quirina, de 120 anos de idade.

Vinte e cinco anos se passam, Murilo está de volta a Resplendor e reencontra Pilar querendo fazer de sua filha, Marina, a prefeita da cidade, destino que ele reservara para seu filho, Leonardo. Mas os dois não contam que seus filhos, ao se conhecerem, se apaixonam e têm que esconder esse amor por causa da rivalidade entre seus pais, rivalidade essa que oculta um amor mal resolvido.

Mas os Pontes e os Batista terão na briga pelo comando de Resplendor um adversário perigoso: Cândido Alegria, um homem que enriqueceu roubando e matando o amigo português Benvindo Soares, e que nutre uma paixão por Pilar Batista. Para conseguir o que quer - a prefeitura de Resplendor e o coração de Pilar - Cândido Alegria conta com a ajuda da ambiciosa Eliane, a agregada da família Batista, que nem desconfia de que ele é o seu pai biológico.

Mas Resplendor tem outros mistérios. A cidade recebe a visita do enigmático fotógrafo Jorge Tadeu, que se ocupa em fotografar e seduzir as mulheres casadas da cidade. Entre elas, Úrsula, filha da beata Gioconda, a irmã de Murilo Pontes.

Também está na cidade um grupo de ciganos liderados por Yago. A irmã de Yago, a bela Vida, se apaixona por Carlão Batista, mas tenta fugir a essa paixão, por saber que seu irmão não permitirá esse envolvimento. Carlão é o cunhado de Pilar e proprietário do Grêmio Recreativo Resplendorino, que é dirigido por seu amigo e confidente Adamastor.

Elenco[editar | editar código-fonte]

Ator Personagem[1]
Lima Duarte Murilo Pontes
Renata Sorrah Pilar Batista
Maurício Mattar Leonardo
Adriana Esteves Marina
Armando Bógus[nota 1] Cândido Alegria
Eva Wilma Hilda Pontes
Eloísa Mafalda Gioconda
Fábio Jr. Jorge Tadeu
Andréa Beltrão Úrsula
Paulo Betti Carlão
Luíza Tomé Vida
Humberto Martins Yago
Arlete Salles Francisquinha
Nelson Xavier Delegado Queiróz
Carla Marins Eliane
Pedro Paulo Rangel Adamastor
Osmar Prado Sérgio Cabeleira
Tânia Alves Lola
Elizângela Rosemary
Marco Nanini Ivonaldo
Nívea Maria Ximena
Cecil Thiré Kleber Vilares
Carlos Daniel Ernesto
Isadora Ribeiro Suzana Frota
Miriam Pires Dona Quirina
Suzana Borges Inês
Ênio Gonçalves Diamantino
Lília Cabral Alva
Eduardo Moscovis Tíbor
Raymundo de Souza Emanuel (Sete Estrelas)
Tereza Seiblitz Jerusa
Paula Burlamaqui Nair
João Carlos Barroso Arquibaldo
Reinaldo Gonzaga Paulo Henrique (P.H.)
Thelma Reston Romena
Rosane Gofman Zuleica
Ilva Niño Naninha
Antônio Pompêo Padre Otoniel
Jackson Costa Ulisses
Andréa Avancini Luana[carece de fontes?]
Selton Mello Bruno
Lu Mendonça Nice
Roberto Frota Heraldo
Maria Mariana Olímpia
Patricia Furtado Daniela
Thiago Justino Flô
Daniela Faria Liz
Ricardo Pavão Seu Bilico

Participações especiais[editar | editar código-fonte]

Ator Personagem[1]
Nuno Leal Maia Laíre
Reinaldo Gonzaga P.H. (Paulo Henrique)
Nelson Baskerville Murilo Pontes (jovem)
Cláudia Scher Pilar Faria (jovem)
Felipe Camargo Jerônimo Batista (marido de Pilar)
Geraldo Del Rey pai de Pilar
Luciana Braga mãe de Eliane
Buza Ferraz Benvindo Soares
Elias Gleizer taxista que traz os portugueses a Resplendor
Andréa Murucci Hilda (jovem)
Carlos Eduardo Capeletti Padre Diogo[carece de fontes?]
Neusa Borges Pombagira[9]
Francisco Carvalho Super Téo[carece de fontes?]
Risa Landau Gioconda Pontes (jovem)
Ivan de Almeida Cazuza (empresário de diamantes)[carece de fontes?]
Daniel Lobo Carlão Batista (menino)
Via Negromonte Feliciana (amante de Queiroz no último capítulo)
Paulo Ubiratan pretendente de Pilar numa viagem a Portugal (último capítulo)
Rogério Samora Miguel (antigo namorado de Inês no último capítulo)

Música[editar | editar código-fonte]

Volume 1[editar | editar código-fonte]

Pedra Sobre Pedra - Volume 1
Pedra sobre Pedra
Trilha sonora
Lançamento 1992
Gênero(s) Vários
Gravadora(s) Som Livre

Capa: Adriana Esteves

N.º TítuloMúsicaPersonagem Duração
1. "Entre a Serpente e a Estrela (Amarillo By Morning)"  Zé RamalhoMurilo e Pilar 3:03
2. "O Homem Que Amei (Someone That I Used To Love)"  Fafá de BelémPilar 4:07
3. "Cabecinha no Ombro" (part. Roberta Miranda)FagnerJorge Tadeu 4:12
4. "Dona de Mim"  14 BisSérgio Cabeleira 3:42
5. "Regra do Jogo"  Sá & GuarabiraCândido Alegria 5:12
6. "Madana Mohana Murari"  Homem de BemÚrsula 6:14
7. "Pedras Que Cantam"  FagnerAbertura 2:31
8. "Resplendor"  André SperlingQueiroz 2:16
9. "O Que a Noite Faz"  Elba RamalhoLola 4:57
10. "Esse Amor"  Danilo CaymmiLeonardo 3:19
11. "Medo"  André SperlingCenas de Ação 2:08
12. "Herdeira da Noite"  Ithamara KooraxMarina 4:03
13. "Como Se Fosse"  Jim PortoDaniela e Tíbor 3:48
14. "Vida Cigana"  InstrumentalNúcleo dos ciganos 2:19

Volume 2[editar | editar código-fonte]

Pedra Sobre Pedra - Volume 2
Pedra sobre Pedra
Trilha sonora
Lançamento 1992
Gênero(s) Vários
Gravadora(s) Som Livre

Capa: Isadora Ribeiro

N.º TítuloMúsicaPersonagem Duração
1. "Pergunte Pro Seu Coração"  Roberto CarlosLeonardo e Marina 4:45
2. "Outono"  DjavanLeonardo e Marina 4:16
3. "Passion"  Gipsy KingsEliane e Yago 3:00
4. "Tomara"  Alceu ValençaResplendor 3:28
5. "Negrinho do Pastoreio"  Be HappyAlva 3:06
6. "Noturno Em Mi Bemol Maior, Op. 9, N° 2"  The Philadelphia OrchestraHilda 4:53
7. "Faz de Mim"  DominguinhosCarlão e Vida 3:56
8. "Brincar de Ser Feliz"  Chitãozinho & XororóDaniela e Tíbor 4:02
9. "Te Amo"  WanderléaUlisses e Jerusa 3:26
10. "Fantasia"  André SperlingVida 4:26
11. "Valsa"  Carlos ParedesInês e Ernesto 2:40
12. "Ritmo do Coração (Track Of Speed)"  InstrumentalGeral 3:32

Repercussão[editar | editar código-fonte]

O cordão usado pela personagem Marina e um pingente da personagem de Úrsula viraram moda nacional. O figurino vibrante da cigana Vida, também fez sucesso.[2] Por conta de um banho de cachoeira de sua personagem, Úrsula, e dos camisolões transparentes que ela usava, a atriz Andréa Beltrão virou sex symbol.[2] A música tema de Úrsula, "Madana Mohana Murari", de Tomaz Lima, o "Homem de Bem", tornou-se uma das 10 músicas mais tocadas do Brasil na época. Foi a primeira vez que um mantra atingiu os meios de comunicação.

Gioconda Pontes (Eloísa Mafalda), chamava Eliane (Carla Marins), a filha de Cândido Alegria (Armando Bogus), de "bastardinha". Carla Marins foi o grande destaque do ano, se tornando capa da edição de 17 anos de aniversário da revista Playboy, em agosto de 1992.

Uma das cenas mais marcantes da novela, foi a do assassinato do retratista Jorge Tadeu (Fábio Jr.), encontrado morto, em sua cama, enquanto borboletas sobrevoavam seu corpo. Essa cena foi ao ar no capítulo de número 30, no ar em 8 de fevereiro de 1992, um sábado. A pergunta "Quem matou Jorge Tadeu?!" parou o país. As namoradas do personagem foram vividas por Andréa Beltrão, que fazia a esfuziante Úrsula; a delegada Francisquinha, a fogosa Rosemary, personagem de Elizângela; a ingénua Suzana, personagem de Isadora Ribeiro; e a discreta Ximena, personagem de Nívea Maria. Outra cena marcante foi a do último capítulo, em que Cândido Alegria (Armando Bogus), se transforma em pedra.

A questão do racismo foi apresentada quando o padre Otoniel, de Antônio Pompêo assume a paróquia de Resplendor e provoca a ira racista de Gioconda Pontes, de Eloísa Mafalda.[10]

Audiência[editar | editar código-fonte]

Sua média geral de 57 pontos e considerada a 6ª de maior audiência da história da televisão brasileira.[11]

Legado[editar | editar código-fonte]

Os autores Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares reviveram o personagem Murilo Pontes, interpretado por Lima Duarte, como forma de homenagear o ator, na novela A Indomada, exibida em 1997. O personagem participou de uma partida de pôquer em Greenville, cidade fictícia onde a novela era ambientada.[2][12] O texto de A Indomada também fez várias referências a Pedra sobre Pedra. Quando Murilo Pontes encontrou Zenilda (papel de Renata Sorrah, que fez Pilar em Pedra sobre Pedra), ele perguntou a ela se os dois não se conheciam de algum lugar. Ela responde que talvez de alguma outra encarnação.[12] A personagem Altiva, de Eva Wilma, também fazia comentários sobre a mulher de Pontes, Hilda (personagem da atriz em Pedra sobre Pedra).[12] A fictícia cidade de Serro Azul, referida muitas vezes pelos personagens como um município vizinho de Resplendor, foi reutilizada da mesma forma em tramas futuras de Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares como Fera Ferida, A Indomada e Saramandaia. Pedra Sobre Pedra não possuiu a trilha sonora de músicas internacional, no mesmo caso ocorreu em Tieta de 1989 dos mesmos autores.

Prêmios[editar | editar código-fonte]

Troféu APCA (1992):

Troféu Imprensa de 1993 (1992):

Notas e referências

Notas

  1. "Pedra Sobre Pedra" foi o último trabalho em novelas do ator Armando Bógus, que morreu em 1993.[8]

Referências

  1. a b c d e f g Nilson Xavier. «Pedra Sobre Pedra». Teledramaturgia. Consultado em 17 de dezembro de 2014. Cópia arquivada em 23 de março de 2016 
  2. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab «Pedra sobre Pedra». Memória Globo. Globo.com. Consultado em 17 de dezembro de 2014 
  3. «Lua Cheia de Amor - Curiosidades». Memória Globo. Globo.com. Consultado em 17 de dezembro de 2014 
  4. «Curiosidades do Auto de Nossa Senhora da Luz». Memória Globo. Consultado em 14 de abril de 2017 
  5. «Pedra Sobre Pedra é a próxima novela do VIVA». Matérias - Mais da TV - Canal Viva. 2 de setembro de 2014. Consultado em 13 de novembro de 2014 
  6. Clara Passi (13 de novembro de 2014). «'Pedra sobre pedra' substituirá 'A viagem' no Viva em janeiro». O Globo. Consultado em 13 de novembro de 2014 
  7. «'Pedra sobre pedra' estreia no Globoplay: Relembre a história de amor e rivalidade entre famílias». G1. 18 de julho de 2022. Consultado em 23 de outubro de 2023 
  8. «Bis!: Armando Bógus e seus personagens marcantes na televisão e no teatro». Globo Teatro/Globo.com. 14 de setembro de 2013. Consultado em 4 de abril de 2017. Cópia arquivada em 4 de abril de 2017 
  9. Pombagira pergunta: "Quem quer homem?", consultado em 19 de março de 2022 
  10. Armando Antenore (16 de julho de 1995). «Novela disfarça preconceito racial e agrada telespectadores». Folha de S.Paulo. UOL. Consultado em 19 de dezembro de 2014 
  11. «Aguinaldo Silva divulga lista das novelas com maior audiência da história». Revista Quem. 10 de março de 2009. Consultado em 14 de abril de 2017. Arquivado do original em 13 de março de 2009 
  12. a b c Mariana Scalzo (28 de abril de 1997). «Murilo Pontes visita Greenville». Folha de S.Paulo. UOL. Consultado em 19 de dezembro de 2014 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]