Parque Trianon – Wikipédia, a enciclopédia livre

Parque Trianon
Tenente Siqueira Campos
Parque Trianon
Parque Trianon, prédio do MASP e Túnel 9 de Julho
Localização Rua Peixoto Gomide, 949 e Avenida Paulista, 1700 (Cerqueira César), São Paulo, SP
Tipo Público
Área 48.6 mil m²
Inauguração 3 de abril de 1892 (132 anos)
Administração SVMA
Nome oficial: Parque Tenente Siqueira Campos – TRIANON
Categoria: Infra-estrutura
Processo: 20749/78
Legislação: Resolução 45, de 13 de maio de 1982
Livro do tombo: Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico
Número do registro: 8
Data de registro: 13 de agosto de 1986
Publicação: 21 de maio de 1982
Nome oficial: Parque Tenente Siqueira Campos
Legislação: Resolução 05/91
Data de registro: 5 de abril de 1991

O Parque Tenente Siqueira Campos, mais conhecido como Parque Trianon ou Parque do Trianon, foi inaugurado no dia 3 de abril de 1892 na cidade de São Paulo, um ano após a abertura da Avenida Paulista. Foi projetado pelo paisagista francês Paul Villon e inaugurado pelo inglês Barry Parker. O nome Trianon foi dado por conta da existência do Restaurante Trianon inaugurado em 10 de junho de 1916, que foi criado e fundado pelos irmãos Vicente Rosati e Luigi Rosati (imigrantes italianos provenientes da cidade de Fontecchio) nas dependências do Belvedere da Paulista localizado em frente ao parque, onde hoje está situado o Museu de Arte de São Paulo. O proprietário do elegante "Bar e Restaurante" escolheu o nome que provém do Palacete Grand Trianon em Versáilles, que foi propriedade de Maria Antonieta, pela semelhança das construções. O arquiteto Ramos de Azevedo desenvolveu, de 1911-1914, na administração do Barão de Duprat, o projeto do chamado Belvedere, construído em 1916 e demolido em 1951 para dar lugar à primeira edição da Bienal de Arte de São Paulo.

O Parque foi comprado pela Prefeitura com auxílio financeiro da Câmara Municipal, em 1911. Em 1931 recebeu sua denominação atual em homenagem a um dos heróis da Revolução do forte de Copacabana, na Revolta Tenentista de 1924, o Tenente Antônio de Siqueira Campos.

Aberto todos os dias da semana, das 6:00 até as 18:00, o parque conta com playgrounds, aparelhos de ginástica e a "Trilha do Fauno", nome dado devido à presença da escultura "Fauno" do artista Victor Brecheret e da escultura "Aretusta" de Francisco Leopoldo.[1]

História[editar | editar código-fonte]

Trianon e Túnel 9 de Julho (1936-1940)

O parque foi inaugurado em 3 de abril de 1892 e teve seu surgimento entendido no contexto do processo de urbanização da cidade de São Paulo daquela época. No ano anterior, ocorrera a inauguração da Avenida Paulista. Naquela época, o ambiente cultural da aristocracia cafeeira era dominado por influências do romantismo europeu do século XIX; dessa forma, o parque acabou ganhando ares de um jardim inglês, apesar de sua exuberante vegetação tropical, remanescente da Mata Atlântica da região do alto do Caaguaçu, atual espigão da Paulista.

O Parque Tenente Siqueira Campos é o nome oficial do parque que foi dado em homenagem ao militar e político brasileiro que participou da Revolta Tenentista ocorrida em 1924, um dos acontecimentos mais importantes ocorridos na cidade de São Paulo.[2]

O responsável pelo projeto paisagístico foi o francês Paul Villon, motivo pelo qual o parque às vezes é citado, em textos antigos, como Parque Villon. O nome Trianon veio do fato de, naquele tempo, existir no local onde hoje se situa o Museu de Arte de São Paulo, em frente ao parque, o Belvedere da Paulista, nome oficial do lugar porém havia nas dependências um restaurante/bar e um mirante no nível da avenida com o nome Trianon, administrado pelo italiano Vicente Rosati e o irmão Luigi, os mesmos que gerenciavam o Bar do Theatro Municipal, onde foi construído de 1914-1916 o chamado Belvedere Trianon, com projeto do arquiteto Ramos de Azevedo. Tal restaurante era frequentado pela elite paulista e chegou a ter como frequentadores, príncipes europeus e Getúlio Vargas. Na região do parque havia também a casa de chá da família Rosati.

O parque decorado para o Natal de 2009.

Por muitos anos, foi ainda conhecido como Parque da Avenida e era frequentado pela alta sociedade que passou a morar na região da Paulista.

Na avenida entre ambos ocorria a largada de várias corridas de automóveis. Em 1925 ocorreu a primeira Corrida de São Silvestre, largando desse mesmo lugar. Em 1924 foi doado à Prefeitura de São Paulo e em 1931 o parque recebeu seu nome atual em homenagem ao tenente Antônio de Siqueira Campos, um paulista de Rio Claro e herói do Movimento Tenentista de 1924.

A partir de 1968, na gestão do prefeito Faria Lima, o parque passou por várias mudanças que tiveram a assinatura do paisagista Burle Marx e do arquiteto Clóvis Olga. O parque é tombado pelo CONDEPHAAT e pelo CONPRESP.

Descrição[editar | editar código-fonte]

O piso das pistas e trilhas o diferencia de outros parques pois é formado por pedras portuguesas. Conta com locais para recreação infantil, aparelhos de ginástica, sanitários públicos e centro administrativo, tornando-se um refúgio de lazer e descanso no meio da agitada Avenida Paulista.

Ainda há outros atrativos como a Trilha do Fauno, um caminho com 600 metros que conecta a Avenida Paulista à Alameda Santos, onde é possível encontrar duas estátuas: Fauno, de Vítor Brecheret, e Aretusa, de Francisco Leopoldo e Silva. Próxima a entrada do parque ainda é possível visualizar uma obra em mármore de Luigi Brizzollara, a qual representa Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera.

Aos domingos e feriados, entre 7h e 16h, o parque é um dos pontos do circuito Centro-Paulista da Ciclofaixa de lazer. Por domingo, o parque chega a receber cerca de 8.000 visitantes.

O Parque Trianon fica próximo à estação Trianon-Masp da Linha-2 Verde do Metrô. Disponibilizam-se 5 linhas de ônibus com paradas na frente do parque que pode ser visitado diariamente das 6h às 18h.[3][4] Praticamente a única época do ano em que é possível fazer uma visita ao parque, no período da noite, é no Natal, chamando atenção por causa das árvores enfeitadas com luzes natalinas.[5] Porém por conta da crise financeira em que o país se encontrava , como uma medida de corte de gastos, não houve enfeites de natal no parque em 2016.[6]

Vegetação[editar | editar código-fonte]

Dentro de seus 48,6 mil m² de área verde, o Parque incorpora uma vasta vegetação composta por espécies remanescentes da Mata Atlântica, além de espécies exóticas e mudas da vegetação nativa que foram introduzidas no sub-bosque para aumentar a flora, que totaliza 135 espécies registradas. Destaque para os exemplares de de araribá-rosa, canela-poca, cedro, jequitibá, pau-ferro, sapopemba, sapucaia, palmeira-de-leque-da-china, seafórtia e tamboril. Das 135 espécies encontradas no parque, 8 estão ameaçadas como a cabreúva, o chichá e o palmito-jussara.

Apesar de o parque ser localizado no meio da Avenida Paulista, um ambiente hostil para uma fauna diversificada, quem anda por entre as árvores pode se surpreender. A grande área verde serve de micro-habitat para diversas espécies, sendo um dos poucos lugares da cidade que proporciona uma condição adequada para a reprodução desses animais. Com exceção dos aracnídeos e a rãzinha-piadeira, uma espécie de anfíbio encontrado na Mata Atlântica, a fauna do parque abriga 37 espécies de animais alados catalogados, sendo duas espécies de borboletas, sete de morcegos e 28 de aves, entre elas o piriguari, tico-tico e sabiá-ferreiro.

Imagens[editar | editar código-fonte]

Galeria de imagens[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Portal da Prefeitura da Cidade de São Paulo». www.prefeitura.sp.gov.br. Consultado em 21 de abril de 2017 
  2. Omuro, Adriana. «Parque Trianon». www.cidadedesaopaulo.com. Consultado em 10 de abril de 2017 
  3. «Prefeitura de São Paulo». Tenente Siqueira Campos - Trianon. Prefeitura de São Paulo. Consultado em 4 de setembro de 2016 
  4. «SPTuris». Parque Trianon. SPTuris. Consultado em 4 de setembro de 2016 
  5. «Trianon: 1,8 milhão de luzes e horário especial | Da Redação | VEJA SÃO PAULO». 22 de dezembro de 2010 
  6. São Paulo, Estadão. «Natal da Avenida Paulista surpreende com pouca decoração». Estadão São Paulo. Consultado em 18 de abril de 2017 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]