Parque Tecnológico de São José dos Campos – Wikipédia, a enciclopédia livre

Parque Tecnológico São José dos Campos
(PqTec)
Parque Tecnológico de São José dos Campos
Lema "Inovação sem limites"
Fundação 2009
Empregados 1941 (contando todas as empresas residentes)
Sítio oficial www.pqtec.org.br

O Parque Tecnológico São José dos Campos é um empreendimento para a promoção de ciência, tecnologia e inovação. Faz parte do Sistema Paulista de Parques Tecnológicos, sendo o primeiro a receber o status definitivo no sistema, é o parque tecnológico mais avançado do Brasil.[1] Sua diversidade econômica, acadêmica e urbana o único parque de terceira geração do Brasil.

O parque está instalado em Eugênio de Melo, distrito da zona leste de São José dos Campos. Possui centros de desenvolvimento tecnológicos nas áreas de energia, TIC, aeronáutica, defesa, saúde, e recursos hídricos e saneamento ambiental;[2]. As empresas residentes nos centros empresariais do PqTec atuam nos setores de tecnologia da informação e comunicação, instrumentação eletrônica, geoprocessamento, aeronáutica, defesa, espacial, energia, saude e biomedicina[3]

No ano de 2019 são mais de 9000 pessoas trabalhando ou estudando no Parque, o que o torna o maior parque tecnológico do Brasil. O Parque tem quase 380 empresas/instituições vinculadas, como empresas residentes, startups incubadas e aceleradas, empresas associadas aos arranjos produtivos locais (APLs), institutos de ciência e tecnologia, universidades, entidades da sociedade civil e centros de desenvolvimento tecnológico.

Em 2019 apresenta sua fase de expansão, um bairro planejado denominado "Cidade Tecnológica" com 308.000m2 divididos em 116 lotes de uso diversificado, residências, serviços, residencias estudantes e empresas, consolidando o parque tecnológico no vale do silício brasileiro, o primeiro distrito de inovação planejado do Brasil.

História[editar | editar código-fonte]

Os primeiros estudos sobre a criação de um parque tecnológico em São José dos Campos foram realizados em meados da década de 1990, por ocasião de debates acerca do futuro da cidade e de meios para assegurar qualidade de vida ao município e seus habitantes. O desenvolvimento e industrialização do município de São José dos Campos esteve intimamente ligado à tecnologia, desde a criação do Centro Técnico de Aeronáutica em 1946 (mais tarde denominado Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, DCTA); de onde advieram o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em 1950, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em 1961, e a Embraer em 1969.

O Parque Tecnológico São José dos Campos foi instituído pelo Decreto Municipal nº 12.367/2006, de autoria do prefeito Eduardo Cury. Para abrigar o PqTec, a Prefeitura adquiriu as instalações de uma fábrica recém-desativada de componentes eletrônicos (Solectron), com cerca de 33 mil m² de área construída e área total de 188.000 m². O terreno fica às margens da via Dutra, e foi declarando como utilidade pública, para se dar início ao acordo entre a prefeitura e a iniciativa do Governo do Estado de se implantar um parque tecnológico na região.[4]

Entre 2006 e 2009 o Parque contou com uma estrutura provisória de gestão, sob responsabilidade conjugada da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da Prefeitura de São José dos Campos. Em 2009, passou a ser gerido pela Associação Parque Tecnológico de São José dos Campos (APTSJC), qualificada como Organização Social pela Prefeitura Municipal. O planejamento macro para o PqTec foi organizado em três etapas: estruturação (2006-2009), consolidação (2010-2015) e expansão (2016-presente).

No dia 28 de dezembro de 2010 o parque foi o primeiro parque tecnológico a receber o credenciamento da Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo no Sistema Paulista de Parques Tecnológicos, em cerimônia na capital paulista, cumprindo os requisitos previstos no decreto n° 54.196/2009.[5]

Em abril de 2016 o PqTec incorporou o Centro para Inovação e Competitividade do Cone Leste Paulista (Cecompi), que já funcionava nas dependências do Parque. O Cecompi contava com uma incubadora de empresas e administrava dois Arranjos Produtivos Locais: o Cluster Aeroespacial e Defesa, e o APL TIC Vale. Ao incorporar o Cecompi, o PqTec se tornou o maior complexo de inovação e empreendedorismo do País.

A área foi expandida através de aquisições pelo município no ano de 2017 para 1.200.000 m² o perímetro urbano com um plano rezoneamento especifico soma 15 milhões m² ao redor do Parque Tecnológico foi definido através de uma Lei de Zoneamento específica (Zona Especial do Parque Tecnológico, Zeptec), desenvolvendo assim o primeiro distrito de inovação do Pais de forma planejada e estruturada.

No ano de 2018 são mais de 6000 pessoas trabalhando ou estudando no Parque e ao seu redor, o que o torna o maior parque tecnológico do Brasil.

Centros Empresariais[editar | editar código-fonte]

O Parque Tecnológico tem 4 centros empresariais com uma área total de 55 mil metros quadrados. O Parque oferece às empresas residentes espaço físico e infraestrutura básica para abrigar suas instalações e pessoal, além de serviços para capacitação da gestão e oportunidades de networking com outras empresas, instituições de pesquisa e agentes financiadores. O Centro Empresarial recebe empresas de três eixos verticais: Empreendedorismo Inovador (em muito casos, empresas que iniciaram Incubadora / Aceleradora Nexus), Serviços Estratégicos (que possam agregar valor aos perfis das empresas já instaladas) e Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação.

Nexus Startups[editar | editar código-fonte]

O Nexus é uma incubadora e aceleradora de empresas de base tecnológica sem fins lucrativos que apoia a criação de novos negócios oferecendo o espaço físico para o empreendimento, serviços, assessoria, capacitação e networking. O Nexus pode ser comparado a uma fábrica de empresas: os empreendedores podem começar com uma ideia inicial de negócio e crescer até a consolidação como empresa residente no Centro Empresarial do Parque Tecnológico. O Nexus acompanha o crescimento das empresas, através dos seguintes programas:

  • Nexus Labs: Espaço compartilhado (coworking) em que o empreendedor trabalha em projetos que ainda estão no plano das ideias ou em fase bem inicial de elaboração.
  • Nexus Growth | Incubadora: Programa de incubação criado para empresas de tecnologia com modelo de negócios baseado na economia tradicional: indústria 4.0, agrotecnologia, internet das coisas, aeroespacial, entre outros. A empresa ingressa no programa por meio de um processo seletivo e pode ficar na incubação por até dois anos. Os empreendedores participam de mentoria, workshops e avaliações constantes, sempre em busca de alavancar o negócio e fazê-lo crescer.
  • Nexus Growth | Aceleradora: Programa de aceleração para empresas com modelo de negócios totalmente digital. O empreendedor apresenta sua proposta no processo seletivo e, se selecionado, pode ficar na aceleradora por até um ano. Os participantes passam por mentoria, workshops e avaliações específicas, sempre em busca de alavancar o negócio e fazê-lo crescer.
  • Nexus Scale-up | Aceleradora: Programa criado para atender as empresas graduadas no Nexus Growth. A empresa é alocada em um espaço do Centro Empresarial do Parque Tecnológico, por um preço de locação mais acessível e com o suporte e a orientação de especialistas. O processo dura até dois anos depois da graduação no Nexus Growth.
  • Nexus Scale-up | Centro Empresarial: Programa criado para atender empresas de qualquer origem que desejam se estabelecer no PqTec e já têm produto ou serviço consolidado no mercado. O Centro Empresarial recebe empresas de três eixos verticais: Empreendedorismo Inovador (em geral, oriundas do Nexus Growth), Serviços Estratégicos (que possam agregar valor aos perfis das empresas já instaladas) e Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação. A empresa aluga um espaço do Centro Empresarial e passam por programas de acompanhamento de acordo com sua área de atuação.

Arranjos Produtivos Locais (APLs)[editar | editar código-fonte]

O Parque Tecnológico São José dos Campos contém 2 Arranjos Produtivos Locais (APLs): Aeroespacial e Defesa, com 94 empresas associadas e TIC Vale, com 67 empresas associadas. Os APL (ou clusters, em inglês) desenvolvem e coordenam programas com direcionamento na geração de oportunidade para novos negócios e na capacitação de empresas para fomentar a competitividade, a inovação e o crescimento sustentado das cadeias produtivas.

TIC Vale[editar | editar código-fonte]

O Arranjo Produtivo Local de Tecnologia da Informação e Comunicação (APL TIC Vale) foi criado em 2011 e hoje reúne empresas que atuam no desenvolvimento de hardwares, softwares e serviços de TI, com foco em varejo, cidades inteligentes e indústria 4.0. Este APL busca prover um ambiente favorável ao desenvolvimento tecnológico e de processo contínuo, alinhado às práticas de mercado, e propiciar a capacitação permanente para gestão de produtos e serviços reconhecidos como soluções de classe mundial[6]. Também estimula a implantação de melhores práticas em gestão administrativa e de pessoas para sustentar o crescimento das empresas associadas.

Atualmente, o APL realiza, nas dependências do Parque Tecnológico, a RM Vale TI - Feira de Tecnologia e Inovação.

Cluster Aero[editar | editar código-fonte]

Com formato de Arranjo Produtivo Local (APL), o Brazilian Aerospace Cluster (Cluster Aero) foi formado em 2009 e reúne empresas das cadeias aeroespacial e defesa. Sua empresa-âncora é a Embraer. Ao todo, são 23 mil postos de trabalho e faturamento anual de U$ 7 bilhões. As empresas, em sua maioria, atuam em consultoria, engenharia, serviços, indústria e manufatura, e defesa e segurança[6].

No Brazilian Aeroespace Cluster há empresas de seis estados brasileiros; a maior parte delas (60%), porém, está sediada em São José dos Campos (SP), algumas dentro do próprio Parque Tecnológico.

Vários benefícios são oferecidos pelo Brazilian Aeroespace Cluster às empresas associadas, como participação em feiras nacionais e internacionais, missões comerciais, rodada de negócios, formação de consórcios. E há programas visando a internacionalização, a capacitação e a obtenção de certificações.

O Brazilian Aeroespace Cluster é o executor do Projeto Setorial Aeroespacial da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).

Centros de Desenvolvimento Tecnológicos[editar | editar código-fonte]

O parque possui 5 Centros de Desenvolvimento Tecnológicos (CDTs) voltados para as áreas de energia, tecnologia da informação, aeronáutica, saúde, e para recursos hídricos e saneamento ambiental. Existem também planos para criar CDTs para as áreas espacial, defesa, automotivo, e ferroviário.[2]

Empresas de todos os portes e instituições de P,D&I brasileiras ou estrangeiras podem fazer projetos de forma colaborativa nos Centros de Desenvolvimento Tecnológico (CDTs) do PqTec. Cada CDT normalmente é dedicado a um tema, deve contar com uma empresa ou instituição de pesquisa âncora, abrigar ao menos um projeto estruturante e ter sua colaboração sediada no PqTec. O primeiro a ser criado foi o Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Aeronáutica (CDTA), em 2006, e que teve a Embraer como empresa-âncora. Participaram também o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT). O convênio foi encerrado em maio de 2016, depois da realização de um conjunto de estudos e pesquisa, demonstrando o êxito do modelo.

Parque das Universidades[editar | editar código-fonte]

Uma parte do parque está destinada para as instalações de instituições de ensino, o Parque das Universidades, e conta atualmente com:

FATEC[editar | editar código-fonte]

A Faculdade de Tecnologia de São José dos Campos Prof. Jessen Vidal forma tecnológos nas área de: Análise e desenvolvimento de Sistemas, Banco de Dados, Gestão da Produção Industrial, Logística, Manufatura Avançada, Manutenção de Aeronaves, Projeto de Estruturas Aeronáuticas.

UNIFESP[editar | editar código-fonte]

A Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) têm um campus em São José dos Campos, o Instituto de Ciência e Tecnologia, numa área de 126 mil m².[7][8] A Universidade oferece cursos nos níveis de graduação, mestrado e doutorado, nas áreas de tecnologia da informação, engenharia e biotecnologia.

UNESP[editar | editar código-fonte]

A Universidade Estadual Paulista (UNESP) já possuía um campus na região central da cidade, a Faculdade de Odontologia de São José dos Campos. A segunda unidade oferece o curso de Engenharia Ambiental no núcleo do Parque Tecnológico, enquanto sua nova unidade ainda não estiver construída.[9]

Referências

  1. Ciência e Tecnologia - Parques Tecnológicos. Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia
  2. a b «Centros de Desenvolvimento Tecnológicos». Consultado em 21 de março de 2012. Arquivado do original em 19 de maio de 2012 
  3. «Centros Empresariais». Consultado em 21 de março de 2012. Arquivado do original em 19 de maio de 2012 
  4. Prefeitura declara de utilidade pública área da Solectron. Prefeitura da Cidade de São José dos Campos
  5. «Conheça o Parque - Histórico». Consultado em 21 de março de 2012. Arquivado do original em 9 de abril de 2012 
  6. a b Campos, Prefeitura de São José dos. «Arranjos produtivos locais». www.sjc.sp.gov.br. Consultado em 14 de maio de 2018 
  7. Unifesp e Prefeitura de SJC assinam contrato de execução das obras do Campus no Parque Tecnológico. UNIFESP
  8. Sobre as instalações atuais Arquivado em 27 de dezembro de 2011, no Wayback Machine.. UNIFESP de São José dos Campos
  9. Unesp implanta curso de engenharia ambiental Arquivado em 3 de março de 2016, no Wayback Machine.. O Vale.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]