Parque Natural Municipal das Dunas da Lagoa da Conceição – Wikipédia, a enciclopédia livre

Parque Natural Municipal das Dunas da Lagoa da Conceição
Tipo: Parque Natural Municipal
Parque Natural Municipal das Dunas da Lagoa da Conceição
Panorâmica dos campos de dunas que fazem parte do Parque, em frente às praias da Joaquina e Campeche
Localização
País  Brasil
Estado Santa Catarina
Município Florianópolis
Dados
Área 706,76 ha (7 070 000 )
Criação 16 de setembro de 1988 (35 anos)
Gestão FLORAM
Coordenadas 27° 37' 35" S 48° 27' 22" O
. está localizado em: Brasil
.
Localização do Parque Natural Municipal das Dunas da Lagoa da Conceição

O Parque Natural Municipal das Dunas da Lagoa da Conceição, é uma área protegida de 706,76 hectares, localizada na região leste da cidade de Florianópolis, no sul do Brasil[1]. É conhecido por suas belas paisagens, compostas de vastos campos de dunas, muitas vezes cobertas por diferentes tipos de vegetação do ambiente de restinga, e recortadas por uma ampla e complexa rede de lagoas e cursos de água[2]. O Parque apresenta grande importância econômica e ecológica, através do intenso turismo que recebe e proteção de diversas espécies de animais, plantas e mananciais.

As chamadas Dunas da Joaquina são as atrações mais famosas localizadas dentro do Parque. São conhecidas assim por estarem em frente à Praia da Joaquina e representam uma das atrações naturais mais importantes da cidade. Devido esta fama, o Parque também é chamado popularmente de Parque das Dunas da Joaquina. Estas dunas, de fácil localização, proporcionam uma paisagem panorâmica de extrema beleza e são ideais para a prática do esporte sandboard, em diferentes níveis de dificuldade, o que atrai diariamente uma grande número de turistas e esportistas do gênero.

Histórico[editar | editar código-fonte]

O Parque foi criado oficialmente em 1988, através do decreto municipal nº 231/1988[3], que visou conter o avanço da urbanização sobre a extensa área de dunas compreendida inicialmente entre Praia da Joaquina e a Lagoa da Conceição, preservando a paisagem natural e destinando o lugar para práticas adequadas de educação, lazer, recreação e pesquisa científica[3]. Anteriormente, desde 1975, esta área já era considerada um patrimônio da cidade, através dos decretos municipais nº1.261/1975 e nº213/1979, de 1979, mas que não conseguiram impedir construções ilegais no local.

Em 2018, completando 30 anos de sua criação, Parque teve sua área ampliada pela lei municipal Nº 10.388/2018[1], acrescentando-se boa parte da restinga localizada ao redor da Praia do Campeche, além de importantes mananciais da região, como a Lagoa Pequena e Lagoa da Chica. Através desta lei, o Parque foi finalmente adequado ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, passando a ser nomeado oficialmente de “Parque Natural Municipal”, e não apenas “Parque Municipal”, como era anteriormente chamado.

Em destaque, as maiores dunas do Parque, em frente à Praia da Joaquina.

Importância[editar | editar código-fonte]

O Parque abriga, além de suas dunas que movimentam a economia local com o turismo, uma rica biodiversidade de animais e plantas, protegendo ainda mananciais superficiais e um importante estoque de água potável subterrâneo, o Aquífero Campeche[4]. Conectadas ao Parque nas suas imediações, localizam-se ainda importantes atrações turísticas da cidade, como a Praia do Campeche, Praia da Joaquina, Lagoa da Conceição e a Avenida das Rendeiras, locais que também desempenham papel importante na economia turística da cidade.

Vegetação do Parque, típica do ambiente de restinga. À direita, a planta sempre-viva-de-mil-flores, e de flores vermelhas, a orquídea Epidendrum fulgens.

Biodiversidade[editar | editar código-fonte]

Na área do Parque, pesquisas científicas já catalogaram pelo menos 326 espécies de plantas vasculares[5], dezenas de espécies de aves e algumas de lagartos, anfíbios e mamíferos[6][7][8][9]. Mais de 150 espécies de insetos já foram encontradas numa única espécie de planta que habita o Parque[10], além de outras dezenas de espécies de formigas, moscas e outros grupos de insetos localizados em outros ambientes do local[11]. As aves migratórias como a marreca-parda encontram nas lagoas do Parque um importante local para se alimentarem e descansar.

Entre as espécies típicas do Parque, temos a bela planta sempre-viva-de-mil-flores, capaz de abrigar dezenas de espécies de insetos em seu interior[10], e o lagartinho-da-areia[8], ambas encontradas no local, mas com distribuição espacial bastante restrita pelo Brasil.

Ameaças[editar | editar código-fonte]

O Parque tem sofrido com a ocupação desordenada da região, especialmente através de construções ilegais, incêndios criminosos, despejo de lixo e invasão das dunas pelo pinheiro Pinus elliottii, uma espécie exótica invasora cuja presença altera profundamente os ecossistemas locais[12].

Panorâmica completa da extensão do Parque Natural Municipal das Dunas da Lagoa da Conceição. Nas imediações, à esquerda as praias da Joaquina e Campeche e à direita a Lagoa da Conceição.

Galeria de fotos[editar | editar código-fonte]


Referências

  1. a b Lei Municipal Nº 10.388, de 05 de Junho de 2018. Prefeitura Municipal de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. 5 de Junho de 2018. Acesso ao conteúdo online em 04 de agosto de 2018.
  2. Güttler, F.N. 2006. Mapeamento da Vegetação do Parque Municipal das Dunas da Lagoa da Conceição, Florianópolis – SC. Monografia de Conclusão do Curso de Ciências Biológicas da UFSC.
  3. a b Decreto Municipal Nº231, de 16 de setembro de 1988. Prefeitura Municipal de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. 16 de setembro de 1988. Acesso ao conteúdo online em 04 de agosto de 2018.
  4. Bastos, M. D. A. 2004. Mapa Hidrográfico. Atlas do município de Florianópolis. IPUF, Florianópolis, p. 32-33. Acesso ao conteúdo online em 04 de agosto de 2018.
  5. Guimarães, T. B. 2006. Florística e fenologia reprodutiva de plantas vasculares na restinga do Parque Municipal das Dunas da Lagoa da Conceição,  Florianópolis,  SC.  Dissertação  (Mestrado  em    Biologia  Vegetal) – UFSC, Florianópolis, 107pp. Acesso ao conteúdo online em 04 de agosto de 2018.
  6. Medeiros Junior,  R. G. S. 2008. Diversidade e abundância de aves em fragmentos  isolados  de  Eucaplyptus  sp.  na  restinga  da  praia  da Joaquina, Ilha de Santa Catarina - Brasil. Monografia (Graduação  em  Ciências  Biológicas) - UFSC, Florianópolis, 44 pp. Acesso ao conteúdo online em 04 de agosto de 2018.
  7. Rocha, C. F. D.; Ariani, C. V.; Menezes, V. A.; Vrcibradic, D.  2008. Effects of a fire on a population of treefrogs (Scinax cf. alter, Lutz) in a restinga habitat in southern Brazil. Brazilian Journal of Biology, 68(3): 539-543. Acesso ao conteúdo online em 04 de agosto de 2018.
  8. a b Da Silva, C. M. 2006. Filogeografia e diferenciação morfológica das populações  de  Liolaemus  occipitalis  Boulenger,  1885  (Iguania: Liolaemidae)  ao  longo  de  seu  domínio  geográfico.    Dissertação (Mestrado  em Biologia Animal)  -  Instituto  de Biociências da UFRGS, Porto Alegre. 101 pp.
  9. Graipel, M. E.; Cherem, J. J.; Ximenez, A. 2001. Mamíferos  terrestres não voadores da Ilha de Santa Catarina, sul do Brasil. Biotemas, 14(2): 109-140. Acesso ao conteúdo online em 04 de agosto de 2018.
  10. a b Martins, A. G. 2013. Uma planta, um universo: compreendendo a biodiversidade associada à sempre-viva-de-mil-flores, Actinocephalus polyanthus (Eriocaulaceae), em dunas no Sul do Brasil. Monografia de Conclusão  de Curso. Curso  de Ciências Biológicas da UFSC. Acesso ao conteúdo online em 04 de agosto de 2018.
  11. Bonnet, A.; Lopes, B.C. 1993. Formigas de dunas e restingas da Praia da Joaquina,    Ilha    de    Santa    Catarina,    SC    (Insecta:    Hymenoptera).  Biotemas, 6(1): 107-114. Acesso ao conteúdo online em 01 de agosto de 2018.
  12. Barbosa, T. C. P. 2003. ECOLAGOA - Um breve documento  sobre  a  Ecologia  da  Bacia  Hidrográfica  da  Lagoa  da Conceição. Pallotti, Florianópolis, p. 52.