Pandemia de COVID-19 nos Estados Unidos – Wikipédia, a enciclopédia livre

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Pandemia de COVID-19 nos Estados Unidos

O navio-hospital USNS Comfort chegando em Nova Iorque para dar auxílio ao sistema de saúde local, ao final de março de 2020, no auge da pandemia na cidade.
Pandemia de COVID-19 nos Estados Unidos
Doença COVID-19
Agente infeccioso SARS-CoV-2
Data de início 21 de janeiro de 2020
Localidade Estados Unidos
País Estados Unidos
Site Website oficial
Estatísticas Globais
Casos confirmados 103 802 702 (9 março 2023)[1]
Mortes 1 123 836 (9 março 2023)[1]

A pandemia do SARS-CoV-2 nos Estados Unidos começou em 21 de janeiro de 2020. Em 25 de fevereiro de 2020, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) confirmaram vários casos de coronavírus nos Estados Unidos. Atualmente, o CDC divide os números em casos entre viajantes individuais, casos devidos a pessoas espalhadas pelos Estados Unidos e casos entre cidadãos repatriados de locais de crise, como Wuhan, China e o navio de cruzeiro Diamond Princess. O CDC publica edições atualizadas toda segunda, quarta e sexta-feira. Esses números são copiados na tabela a seguir.[4]

No dia 4 de abril de 2020, segundo balanço da Universidade Johns Hopkins (JHU),[5] noticiado pela CNN, foram registrados mais de 300 mil casos confirmados para o novo coronavírus.[6] No dia 10 de abril, ultrapassaram 500 mil casos. No mesmo dia, os Estados Unidos bateram um novo recorde e foram o primeiro país a registrar mais de duas mil mortes em um período de 24 horas, segundo dados da JHU.[7] No dia 22 de abril, foi divulgado que os Estados Unidos identificaram duas mortes de pacientes, um no dia 17 de fevereiro, e outro dia 6 de fevereiro, 20 dias antes da primeira confirmação oficial.[8] Em 24 de abril de 2020, o número de mortes nos Estados Unidos superaram 50 mil.[9]

No final de março de 2020, os Estados Unidos se tornaram o epicentro da pandemia de coronavirus no mundo, concentrando o maior número de infectados e mortos dentre os quase 190 países e territórios que registraram casos do vírus. A cidade de Nova Iorque se destacou dentro da nação com uma alta taxa de infecção e letalidade.[10] Em 27 de maio, os Estados Unidos se tornaram o primeiro país no mundo a chegar a marca de 100 000 fatalidades por causa do COVID-19. Os estados de Nova Iorque, Nova Jérsei, Illinois, Pensilvânia, Massachusetts, Califórnia, Texas e Flórida eram, à época, os epicentros das infecções no país, concentrando a maioria dos casos e mortes.[11] No começo de julho, os Estados Unidos registraram mais de 3 milhões de casos de infecção pelo COVID-19 nos territórios da nação, mais do que qualquer outro país no mundo, na época.[12]

Em 13 de março, o presidente Donald Trump declarou emergência nacional.[13] O Governo Trump foi acusado de agir de forma muito lenta para responder a crise do coronavirus, esperando até meados de março para autorizar a compra de grandes quantidades de equipamentos médicos.[14] O governo também usou o Defense Production Act para direcionar a indústria privada a construir material médico. Em 17 de abril, as autoridades federais autorizaram a declaração de desastre para todos os estados e territórios. Uma segunda onda de infecções começou em junho de 2020, após vários estados relaxarem as medidas de restrição social.[15]

A maioria dos estados e territórios americanos aprovaram diversas medidas como resposta a pandemia, incluindo regras de distanciamento social, quarentenas, proibição e cancelamento de aglomerações (especialmente festivais e eventos esportivos) e fechamento de escolas.[16] O maior número de casos é visto, desproporcionalmente, nas comunidades de afro-americanos e latinos,[17][18][19] e muitos casos foram reportados de xenofobia e racismo contra americanos de origem asiatica.[20] Entre as diversas consequências da pandemia, a economia dos Estados Unidos entrou em recessão e o desemprego subiu de 3,5% para 14,7% entre fevereiro e abril. Como resultado da desaceleração da atividade econômica, o PIB do país chegou a encolher 38% no segundo trimestre do ano, enquanto a dívida pública cresceu exponencialmente.[21][22]

Em dezembro de 2020, após quase um ano depois do primeiro caso ter sido reportado, os Estados Unidos adquiriu uma vacina contra o COVID-19 e começou a imunizar sua população.[23] Em janeiro de 2021, o novo presidente, Joe Biden, adotou novas medidas para conter a pandemia de COVID-19, instruindo as agências do governo para trabalharem mais rápido na vacinação de pessoas, reabertura de escolas e uso obrigatório de máscaras em transporte público interestadual.[24] O governo também anunciou que pretendia passar um plano econômico de US 1,9 trilhões de dólares para lidar com a crise, social e econômica, do COVID-19.[25]

Novos casos por dia[editar | editar código-fonte]

Predefinição:Dados da pandemia de COVID-19/Gráfico de casos médicos nos Estados Unidos

  Novos casos por dia

  Média dos últimos sete dias

Críticas ao sistema de saúde[editar | editar código-fonte]

Uma enfermeira da marinha dos Estados Unidos, abordo do USNS Comfort, cuidando de uma unidade de tratamento intensivo.

Como o sistema de saúde público nos Estados Unidos não contempla toda a população, os cidadãos ficam sem outra opção além de obrigatoriamente contratar um convênio particular para garantir seus cuidados médicos. Do ponto de vista de mercado, esse é um ponto negativo, pois as seguradoras estabelecem suas próprias condições e, muitas vezes, elas podem ser abusivas.[27]

Além disso, muitos estadunidenses deixam de ir ao médico para não gastar – tanto os que não têm convênio, quanto os que têm, pois a cobertura médica oferecida pela empresa privada nunca é completa. Sem prevenção, só recorrem aos cuidados médicos quando a situação já é grave. Depender de um sistema de saúde privado também dá espaço para desigualdade, já que só tem convênio quem pode pagar por ele. Para aumentar seus lucros, as seguradoras privadas ainda criam planos mais caros, voltados para pessoas com maior poder aquisitivo. Se o sistema de saúde público atendesse todos os cidadãos, os estadunidenses provavelmente gastariam menos e teriam os mesmos direitos, independente da renda de cada um. Os cuidados médicos nos Estados Unidos custam caro. Se você for internado por três dias e não tiver seguro, terá de desembolsar cerca de US$ 30 mil (aproximadamente R$ 140 mil na cotação atual) para pagar a conta do hospital.

Problemas técnicos no desenvolvimento de provas para detectar o desenvolvimento de provas para detectar o coronavírus e a limitação dos testes a uma pequena parte da população contribuíram para a propagação do COVID-19 nos Estados Unidos, denunciaram vários especialistas sanitários. A FDA, agência de medicamentos dos Estados Unidos, também tinha proibido aos laboratórios públicos estatais desenvolver e distribuir seus próprios testes baseados no da OMS. Os autores do estudo também advertiram sobre a reação desproporcional do público agora que a epidemia se espalhou.[28]

Outro obstáculo no combate ao coronavírus é o fato de que mais de 27 milhões de pessoas nos Estados Unidos não têm seguro de saúde, segundo dados do Censo americano, e o país não tem um sistema de saúde universal gratuita. Sem o benefício e diante da pressão financeira de ficar dias sem salário, esses americanos costumam trabalhar mesmo que estejam doentes ou que alguém da família esteja contaminado, colocando em risco colegas e o público. Além de não terem acesso à licença médica remunerada, muitos funcionários americanos também não podem trabalhar remotamente, de casa - outra recomendação do governo em caso de epidemia de coronavírus. Entre os países ricos, os Estados Unidos se destacam por serem um dos únicos que não oferecem a seus trabalhadores benefícios como licença médica, férias remuneradas ou licença maternidade. Como esses benefícios não estão previstos em lei federal, a decisão fica a cargo do empregador.[29]

Entre os que têm plano de saúde, muitas vezes a cobertura é limitada e exige alto percentual de co-pagamento. Além disso, é comum receber cobranças que não estavam previstas na hora de negociar os detalhes do tratamento. Recentemente, alguns americanos que foram obrigados a ficar em quarentena por causa do coronavírus relataram ter recebido cobranças de milhares de dólares, apesar de o isolamento ter sido obrigatório por ordem do governo. Em um dos casos, relatado pelo jornal The New York Times, um americano contou que ele e sua filha haviam sido evacuados de Wuhan, epicentro do coronavírus na China, pelo governo americano e colocados em quarentena, o que incluiu alguns dias em isolamento em um hospital. Apesar de a hospitalização ter sido ordenada pelo governo - e de não terem sido diagnosticados com o vírus -, ele recebeu uma conta de quase US$ 4 mil (mais de R$ 18 mil) por serviços de ambulância, médicos e radiologista. Segundo especialistas, todos esses obstáculos devem ameaçar o controle da epidemia, que depende de medidas como ampliar o acesso aos testes e a tratamentos e fazer com que aqueles com sintomas ou que tenham alguém afetado na família fiquem em casa, evitando contaminar outras pessoas.[carece de fontes?]

Notas

  1. A disponibilidade de kits de teste foi inicialmente muito limitada, com técnicas mais eficientes ainda sendo desenvolvidas.[26]

Referências

  1. a b https://github.com/CSSEGISandData/COVID-19; data de acesso: 4 maio 2023.
  2. a b Johns Hopkins CSSE. «Coronavirus COVID19 (2019-nCoV)» (ArcGIS). Coronavirus COVID-19 Global Cases. Consultado em 16 de setembro de 2022 
  3. a b «Cases in U.S.». Centros de Controle e Prevenção de Doenças. Consultado em 16 de setembro de 2022 
  4. Coronavirus Disease 2019 (COVID-19) in the U.S.
  5. «EUA registra mais de 300 mil casos de coronavírus e cerca de 8 mil mortos (Johns Hopkins)». IstoÉ. 4 de abril de 2020. Consultado em 4 de abril de 2020 
  6. «There are more than 300,000 coronavirus cases reported in the US» (em inglês). CNN. 4 de abril de 2020. Consultado em 4 de abril de 2020 
  7. «EUA chegam a 500 mil casos e estão perto de se tornar país com mais mortes por coronavírus no mundo». G1. Globo. 10 de abril de 2020. Consultado em 11 de abril de 2020 
  8. «Primeira morte por Covid-19 nos EUA ocorreu 20 dias antes do reportado inicialmente». G1. Globo. 22 de abril de 2020. Consultado em 22 de abril de 2020 
  9. «Número de mortos pela covid-19 nos EUA passa de 50 mil». R7. Consultado em 24 de abril de 2020 
  10. «US is new epicenter of the coronavirus pandemic». L. Consultado em 3 de maio de 2020 
  11. «UA registram mais de 100 mil mortes por Covid-19, segundo levantamento». G1. Consultado em 27 de maio de 2020 
  12. «Casos de novo coronavírus nos EUA chegam a 3 milhões, diz universidade». G1. Consultado em 8 de julho de 2020 
  13. Liptak, Kevin (13 de março de 2020). «Trump declares national emergency—and denies responsibility for coronavirus testing failures». CNN. Consultado em 18 de abril de 2020 
  14. Biesecker, Michael (7 de abril de 2020). «US 'wasted' months before preparing for coronavirus pandemic». Associated Press. Consultado em 24 de abril de 2020 
  15. Paige Winfield Cunningham; Paulina Firozi. «The Health 202: The Trump administration is eyeing a new testing strategy for coronavirus, Anthony Fauci says». The Washington Post 
  16. Deb, Sopan; Cacciola, Scott; Stein, Marc (11 de março de 2020). «Sports Leagues Bar Fans and Cancel Games Amid Coronavirus Outbreak». The New York Times. ISSN 0362-4331. Consultado em 12 de março de 2020 
  17. Godoy, Maria (30 de maio de 2020). «What Do Coronavirus Racial Disparities Look Like State By State?». NPR. Consultado em 2 de novembro de 2020 
  18. Karson, Kendall; Scanlan, Quinn (22 de maio de 2020). «Black Americans and Latinos nearly 3 times as likely to know someone who died of COVID-19: Poll». ABC News 
  19. «States tracking COVID-19 race and ethnicity data». American Medical Association. 28 de julho de 2020. Consultado em 31 de julho de 2020 
  20. Sabrina Tavernise; Oppel Jr, Richard A. (23 de março de 2020). «Spit On, Yelled At, Attacked: Chinese-Americans Fear for Their Safety». The New York Times. Consultado em 23 de março de 2020. Cópia arquivada em 23 de março de 2021 
  21. «An update to the budget outlook 2020 to 2030». 2 de setembro de 2020. Consultado em 3 de novembro de 2020 
  22. «CBO's Current Projections of Output, Employment, and Interest Rates and a Preliminary Look at Federal Deficits for 2020 and 2021». 24 de abril de 2020 – via cbo.gov 
  23. «EUA somam 1 milhão de pessoas vacinadas contra a Covid-19; mundo já tem 2,8 milhões». G1. Consultado em 23 de dezembro de 2020 
  24. «Biden signs 10 executive orders to tackle Covid-19». BBC News. 21 de janeiro de 2021. Consultado em 13 de fevereiro de 2021 
  25. Alonso-Zaldivar, Ricardo; Barrow, Bill (14 de janeiro de 2021). «Biden unveils $1.9T plan to stem COVID-19 and steady economy». Associated Press. Consultado em 13 de fevereiro de 2021 
  26. Wetsman, Nicole (17 de março de 2020). «Coronavirus testing shouldn't be this complicated». The Verge. Consultado em 20 de março de 2020 
  27. Luz, Camila (14 de março de 2018). «COMO FUNCIONA O SISTEMA DE SAÚDE DOS ESTADOS UNIDOS?». Politize!. Consultado em 11 de março de 2020 
  28. «Especialistas denunciam estratégia de detecção do coronavírus nos EUA». Estado de Minas. 10 de março de 2020. Consultado em 11 de março de 2020 
  29. «A ameaça do coronavírus nos EUA, onde milhões não têm licença médica nem saúde pública». BBC Brasil. 5 de março de 2020. Consultado em 11 de março de 2020