Palestina Prima – Wikipédia, a enciclopédia livre

Provincia Palæstina Prima
Província da Palestina Prima
Província do(a) Império Bizantino
 
390636
 



Palestina I num mapa da Diocese do Oriente c. 400
Capital Cesareia Marítima

Período Antiguidade Tardia
390 Divisão da Síria Palestina
484/572 Revoltas Samaritanas
614-628 Ocupação persa e Revolta judaica
636 Conquista muçulmana da Síria

Palestina Prima ou Palestina I foi uma província do Império Bizantino que durou de 390[1] até a década de 630 abrangendo as regiões da antiga Judeia, Samaria, o litoral e a Pereia, com capital em Cesareia.[2] Ela foi perdida durante a Guerra bizantino-sassânida de 602-628 e foi transformada na Comunidade Judaico-Sassânida em 614, mas acabou sendo reanexada em 628 apenas para ser perdida novamente, desta vez de forma definitiva, durante a conquista muçulmana da Síria em 636.

História[editar | editar código-fonte]

A região da Síria Palestina passou a se subordinar à Diocese do Oriente da Prefeitura pretoriana do Oriente no final do século III. Já sob a gestão do Império Romano do Oriente, ela foi subdividida em Palestina Prima e Palestina Secunda. No século VI, a Palestina Salutar foi segregada.

Apesar do predomínio cristão através dos séculos IV e V, os samaritanos conseguiram tornar-se semi-autônomos na região montanhosa da Samaria, uma situação que finalmente escalaria numa série de revoltas abertas. A quarta das Revoltas Samaritanas durante o período levou à virtual extinção da comunidade e acabou quase extinguindo também os cristãos da região. No final do século VI, os bizantinos e seus aliados árabes cristãos, os gassânidas, conseguiram finalmente controlar a situação.

Em 614, porém, a Palestina Prima e a Palestina Secunda foram conquistadas por um exército misto de sassânidas e judeus que conseguiram estabelecer uma comunidade conjunta na região. O evento foi um choque para a sociedade cristã da época, pois muitas das igrejas da região foram demolidas e a Vera Cruz foi levada pelos persas para Ctesifonte. Depois do recuo das tropas persas e da rendição final dos rebeldes judeus, a região foi novamente anexada ao império em 628.[3]

O controle bizantino foi perdido, desta vez definitivamente, em 636, durante a conquista muçulmana da Síria.

Religião[editar | editar código-fonte]

Durante o período bizantino, a Palestina Prima gradualmente tornou-se um centro importante para o cristianismo, atraindo numerosos monges e acadêmicos religiosos do Oriente Médio e da Europa Meridional que abandonaram suas crenças greco-romanas. O arianismo e outras formas heterodoxas do cristianismo também foram vivamente rejeitadas.

As diversas variações da religião mosaica ainda existiam entre os séculos IV e VI, praticadas pelas comunidades étnicas dos samaritanos e judeus. Porém, com o declínio de ambas, pela guerra e pela conversão, ela também declinou. No final do período bizantino, poucas sinagogas haviam sobrevivido às revoltas. A cidade de Hebrom é conhecida por ser uma das últimas cidades judaicas remanescentes na época (apesar de a Caverna dos Patriarcas, assim como muitos outros locais sagrados para o judaísmo, ter sido transformada em uma igreja).

Sés episcopais[editar | editar código-fonte]

As sés episcopais da província e que aparecem no Annuario Pontificio como sés titulares são:[4]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Lehmann, Clayton Miles (1998). «Palestine: History: 135–337: Syria Palaestina and the Tetrarchy». The On-line Encyclopedia of the Roman Provinces. University of South Dakota. Consultado em 6 de janeiro de 2009. Arquivado do original em 11 de agosto de 2009 
  2. Thomas A. Idniopulos (1998). «Weathered by Miracles: A History of Palestine From Bonaparte and Muhammad Ali to Ben-Gurion and the Mufti». The New York Times. Consultado em 11 de agosto de 2007 
  3. Greatrex-Lieu(2002), II, 196
  4. Annuario Pontificio 2013 (Libreria Editrice Vaticana 2013 ISBN 978-88-209-9070-1), "Sedi titolari", pp. 819-1013