Paleoetnobotânica – Wikipédia, a enciclopédia livre

Paleoetnobotânica, também conhecida como arqueobotânica nos círculos acadêmicos da Europa, é uma sub-área arqueológica que estuda remanescentes botânicos em sítios arqueológicos. Baseado na recuperação e identificação de vestígios botânicos e na informação ecológica e cultural existente nas plantas modernas, muitos temas de pesquisas focam no uso de plantas selvagens, a origem da agricultura, domesticação e coevolução na interação humano-planta.

Paleoetnobotânicos usam uma variedade de métodos para recuperar e identificar os vestígios botânicos. Um método utilizado para recuperar macrovestígios (objetos maiores que 100 µm, mas menores que 10 cm) é peneirar o material escavado em recipiente com água, permitindo que o material orgânico flutue. Esse método é conhecido como flotação. A matriz (solo de uma possível feição arqueológica) é adicionada lentamente na água agitada. O solo, areia e outros materiais pesados, conhecidos como fração pesada, ficaram depositados no fundo do recipiente. Os materiais orgânicos menos densos, como sementes carbonizadas, madeiras e ossos tenderão a flutuar na superfície. O material que flutua no topo, chamado de fração leve, é recolhido com uma peneira. A partir de então, ambas as frações serão levadas ao laboratório onde poderão passar por um exame mais detalhado.

Na identificação de macrovestígios o material é analisado em um microscópio, usando feições morfológicas como forma e características da superfície no caso de sementes ou microanatomia no caso de madeira ou carvão. A bibliografia para a identificação, assim como a comparação com uma coleção de plantas modernas são cruciais para um resultado confiável. Depende do tipo do material, e sua condição, como também de outros métodos de análise que podem ser aplicados como a lâmina delgada ou o Microscópio eletrônico de varredura.

Paleoetnobotânicos também recuperam e analisam microvestígios (como os fitólitos e pólen, excrementos humanos e de animais (coprólitos) ou impressões de plantas nos fragmentos cerâmicos e argila (como na argamassa).

Palinologia é uma disciplina científica distinta que estuda pólen, geralmente visando a reconstrução de um ambiente do passado.

Dendrocronologia, o estudo do crescimento dos anéis nas árvores também está relacionado ao estudo do passado ambiental, sendo uma disciplina científica distinta e muito utilizada na paleoetnobotânica.

Bibliografia Básica[editar | editar código-fonte]

  • Pearsall, Deborah M, Paleoethnobotany: A Handbook of Procedures, Second Edition, Academic Press, San Diego (2000), ISBN 0-12-548042-3.
  • Christine A. Hastorf (Editor), Virginia S. Popper (Editor), Current Paleoethnobotany : Analytical Methods and Cultural Interpretations of Archaeological Plant Remains (Prehistoric Archeology and Ecology series), University of Chicago Press (January 15, 1989), ISBN 0-226-31893-1.
  • Kristen J. Gremillion, People, Plants, and Landscapes: Studies in Paleoethnobotany, University of Alabama Press (February 1, 1997), ISBN 0-8173-0827-X.
  • Miksicek, C.H., Formation Processes of the Archaeobotanical Record., In: M.B.Schiffer (ed.) Advances in Archaeological Method and Theory 10. Academic Press, New York, (1987) 211-247, ISBN 0-12-003110-8 .