Palácio do Buriti – Wikipédia, a enciclopédia livre

Palácio do Buriti
Palácio do Buriti
Vista do palácio
Nomes alternativos Palácio do Governador
Tipo Sede do governo do Distrito Federal
Estilo dominante Modernismo
Arquiteto Nauro Jorge Esteves
Inauguração 25 de agosto de 1969 (54 anos)
Proprietário atual Governo do Distrito Federal
Geografia
País Brasil
Coordenadas 15.784366° S 47.90803° O
Palácio do Buriti está localizado em: Brasília
Palácio do Buriti
Geolocalização no mapa: Brasília

O Palácio do Buriti é a sede do poder executivo do Governo do Distrito Federal. O Palácio situa-se em Brasília, no Distrito Federal, e foi aberto em agosto de 1969.

Seu projeto é do arquiteto Nauro Jorge Esteves, que também projetou vários prédios da Zona Cívico-Administrativa e era o braço direito de Oscar Niemeyer. É composto do prédio principal e de um prédio anexo, mais alto, que fica atrás dele. Esta situado na Praça do Buriti, na via N1 do Eixo Monumental.

Histórico[editar | editar código-fonte]

O único dos grandes palácios da cidade que não foi projetado por Niemeyer, o Palácio do Buriti, e também a Praça da Municipalidade, como era chamada por Lúcio Costa no seu projeto para o Plano Piloto, foram projetados pelo arquiteto Nauro Jorge Esteves.[1] Ambos herdaram o nome do buriti que foi plantado no centro da praça, árvore esta que se tornou símbolo do Distrito Federal.[2] Ao nomear o palácio, Buriti se tornou um termo para se referir ao executivo distrital, da mesma forma que Planalto é usado para se referir ao executivo federal brasileiro.

O prédio e a praça foram inaugurados no dia 25 de agosto de 1969. O arcebispo de Brasília, Dom José Newton de Almeida Baptista, abençoou o palácio em um cerimonial de abertura.[3][4]

Buritinga e sede da Presidência[editar | editar código-fonte]

Em dezembro de 2006, o governador eleito José Roberto Arruda começou a cumprir uma promessa de campanha: deixar o Palácio do Buriti e levar o governo para uma nova sede. Naquele mês, ele escolheu o local, um quartel desativado da Polícia Militar em Taguatinga, o que levou a nova sede a ser apelidada de "Buritinga" - o nome oficial era Centro Administrativo de Taguatinga (Centrad). A mudança dividiu opiniões: o governador justificou que concentrar os órgãos públicos numa sede única geraria economia, mas o processo foi demorado, as obras atrasaram e haviam dificuldades mesmo para ir até o local, já que a maioria das secretarias ainda tinha suas atividades no Plano Piloto.[5]

Em 7 de abril de 2008, o governo federal, em razão de reformas efetuadas no Palácio do Planalto, formalizou sua transferência provisória para o Palácio do Buriti, a fim de que, nele, pudessem funcionar o Gabinete do Presidente da República e outros órgãos ligados diretamente a este. Na ocasião, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que pretendia retornar ao Palácio do Planalto ainda antes do final do seu segundo mandato.

A mudança para o Buritinga acabou se perdendo em meio a crise gerada pelo Escândalo do Mensalão no Distrito Federal, onde o governador Arruda acabou sendo preso.[6][5] Os governadores seguintes retornaram a despachar no Buriti e o Buritinga voltou a ser usado pela Polícia Militar.[7]

Arquitetura[editar | editar código-fonte]

O prédio principal tem três andares, sendo um térreo e mais dois pavimentos. Sua colunas, paredes e pisos são de mármore branco e bege, e tem características em comum com outros palácios da capital, com a fachada em vidro e o concreto armado.[8][9] Tem dois salões, o Branco e o Nobre, onde acontecem solenidades diversas. O Salão Branco, maior, recebe as cerimônias maiores e exposições de arte. Há ainda um auditório, voltado também a solenidades, mas que chegou a funcionar como um cinema para os servidores.[10]

Na parte interna de suas instalações, há uma área destinada à visitação pública, em que estão exibidos um busto de Che Guevara e o mural "Sonhos, Realidade e Esperança", de Ruben Zevallos, que retrata a história de Brasília desde a profecia de Dom Bosco até sua construção.[2]

O prédio anexo tem dezesseis andares, sendo o térreo e mais quinze pavimentos, além de um subsolo. É um volume retangular com elementos verticais.[9] Ficam no prédio órgãos como a Secretaria de Transporte e Mobilidade e a Casa Militar. O edifício ainda abriga os transmissores e antena da rádio Cultura FM Brasília.[11]

Inaugurado junto com o prédio principal, passou por reformas menores ao longos dos anos, como a adição de escadas de emergência, mas nunca por uma recuperação completa. Em 2019, um laudo do próprio governo atestou que os problemas poderiam por em risco a vida dos servidores no local e estimou em 13 milhões de reais o custo da reforma.[12]

Monumentos[editar | editar código-fonte]

Loba Romana.

Loba de Roma[editar | editar código-fonte]

Em frente ao prédio, existe a Loba Romana, uma réplica da Lupa Capitolina, famosa escultura que representa uma parte do mito de fundação de Roma: os gêmeos fundadores da cidade, Rômulo e Remo, mamando na loba que os criou. A réplica foi oferecida por Roma à capital brasileira por ocasião de sua inauguração em 21 de abril de 1960 - as duas cidades fazem aniversário no mesmo dia e são cidades-parceiras.

Forma espacial do Plano[editar | editar código-fonte]

É uma escultura de metal, com formato verticalizado, de Ênio Liamini. Foi doada para o governo distrital pelo então presidente da Argentina, Jorge Rafael Videla.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «Morre arquiteto que ajudou Niemeyer na construção de Brasília». Gazeta do Povo. 24 de fevereiro de 2007. Consultado em 24 de fevereiro de 2020 
  2. a b Pontos turísticos de Brasília, página da Câmara dos Deputados (acesso em janeiro de 2009)
  3. «Palácio do Buriti completa 50 anos neste domingo». Correio Braziliense. 25 de agosto de 2019. Consultado em 19 de agosto de 2020 
  4. «Conheça Nauro Jorge Esteves, o 'candango' que ajudou Niemeyer a moldar Brasília». G1. 22 de abril de 2017. Consultado em 19 de agosto de 2020 
  5. a b «Hoje o Buritinga é uma imagem apagada da força do governo». Correio Braziliense. 22 de fevereiro de 2010. Consultado em 19 de agosto de 2020 
  6. «Abandonada, nova sede do DF já custou R$ 1 bilhão». O Estado de S. Paulo. 4 de fevereiro de 2017. Consultado em 19 de agosto de 2020 
  7. «19 de Dezembro de 2014». Polícia Militar do Distrito Federal. 18 de Dezembro de 2014. Consultado em 19 de agosto de 2020 
  8. «Palácio do Buriti – Brasília 60 anos». Vice-governador do Distrito Federal. 7 de janeiro de 2020. Consultado em 19 de agosto de 2020 
  9. a b «Palácio do Buriti». Juan Luis Hermida. 23 de janeiro de 2018. Consultado em 19 de agosto de 2020 
  10. «Meio século do Palácio do Buriti». Encontro. 22 de agosto de 2019. Consultado em 19 de agosto de 2020 
  11. «Rádio Cultura 100,9 FM». Consultado em 19 de agosto de 2020 
  12. «Anexo do Buriti oferece risco à vida de servidores, diz laudo do GDF». Metrópoles. 10 de fevereiro de 2019. Consultado em 19 de agosto de 2020 

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]