Paço Episcopal de Faro – Wikipédia, a enciclopédia livre

Paço Episcopal
Paço Episcopal de Faro
Paço Episcopal de Faro
Nomes alternativos Palácio Episcopal de Faro
Inauguração 1585
Património Nacional
SIPA 4521
Geografia
País Portugal Portugal
Coordenadas 37° 0' 50" N 7° 56' 06" O

O Paço Episcopal de Faro, igualmente conhecido Palácio Episcopal de Faro, é um edíficio histórico na cidade de Faro, na região do Algarve, em Portugal. Funciona como sede da Diocese do Algarve.

Pormenor do piso superior e da cobertura, mostrando as janelas de sacada e os telhados em tesoura.

Descrição e história[editar | editar código-fonte]

O Paço Episcopal de Faro está situado no Largo da Sé, no centro histórico de Faro,[1] e nas imediações da Sé de Faro.[2] Foi construído para servir de residência oficial ao Bispo do Algarve, além de funcionar como um colégio para a formação de padres.[2]

É considerado um exemplar notório de uma casa urbana senhorial, sendo de destacar a forma dos seus múltiplos telhados, em tesoura.[3] O edifício é considerado um dos mais importantes exemplos do Chão no Algarve.[4] Tem uma planta longitudinal, com dois pisos, sendo a fachada principal de forma rectilínea, aberta por janelas de sacada arquitravadas, com guardas em metal.[4] O portal principal, com uma janela no topo, é de traça Rococó.[4] No interior, destacam-se os azulejos do século XVIII, que forram o átrio, a escadaria para o piso superior, e as salas de aparato, e que são considerados como o principal conjunto de azulejaria no estilo Rocaille na região,[4] e um exemplo notável do elevado nível de qualidade a que chegou a azulejaria portuguesa durante aquele período, que foi de grande prosperidade devido aos fundos oriundos do Brasil.[2] Representam cenas religiosas, em alusão à função espiritual do edifício.[2] É igualmente de realçar o mobiliário na biblioteca, principalmente as estantes do período barroco, decoradas com entalhes e motivos chinoiserie.[4]

Foi construído em 1585,[1] quando a sede de bispado foi mudada de Silves para Faro.[2] Passou por várias fases de obras até ao século XVIII.[3] Foi instalado para servir como a residência oficial do bispo, tendo sido provavelmente encomendado por D. Afonso de Castelo Branco.[4] Em 1598 a cidade de Faro foi atacada pelas forças do corsário Robert Devereux, tendo sido roubada da biblioteca do paço uma Bíblia judaica, conhecida como Pentateuco, e que terá sido o primeiro livro a ser impresso em Portugal.[2] Foi preservada no museu de Oxford, no Reino Unido, tendo em 2013 sido feito um pedido oficial para a sua restituição.[2] Após o Sismo de 1755, passou por trabalhos de reconstrução e expansão, ficando a ocupar o quarteirão inteiro.[4] Voltou a ser alvo de obras no século XX.[4]

Entre 2004 e 2005 foi alvo de obras de restauro por parte do Instituto Português do Património Arquitectónico.[1] Nos princípios da década de 2020 encerrou devido à Pandemia de Covid-19, tendo reaberto em 2022.[2]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. ↑ a b c FERNANDES e JANEIRO, 2005:34
  2. ↑ a b c d e f g h TIDY, Bob (Abril de 2022). «Faro's Palace of Tiles». Tomorrow (em inglês) (125). Lagos. p. 10. Consultado em 2 de Abril de 2022 – via Issuu 
  3. ↑ a b FERNANDES e JANEIRO, 2008:82
  4. ↑ a b c d e f g h «Paço Episcopal». Câmara Municipal de Faro. Consultado em 7 de Outubro de 2020 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Leitura recomendada[editar | editar código-fonte]

  • LAMEIRA, Francisco I. C.; RAMOS, Hélio (2001). Faro: Edificações Notáveis 2.ª ed. Faro: Câmara Municipal de Faro. p. 89 
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Ligações externas[editar | editar código-fonte]


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