Otto de Alencar – Wikipédia, a enciclopédia livre

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Otto de Alencar e Silva
Conhecido(a) por pioneiro matemático brasileiro
Nascimento 3 de agosto de 1874
Fortaleza, Província do Ceará, Brasil
Morte 25 de fevereiro de 1912 (38 anos)
Rio de Janeiro, Brasil
Residência Brasil
Nacionalidade brasileiro
Alma mater Escola Politécnica do Rio de Janeiro
Serviço militar
Patente Capitão-de-Fragata Honorário
Instituições Escola Politécnica do Rio de Janeiro
Campo(s) Matemática e engenharia civil

Otto de Alencar e Silva (Fortaleza, 3 de agosto de 1874Rio de Janeiro, 25 de fevereiro de 1912) foi um pioneiro matemático brasileiro.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Otto nasceu em 1874, em Fortaleza, na então Província do Ceará. Era filho do comerciante Silvino Silva, que morava no Rio de Janeiro e de Maria Alencar Silva. Era bisneto de Leonel Pereira de Alencar e primo, pelo lado materno, do escritor José de Alencar. A família Alencar era uma família tradicional do nordeste brasileiro, de origem portuguesa.[1]

Otto estudou no Liceu do Ceará, tendo se destacado como ótimo aluno e inclinação para as Ciências Exatas. Fluente em francês, também se destacou em línguas e literatura. Com a conclusão do ensino secundário, Otto mudou-se com a esposa para o Rio de Janeiro, onde ingressou na então Escola Politécnica do Rio de Janeiro, hoje pertencente à Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde foi bastante influenciado pelas ideias positivistas de Auguste Comte.[1]

Com 19 anos formou-se engenheiro civil. Na época havia na instituição a possibilidade de concessão de grau de doutor em Ciências Físicas e Matemáticas e o de doutor em Ciências Físicas e Naturais e Otto não teve interesse em obter tal grau acadêmico. Autodidata, continuou estudando por conta matemática, na física e na astronomia. Entre 1895 e 1902 exerceu a livre-docência (diferente do atual título), onde deu aulas nos cursos da Escola Politécnica nas áreas de Geometria Analítica, Cálculo Diferencial e Integral, Mecânica Racional.[1]

Em 1902, foi indicado como substituto interino da área de Física, Astronomia e Topografia. Em reconhecimento ao seu ensino e ao valor científico de suas obras, ele foi dispensado de concurso público e provas de título e foi nomeado professor efetivo. Começou a publicar trabalhos em 1897, na Revista da Escola Politécnica.[1]

Na Escola de Engenharia onde se formou, a Escola Politécnica do Rio de Janeiro, ele ensinou física, astronomia, topografia, cálculo, mecânica racional, mecânica aplicada e máquinas, terminando sua vida como catedrático de topografia.[2]

Foi considerado um dos maiores matemáticos da América do Sul e seus trabalhos escritos em português, francês e inglês, idiomas que dominava primorosamente, foram elogiados pelos matemáticos de todo o mundo. Entre seus trabalhos estão: Teoria das Funções Simétricas, formas originais notáveis sobre a Teoria das Superfícies, estudo sobre Teoria dos Erros e muitas publicações em revistas nacionais e estrangeiras.[3]

Foi exímio pianista e magistral intérprete de Beethoven, Wagner e Chopin. Casou com Laura de Alencar Silva com quem teve quatro filhas.[1]

Morte[editar | editar código-fonte]

Otto morreu na cidade do Rio de Janeiro, onde foi sepultado, em 25 de fevereiro de 1912, aos 38 anos.[1]

Referências

  1. a b c d e f Clóvis Pereira da Silva (ed.). «A contribuição de Otto de Alencar Silva para o desenvolvimento da ciência no Brasil» (PDF). Revista da Sociedade Brasileira de História da Ciência. Consultado em 16 de julho de 2020 
  2. «OTTO DE ALENCAR SILVA». Departamento de Matemática da UFRJ. Consultado em 18 de julho de 2018 
  3. Circe Mary da Silva (ed.). «Politécnicos ou matemáticos?». História, Ciências, Saúde-Manguinhos. Consultado em 16 de julho de 2020 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]