Orgia – Wikipédia, a enciclopédia livre

Cena dionisíaca em um sarcófago do século III

Orgia (em grego clássico: ὄργιον, orgion, mais usado no plural orgia) era uma forma de adoração extática característica de algumas religiões de mistérios.[1] Posteriormente, o termo adquiriu outras conotações, como: festim licencioso; confusão; desperdício;[2] prática sexual entre cinco pessoas ou mais.

História[editar | editar código-fonte]

A orgia era, originalmente, uma cerimônia de culto a Dionísio (ou Zagreu), celebrada amplamente na Arcádia, com danças de mascarados, tochas e sacrifício de animais de modo aleatório para evocar o próprio sofrimento do deus nas mãos dos Titãs.[3][4] A orgia que explica o papel dos Titãs no desmembramento de Dionísio supostamente foi composta por Onomácrito.[5] A arte da Grécia Antiga, bem como alguns textos patrísticos, indicam que as orgias envolviam cobras.[6]

A orgia pode ter tido manifestações anteriores ao culto de mistérios formais, como sugerido pelos ritos violentamente extáticos descritos na mitologia grega, como o celebrado por Átis em honra de Cibele, e reflecte-se na autocastração voluntária de seus sacerdotes no período histórico. A orgia tanto do culto dionisíaco quanto do culto a Cibele visavam a quebrar barreiras entre os celebrantes e a divindade através de um estado de exaltação mística.[7]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Georg Luck, Arcana Mundi: Magic and the Occult in the Greek and Roman Worlds (Johns Hopkins University Press, 1985, 2006, 2nd ed.), p. 504.
  2. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 232.
  3. Madeleine Jost, "Mystery Cults in Arcadia," in Greek Mysteries: The Archaeology and Ritual of Ancient Greek Secret Cults Routledge, 2003), pp. 144–164.
  4. Chisholm, Hugh, ed. (1911). «Orgy». Encyclopædia Britannica (em inglês) 11.ª ed. Encyclopædia Britannica, Inc. (atualmente em domínio público) 
  5. Fritz Graf; Sarah Iles Johnston. Ritual Texts for the Afterlife: Orpheus and the Bacchic Gold Tablets. Routledge; 2013. ISBN 978-1-136-75079-3. p. 70.
  6. Jacquelyn Collins-Clinton, A Late Antique Shrine of Liber Pater at Cosa (Brill, 1976), pp. 33–34. Entre os Padres da Igreja veja Arnobius, Adversus Nationes 5.19; Clemente de Alexandria, Protrepticus 2.12.2; Firmicus Maternus, De errore profanarum religionum 6.
  7. Giulia Sfameni Gasparro, Soteriology and Mystic Aspects in the Cult of Cybele and Attis (Brill, 1985), p. 53 and 11–19.