Operação Carvalho – Wikipédia, a enciclopédia livre

Mussolini sendo resgatado pelos pára-quedistas alemães.

Operação Carvalho (em alemão Unternehmen Eiche, em italiano Operazione Quercia) foi o nome de código da operação militar para resgate do ditador italiano Benito Mussolini por paraquedistas alemães em 12 de setembro de 1943, durante a Segunda Guerra Mundial. A ação foi ordenada pessoalmente por Adolf Hitler, planejada pelo major Mors Harald, aprovada pelo general Kurt Student e comandada pelo SS-Obersturmbannführer (tenente-coronel) Otto Skorzeny.

História[editar | editar código-fonte]

Em 25 de julho de 1943, algumas semanas após a invasão Aliada da Sicília e o bombardeio de Roma, o Grande Conselho do Fascismo italiano votou pela deposição de Mussolini e sua substituição pelo marechal Pietro Badoglio.[1] Mussolini foi preso por ordens do rei Vitor Emanuel.[2]

Depois de sua prisão, ele foi conduzido e detido em vários lugares da Itália por seus captores. Por ordens de Hitler, que queria uma missão de resgate, e escolhido pessoalmente pelo Führer e por Ernst Kaltenbrunner, Otto Skorzeny passou a rastreá-lo. Interceptando uma mensagem italiana em código, Skorzeny conseguiu identificar o local de sua última detenção como o Hotel Campo Imperatore, numa estação de esqui nos Apeninos, no maciço de Gran Sasso, bem no interior dos Apeninos.

Comandada no solo pelo tenente conde Otto von Berlepsch, os alemães pousaram seus dez planadores DFS 230 nas montanhas próximas ao hotel e dominaram os guardas sem que um único tiro fosse disparado. Os carabinieri italianos de guarda receberam ordens de não dispararem de um general italiano, Fernando Soleti, que os alemães haviam trazido consigo.[3] Skorzeny atacou os operadores de rádio e cumprimentou Mussolini com a frase "Duce, o Führer me mandou aqui para libertá-lo" ao que o ditador respondeu "Eu sabia que meu amigo não ia me abandonar!".[4]

O Duce foi embarcado num pequeno monomotor Fieseler Fi 156 Storch STOL[5] junto com Skorzeny e levado para Viena, na Áustria, onde foi instalado no Hotel Imperial e teve uma recepção de herói.

O sucesso da operação proporcionou aos nazistas uma rara oportunidade de relações públicas e propaganda positiva naquela altura da guerra, especialmente para Hermann Goering, o comandante da Luftwaffe. Otto Skorzeny recebeu pessoalmente uma grande parte da publicidade, foi promovido a Sturmbannführer (tenente-coronel), e condecorado com a Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro. Sua fama a partir daí lhe fez ter na imprensa nazista também o título de "O homem mais perigoso da Europa"[6] e de "Herói de guerra ariano".[7]

Benito Mussolini criou o governo de um Estado-fantoche fascista na região da Itália ocupada pelos nazistas, a República Social Italiana, que durou até sua captura e morte em abril de 1945.[8]

Imagens[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Whittam, John (2005). Fascist Italy. [S.l.]: Manchester University Press. ISBN 0-7190-4004-3 
  2. Annussek, Greg (2005). Hitler's Raid to Save Mussolini. [S.l.]: Da Capo Press. ISBN 978-0-306-81396-2 
  3. Williamson, D. G., The age of the dictators: a study of the European dictatorships, 1918-53 ISBN 978-0-582-50580-3, p. 440, url [1]
  4. «Operation Eiche». World War II Database. Consultado em 1 de setembro de 2012 
  5. «stamm Sx+xx». Luftwaffe Experten Message Board. Consultado em 22 de outubro de 2011. Arquivado do original em 10 de outubro de 2014 
  6. «Otto Skorzeny - The Nazi Hero». auschwitz.dk. Consultado em 1 de setembro de 2012 
  7. «Otto Skorzeny - Hitler's Scarface» (PDF). interspot.at. Consultado em 1 de setembro de 2012 [ligação inativa]
  8. Palla, M. (2000) Mussolini and fascism, p. 137. ISBN 1-56656-340-2