Observatório Europeu do Sul – Wikipédia, a enciclopédia livre

Observatório Europeu do Sul
OES
Observatório Europeu do Sul
Logo da ESO

Mapa destacando os países-membros (em azul).

Sede da organização em Garching bei München, Alemanha.
Tipo Organização internacional
Fundação 1962
Propósito Organização de pesquisa astronômica
Sede Garching
 Alemanha
Membros 14
Diretor-geral Xavier Barcons
Sítio oficial www.eso.org

O Observatório Europeu do Sul (OES em inglês: European Southern Observatory ESO) é uma organização intergovernamental de pesquisa em astronomia, composta e financiada por dezassete países (dezasseis estados membros e um parceiro). Foi criado em 1962 com o objetivo de proporcionar as mais avançadas instalações e acesso ao céu austral para astrónomos europeus. A organização emprega cerca de 700 funcionários e recebe contribuições anuais, dos Estados-membros e parceiros, de aproximadamente 198 milhões de euros.[1]

O OES é afamado pela construção e operação de alguns dos maiores e tecnologicamente mais avançados telescópios baseados em terra do mundo. Estes incluem o New Technology Telescope (NTT), que foi pioneiro na tecnologia de óptica ativa, e o Very Large Telescope (VLT), que consiste de quatro telescópios de 8m e quatro telescópios auxiliares de 1,8m. Atualmente o principal projeto em curso é a construção do Extremely Large Telescope (ELT). Participou, nos últimos anos, na construção do Atacama Large Millimeter Array (ALMA), que teve a primeira luz em 2011. O projeto ALMA é uma colaboração internacional entre a Europa, a Ásia Oriental e América do Norte em cooperação com a República do Chile. O executivo europeu é representado pelo OES, que também abriga o centro europeu da ALMA.[2]

O ELT é um telescópio de 39 metros cujo projeto está atualmente em fase de construção e será o maior olho do mundo para o espaço. Sendo um telescópio extremamente grande, ele vai propiciar um enorme avanço no conhecimento astrofísico, permitindo estudos detalhados a respeito de exoplanetas, os primeiros objetos do Universo, super-buracos negros, e a natureza e distribuição da matéria escura e energia escura. O OES tem trabalhado juntamente com a sua comunidade de usuários astrônomos e astrofísicos europeus para projetar esse novo telescópio desde o final de 2005.[3]

O OES já realizou importantes descobertas astronômicas e produziu diversos catálogos astronômicos.[4] Conquistas recentes incluem a descoberta da mais distante explosão de raios gama e as evidências de um buraco negro no centro da nossa galáxia, a Via Láctea. Em 2004, astrônomos do VLT obtiveram a primeira imagem de um exoplaneta, 2M1207b, orbitando uma anã marrom a 173 anos-luz de distância. O instrumento High Accuracy Radial Velocity Planet Searcher (HARPS), instalado em outro telescópio do OES, levou à descoberta de muitos outros exoplanetas, incluindo Gliese 581c, um dos menores planetas fora do Sistema Solar encontrados até hoje. O VLT também descobriu a galáxia candidata ao título de a mais distante jamais vista por seres humanos, Abell 1835 IR1916.

Participou nos esforços de obtenção da primeira imagem de um buraco negro, divulgada em 2019.[5]

Os Estados-membros do OES são: Bélgica, Alemanha, França, Países Baixos, Suécia, Dinamarca, Suíça, Itália, Portugal, Reino Unido, Finlândia, Espanha, República Tcheca, Áustria, Polónia e Irlanda.[6][7][8][9] Em 2017, a Austrália celebrou uma parceria estratégica com o ESO.[10] O Chile é o país de acolhimento.

Instalações[editar | editar código-fonte]

A maioria das instalações de observação estão localizados no Chile e o centro de operações está localizado em Garching, próximo de Munique, Alemanha. O OES opera os três maiores observatórios no deserto de Atacama, situado no Chile.

Um dos projetos mais ambiciosos do OES era a construção do Overwhelmingly Large Telescope ou OWL, que acabou por ser abandonado e substituído pelo do Extremely Large Telescope (ELT), por ser demasiado complexo e caro.

ESO Supernova[editar | editar código-fonte]

Em 2011, após vários anos de desenvolvimento da ideia para um novo espaço para a educação e divulgação da astronomia, Klaus Tschira, Director Geral da Klaus Tschira Stiftung (KTS) e o Heidelberg Institute for Theoretical Studies (HITS), iniciaram as discussões com o Observatório Europeu do Sul para que este acolhesse tal instalação.

Em dezembro de 2013 o OES aceitou oficialmente a doação.[11]

A construção do edifício teve início em 2015, junto ao quartel geral do OES. O site do ESO Supernova foi lançado ao mesmo tempo.

O planetário e centro de visitantes ESO Supernova foi inaugurado no dia 26 de abril de 2018 e aberto ao público no dia 28 de abril de 2018.[12]

Foi o primeiro planetário de código aberto do mundo, disponibilizando diverso conteúdo em vídeo, imagem e outros.[13]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «About ESO». Consultado em 28 de abril de 2011 
  2. «Welcome to ALMA!». Consultado em 25 de maio de 2011 
  3. «The World's Biggest Eye on the Sky». Consultado em 25 de maio de 2011 
  4. «ESO Archive». Consultado em 28 de abril de 2011 
  5. [email protected]. «Astrónomos obtêm primeira imagem de um buraco negro - ESO, ALMA e APEX contribuem para uma mudança de paradigma com observações do enorme buraco negro situado no coração da galáxia M87». www.eso.org. Consultado em 19 de junho de 2020 
  6. «Brasil passa a fazer parte do Observatório Europeu do Sul». Observatório Europeu do Sul. Consultado em 17 de dezembro de 2015 
  7. «Gêmeo de Júpiter descoberto em torno de gêmea do Sol». Observatório Europeu do Sul. Consultado em 17 de dezembro de 2015 
  8. [email protected]. «Esclarecimento sobre a participação do Brasil no ESO». www.eso.org. Consultado em 19 de junho de 2020 
  9. [email protected]. «A Irlanda junta-se ao Observatório Europeu do Sul - Irlanda assina acordo tornando-se assim o 16º Estado Membro do ESO». www.eso.org. Consultado em 19 de junho de 2020 
  10. [email protected]. «Austrália celebra parceria estratégica com o ESO». www.eso.org. Consultado em 19 de junho de 2020 
  11. [email protected]. «Planetário e Centro de Visitantes doados ao ESO». www.eso.org. Consultado em 19 de junho de 2020 
  12. [email protected]. «Uma Supernova sobre Munique - Inauguração do Planetário & Centro de Visitantes Supernova do ESO». www.eso.org. Consultado em 19 de junho de 2020 
  13. [email protected]. «Materiais gratuitos open-source do Planetário & Centro de Visitantes Supernova do ESO - O primeiro planetário open-source do mundo disponibiliza uma enorme quantidade de materiais gratuitos para a divulgação da astronomia». www.eso.org. Consultado em 19 de junho de 2020 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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