Nova Amsterdão – Wikipédia, a enciclopédia livre

Nieuw-Amsterdam

Nova Amesterdão (português europeu) ou Nova Amsterdã (português brasileiro)(em neerlandês: Nieuw-Amsterdam) foi o principal assentamento localizado nas colônias neerlandesas. Os Países Baixos tentavam expandir seu território e influência, e nomeava a capital de seus assentamentos a partir do nome de sua própria capital, Amsterdam, tanto nos Novos Países Baixos, que mais tarde se tornaria a cidade de Nova Iorque. Quanto no contexto das invasões holandesas no Brasil, entre 1624 e 1661, a atual cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, também recebe o nome de Nova Amsterdã. Hoje em dia "New Amsterdam" é o nome da capital da região de East Berbice-Corentyne na Guiana.

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Em 1524, quase um século antes da chegada dos holandeses, o local que mais tarde se tornou Nova Amsterdã foi nomeado New Angoulême pelo explorador italiano Giovanni da Verrazzano, para comemorar seu patrono rei Francisco I da França, antigo conde de Angoulême.[1] A primeira exploração registrada pelos holandeses da área em torno do que agora é chamada Baía de Nova Iorque foi em 1609 com a viagem do navio Halve Maen ("Meia-lua"; inglês: "Half Moon"), comandado por Henry Hudson[2] a serviço da República Holandesa, como emissário de Maurice de Nassau, príncipe de Orange, estatuder (regente) da Holanda. Hudson batizou o rio de rio Maurício. Ele estava tentando secretamente encontrar a Passagem Noroeste para a Companhia Holandesa das Índias Orientais. Em vez disso, ele trouxe de volta notícias sobre a possibilidade de exploração de castores pelos holandeses que enviaram missões comerciais e privadas para a área nos anos seguintes.

Na época, as peles dos castores eram muito valorizadas na Europa, porque o pelo podia ser feltrado para fazer chapéus à prova d'água. Um subproduto do comércio de peles de castor era o castóreo - a secreção das glândulas anais dos animais - que era usada por suas propriedades medicinais e perfumes. As expedições de Adriaen Block e Hendrick Christiaensen em 1611, 1612, 1613 e 1614, resultaram no levantamento e mapeamento da região do paralelo 38 ao paralelo 45.[3] No seu mapa de 1614, que lhes dava um monopólio comercial de quatro anos sob uma patente dos Estados Gerais, eles batizaram o território recém-descoberto e mapeado de Nova Holanda pela primeira vez. Também mostrou a primeira presença comercial durante todo o ano em Fort Nassau, que seria substituída em 1624 por Fort Orange, que eventualmente se transformou na cidade de "Beverwijck", hoje em dia Albany.

O comerciante dominicano Juan Rodriguez (Jan Rodrigues em holandês e João Rodrigues em português), nascido em Santo Domingo de ascendência portuguesa e africana, chegou à ilha de Manhattan durante o inverno de 1613-1614, caçando para obter peles e negociando com a população local como representante dos holandeses. Ele foi o primeiro habitante americano não nativo registrado do que acabaria se tornando a cidade de Nova York.[4][5]

O território da Nova Holanda era originalmente um empreendimento comercial privado, com fins lucrativos, focado em cimentar alianças e realizar comércio com os diversos grupos étnicos nativos americanos. A inspeção e a exploração da região foram conduzidas como um prelúdio de um acordo oficial antecipado pela República Holandesa, que ocorreu em 1624.

Nova Iorque[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: New York
Nova Amsterdã

A cidade foi fundada em 1625 pela Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais, na ilha de Manhattan, um local estrategicamente posicionado, com o objetivo de defender o acesso fluvial para o comércio de peles no vale do Rio Hudson.

Tornou-se o maior assentamento neerlandês na América do Norte, a capital dos Novos Países Baixos, permanecendo sob controle neerlandês até 1664, quando foi capturada pelos britânicos. Embora os neerlandeses tenham reassumido o controle de Nova Amsterdã em 1673, os britânicos recuperaram o assentamento no ano seguinte, pelos termos do Tratado de Westminster. Os britânicos renomeariam o assentamento de New York.

Nova York é conhecida no mundo por abrigar descendentes das mais variadas culturas. O que pouca gente sabe é que a origem da comunidade judaica de lá mistura um naufrágio e a história do Brasil. Os antepassados do rabino Lopes Cardoso viveram no Recife há quase quatro séculos. Ele ainda sabe canções em português e ladino, a língua dos judeus de origem ibérica. O rabino descende dos primeiros judeus que chegaram a Nova York. Foi há 350 anos, em 7 de setembro de 1654. Um monumento homenageia o pequeno grupo de 23 refugiados sobreviventes do naufrágio de um navio que deixou Recife, um mês antes. Durante a ocupação do nordeste brasileiro pela Holanda, comerciantes judeus de origem portuguesa se estabeleceram no Recife, onde fundaram a primeira sinagoga das Américas, recentemente restaurada. Depois da reconquista do Nordeste por Portugal, holandesas e judeus foram expulsos. Com o fim do Brasil holandês, os judeus expulsos do Recife tiveram que voltar à Holanda. Mas um dos navios naufragou durante uma tempestade no Caribe. Os sobreviventes tiveram todos os bens roubados por piratas, mas conseguiram carona numa caravela para chegar a Nova Amsterdã, hoje Nova York. Desembarcaram no porto de onde hoje saem os barcos com turistas para visitar a Estátua da Liberdade. Esses Judeus brasileiros em Nova York fundaram a comunidade judaica que se tornou a maior do mundo. O primeiro cemitério judeu da cidade ainda existe. Ali estão enterrados descendentes de portugueses, com nomes como Lopes, Mendes, Homem e Cardoso, mas o tempo quase apagou os nomes nas lápides. É o lugar histórico mais antigo de Nova York. A congregação fundada por eles, Sheharit Israel, hoje ocupa a sinagoga onde os antepassados de origem portuguesa e brasileira são lembrados. A constituição da congregação foi escrita em português e a sala de orações reproduz exatamente a sinagoga do Recife.

Natal[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Natal (cidade)

Em 1633, os holandeses tomam a cidade do Natal no Nordeste brasileiro dos portugueses e a rebatizam de Nova Amsterdã. Nesse período a cidade cresceu e por causa de sua região privilegiada geograficamente foi muito preciosa para os holandeses por onde eles poderiam observar se algum inimigo se aproximava da região e proteger o importante comércio açucareiro do Nordeste brasileiro. A cidade permaneceu com esta denominação, até quando tropas portuguesas, auxiliadas sobretudo por pernambucanos, estes que fundaram a cidade de Natal, e índios aliados expulsaram os invasores e restauraram o domínio de Portugal na região. Embora tenha recebido o nome da principal cidade neerlandesa, Natal não era o principal núcleo do protetorado - estava em terceiro lugar dentre os 3 maiores núcleos, mas era o segundo maior núcleo da parte setentrional do mesmo (a cidade de Nova York e Natal foram as únicas a receberem tal denominação em tais longitudes).

Referências

  1. Rankin, Rebecca B., Cleveland Rodgers (1948). New York: the World's Capital City, Its Development and Contributions to Progress. [S.l.]: Harper 
  2. Nieuwe Wereldt ofte Beschrijvinghe van West-Indien, uit veelerhande Schriften ende Aen-teekeningen van verscheyden Natien (Leiden, Bonaventure & Abraham Elseviers, 1625) p.83: "/in den jare 1609 sonden de bewindt-hebbers van de gheoctroyeerde Oost-Indischische compagnie het jacht de halve mane/ daer voor schipper ende koopman op roer Hendrick Hudson[...]"("in the year 1609 the administrators of the East Indies Company sent the half moon captained by the merchant Hudson[...]")
  3. Bancroft, George (24 de outubro de 1886). «History of the United States of America: From the Discovery of the Continent». D. Appleton – via Google Books 
  4. Juan Rodriguez monograph. Ccny.cuny.edu. Retrieved on 2013-07-23.
  5. Honoring Juan Rodriguez, a Settler of New York – NYTimes.com. Cityroom.blogs.nytimes.com. Retrieved on 2013-07-23.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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