Neoconfucionismo – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Não confundir com Novo confucionismo.

O neoconfucionismo (chinês tradicional: 宋明理學, chinês simplificado: 宋明理学, pinyin: Song-Ming Lǐxué por vezes abreviado 理學) é uma filosofia ética e metafísica chinesa influenciada por Confúcio, que foi primeiramente desenvolvida durante a Dinastia Song e Ming, mas que pode ser referenciada até Han Yu e Li Ao (772-841) na Dinastia Tang.

O neoconfucionismo foi uma tentativa para criar uma forma mais racionalista e secular de confucionismo, rejeitando elementos místicos e supersticiosos do budismo e taoismo, que influenciou o confucionismo durante e depois da Dinastia Han.[1]

Apesar de os neoconfucionistas serem críticos da taoismo e budismo,[2] estes dois sistemas tiveram uma influência na sua filosofia, emprestando conceitos e termos. No entanto, ao contrário dos budismo e taoismo, que viam a metafísica como catalisador do desenvolvimento espiritual, esclarecimento religioso e imortalidade, o neoconfucionismo usavam a metafísica como guia para desenvolver uma filosofia ética racionalista.[3]

Origens[editar | editar código-fonte]

Estátua de bronze de Zhou Dunyi (周敦颐) na White Deer Grotto Academy (白鹿洞書院).

O Neoconfucionismo tem suas origens na Dinastia Tang; os estudiosos confucionistas Han Yu e Li Ao são vistos como antepassados ​​dos neoconfucionistas da Dinastia Song.[4] Sendo o filósofo da Dinastia Song, Zhou Dunyi, visto como o primeiro verdadeiro "pioneiro" do Neoconfucionismo, ao usar a metafísica taoistas como quadro para a sua filosofia ética.[5] O neoconfucionismo desenvolveu-se tanto como um renascimento das ideias confucionistas tradicionais, e como uma reação às ideias religiosas do budismo e do taoismo. Embora os Neoconfucionistas denunciem a metafísica budista, o neoconfucionismo utilizou terminologias e conceitos taoísta e budista.[6]

Um dos mais importantes expoentes do Neoconfucionismo foi Zhu Xi (1130-1200). Ele foi um escritor bastante prolífico, mantendo e defendendo suas crenças confucionistas de harmonia social e de conduta pessoal adequada. Um de seus escritos mais lembrado é o livro Family Rituals, onde fornece detalhados conselhos sobre como realizar casamentos, funerais, cerimônias familiares, e a veneração dos antepassados. Ele é conhecido por ter escrito muitos ensaios que tentam explicar como suas ideias não eram budistas ou taoistas, incluindo inclusive algumas denúncias do budismo e do taoismo.

Depois de Zhu Xi, Wang Yangming (1472-1529) é geralmente considerado como o pensador neoconfucionista mais importante. A interpretação de Wang do confucionismo negou o dualismo racionalista da filosofia ortodoxa de Zhu.

Havia muitas visões conflitantes no seio da comunidade neoconfucionista, e por conseguinte, emergiu um sistema que se assemelhava tanto ao pensamento budista como taoista da época e de algumas das ideias expressas no I Ching (Livro das Mutações), bem como outras teorias yin-yang associadas à filosofia Taiji e ao símbolo Taijitu. Um tema neoconfucionista igualmente reconhecido são as pinturas de Confúcio, Buda, e Lao Tzu todos bebendo do mesmo frasco de vinagre, pintura esta associada ao lema "Os três ensinamentos são um!"

Enquanto que o neoconfucionismo incorporou ideias budistas e taoistas, muitos neoconfucionistas opõem-se fortemente às religiões budistas e taoistas. Um dos ensaios mais famosos de Han Yu condena a adoração de relíquias budistas. Na China, o neoconfucionismo foi um credo oficialmente reconhecido, a partir de seu desenvolvimento durante a dinastia Song, até o início do século XX, e os países na esfera chinesa, como o Vietnã e Japão, foram todos profundamente influenciados pelo neoconfucionismo por mais de quinhentos anos.

Referências

  1. Blocker, H. Gene; Starling, Christopher L. (2001). Japanese Philosophy. [S.l.]: SUNY Press. p. 64 
  2. Huang 1999, p. 5
  3. Chan 2002, p. 460
  4. Huang 1999, p. 5.
  5. Chan 2002, p. 460.
  6. Huang, Siu-chi. Essentials of Neo-Confucianism: Eight Major Philosophers of the Song and Ming Periods Westport: Greenwood Press, 1999.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Chan, Wing-tsit (1946), China. Berkeley and Los Angeles: University of California Press.
  • Huang, Siu-chi. Essentials of Neo-Confucianism: Eight Major Philosophers of the Song and Ming Periods Westport: Greenwood Press, 1999.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]