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Natalia Pasternak
Natalia Pasternak
Nascimento 5 de maio de 1976 (47 anos)
São Paulo, SP
Cidadania Brasil
Progenitores
  • Suzana Pasternak
Cônjuge Carlos Orsi
Alma mater Universidade de São Paulo
Ocupação bióloga, microbiologista, comunicadora de ciência
Prêmios
  • Fellow of the Committee for Skeptical Inquiry (2020)
  • Prêmio Jabuti (Carlos Orsi, 2021)
  • 100 Mulheres (2021)
  • Ockham Award for Skeptical Activism (2020)
Empregador(a) Universidade de São Paulo
Página oficial
iqc.org.br/diretoria/natalia-pasternak

Natalia Pasternak Taschner (São Paulo, 5 de maio de 1976), é uma bióloga e divulgadora científica brasileira. É a fundadora e primeira presidente do Instituto Questão de Ciência (IQC) e a primeira brasileira a integrar o Comitê para a Investigação Cética. Foi diretora da versão brasileira do festival de ciências, Pint of Science (2016–2019), fundadora da iniciativa Cientistas Explicam e fundadora do blog de divulgação científica Café na Bancada. É colunista do jornal nacional brasileiro " O Globo " e da revista Saúde, onde escreve sobre popularização da ciência e pseudociências da revista The Skeptic (Reino Unido) e Medscape (WebMD). Foi colunista da rádio CBN, onde comandou o quadro A Hora da Ciência, ficando entre 2021 e 2023. Taschner também é a editora da primeira revista brasileira sobre pensamento crítico, a Revista Questão de Ciência, publicada pelo IQC. Pasternak e o IQC atuaram intensamente no combate à desinformação durante a pandemia de COVID-19.

Pasternak, contribui como professora visitante da Escola de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas, São Paulo e como colaboradora de pesquisa da Universidade de São Paulo. Ela é a primeira brasileira a ser nomeada fellow do Committee for Skeptical Inquiry (CSI) nos Estados Unidos, em homenagem a suas notáveis contribuições para o avanço da ciência, do ceticismo e do pensamento crítico. Foi eleita Brasileira do ano em Ciência pela Revista IstoE em 2020 e novamente em 2021. Ela foi nomeada Personalidade do Ano pelo Grupo de Jornais Diários da América Latina e premiada com o Prêmio Ockham da revista The Skeptic por seus esforços em promover o ceticismo e o pensamento racional no Brasil.[1]

Ciência no Cotidiano, que recebeu o Prêmio Nacional de Literatura Brasileira de melhor livro de ciências em 2021 (Prêmio Jabuti), e Contra a Realidade: Negação da Ciência, Suas Causas e Consequências, são dois de seus livros sobre divulgação científica. Ela é a única brasileira na lista da BBC das 100 mulheres mais influentes em 2021, e agora é Adjunct Senior Research Scholar no Centro de Ciência e Sociedade da Universidade de Columbia, graças à oferta do professor Stuart Firestein. Sua pesquisa se concentra em maneiras de melhorar a comunicação científica e combater a negação e a desinformação, além de levar o pensamento científico a futuros formuladores de políticas e auxiliar no estabelecimento de uma parceria mundial para políticas globais baseadas em evidências.

Educação e carreira[editar | editar código-fonte]

Nascida em família de origem judaica,[2] é filha dos professores universitários Mauro Taschner e Suzana Pasternak.[3] Após concluir a graduação em Biologia na Universidade de São Paulo (USP) em 2001, ingressou no doutorado em Microbiologia da USP no mesmo ano.[4]

Pasternak concluiu o doutorado em Microbiologia em 2006 no Instituto de Ciências Biomédicas da USP, com a tese intitulada A regulação da fosfatase alcalina pelo fator sigma S da RNA polimerase de Escherichia coli. De 2007 a 2013 fez pós-doutorado em Microbiologia, na área de genética molecular de bactérias, também na USP.[4]

Pasternak fundou um site de popularização científica chamado Café na Bancada, [5] com a missão de "Difundir a ciência com café!". O site foi extinto, mas continua como um blog,[6] iniciado em 2015, na rede social Facebook. Também foi diretora da versão brasileira do festival científico Pint of Science entre 2015 e 2019, quando organizou palestras científicas em bares de mais de 50 cidades do Brasil.[7][4][5] A partir de 2020 o Pint of Science passou a ser coordenado por Luis Gustavo Almeida.[8]

Em 2018, fundou e se tornou a primeira presidente do Instituto Questão de Ciência (IQC), organização focada na defesa de evidências científicas utilizadas em políticas públicas.[9][10][11][5] Pasternak chegou a investir seu próprio dinheiro na formação do IQC, fazendo dela o segundo filantropo no Brasil a investir dinheiro privado em comunicação científica.[12] IQC é um co-organizador, juntamente com o Escritório de Ciência e Sociedade de Aspen, do "Congresso Global de Aspen sobre Pensamento e Ação Científicos", que aconteceria em 2020 em Roma[13] e que foi remarcado para março de 2021 no formato digital em virtude da pandemia do COVID-19.[14]

No início de 2020, Pasternak organizou o primeiro curso de especialização em comunicação pública da ciência na cidade de São Paulo. O curso visa formar jornalistas e outros profissionais de comunicação sobre a popularização da ciência.[15]

Pasternak na conferência CSICon de 2018, onde fez uma palestra sobre a "Politização das PICs no sistema público de saúde brasileiro

Em novembro de 2020, Pasternak recebeu o prêmio Navalha de Ockham da publicação britânica The Skeptic Reason with Compassion pelos seu esforços no combate contra desinformação durante a pandemia da COVID-19.[16]

Em 2020 recebeu duas moções de agradecimento[17][18] do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo.

Em dezembro de 2020 foi a homenageada do ano pela revista Istoé[19] na categoria Ciência e pelo Grupo de Diários América (GDA) como “Personalidade do Ano” no Brasil, reconhecendo o trabalho exercido por Pasternak no combate à desinformação em relação à Pandemia do COVID-19.[20]

Pasternak chegou a sofrer ataques de ódio por combater a desinformação promovida por Jair Bolsonaro, que alegava uma possível cura da doença pela cloroquina.[21]

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Natália é casada com o jornalista e escritor Carlos Orsi Martinho.[22]

Prêmios[editar | editar código-fonte]

É uma das 100 Mulheres da lista da BBC de 2021.[23]

Publicações selecionadas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Atuação contra desinformação na pandemia rende prêmios à presidente do IQC». 21 de dezembro de 2020. Consultado em 8 de julho de 2023 
  2. «O Holocausto e a cloroquina». O Globo. 15 de julho de 2020 
  3. «À Mesa - Natalia Pasternak: "Se seguir o que Bolsonaro recomenda, vou morrer"». Valor Econômico 
  4. a b c «Members: View: Natalia Pasternak Taschner». QUBES. 4 de março de 2018. Consultado em 26 de fevereiro de 2020 
  5. a b c «The power of one!» (PDF). Friends of Science in Medicine. Abril de 2019. Consultado em 2 de março de 2020 
  6. «Café Na Bancada». www.facebook.com. Consultado em 28 de novembro de 2020 
  7. «DIRETORIA - Conheça os membros da diretoria do IQC - Natalia Pasternak - BIÓLOGA». Instituto Questão Ciência. Consultado em 26 de fevereiro de 2020 
  8. «Equipe». Pint of Science BR. Consultado em 2 de março de 2020 
  9. «Skeptical Organization To Launch in Brazil». Skeptical Inquirer. 10 de outubro de 2018. Consultado em 26 de fevereiro de 2020 
  10. «Cientistas criam instituto para combater gastos públicos em 'pseudociências'» [Scientists create institute to combat public spending on 'pseudosciences']. Jornal O Globo. 21 de novembro de 2018. Consultado em 28 de fevereiro de 2020 
  11. «Pesquisadores brasileiros criam instituto para combater pseudociência» [Brazilian researchers create institute to combat pseudoscience]. EXAME. 22 de novembro de 2018. Consultado em 28 de fevereiro de 2020 
  12. Alves, Gabriel (29 de outubro de 2018). «Bióloga cria instituto para combater pseudociência e influenciar debate» [Biologist creates institute to combat pseudoscience and influence debate]. Folha de S.Paulo. Consultado em 2 de março de 2020 
  13. «Aspen Global Congress on Scientific Thinking and Action». www.aspeninstitute.org. 2020. Consultado em 26 de fevereiro de 2020 
  14. «Aspen Global Congress on Scientific Thinking & Action». Consultado em 27 de dezembro de 2020 
  15. «Curso orienta como falar sobre ciência para o grande público» [Course guides on how to talk about science to the general public]. Unesp. Consultado em 2 de março de 2020 
  16. «Dr Natália Pasternak wins Skeptical Activism Ockham award; Skeptics in the Pub Online wins Editor's Choice». The Skeptic (em inglês). 19 de novembro de 2020. Consultado em 28 de novembro de 2020 
  17. «Moção de agradecimento para a Dra. Natália Pasternak Taschner» (PDF). 24 de junho de 2020. Consultado em 28 de novembro de 2020 
  18. «Moção de Agradecimento do Instituto de Ciências Biomédicas da USP à Dra. Nathália Pasternak» (PDF). Consultado em 28 de novembro de 2020 
  19. «Luta pela ciência». IstoÉ. 18 de dezembro de 2020. Consultado em 27 de dezembro de 2020 
  20. «Comunidade médica é eleita 'Personagem do ano 2020' pelo Grupo de Diários América». 20 de dezembro de 2020. Consultado em 27 de dezembro de 2020 
  21. Hafiz, Mariana; Vaz, Matheus; Revadam, Rafael (15 de abril de 2020). «Divulgadores de ciência são atacados por hackers e recebem ofensas após alertas sobre coronavírus». Jornal da UNICAMP. Cópia arquivada em 16 de abril de 2020. Também alvo de ataques, a bióloga Natália Pasternak recebeu uma onda de ódio recente ao rebater declarações de Bolsonaro, nas quais apontava a droga cloroquina como uma possível cura ao novo coronavírus. 
  22. «Natalia Pasternak e Carlos Orsi: casamento físico e literário». Lu Lacerda. 5 de julho de 2022. Consultado em 10 de julho de 2022 
  23. «BBC 100 Women: quem está na lista de mulheres inspiradoras e influentes de 2021». BBC News Brasil. Consultado em 16 de dezembro de 2022 
  24. Alves, Gabriel (30 de maio de 2020). «Livro mostra como ciência, tão discutida hoje, está no dia a dia». Folha de S.Paulo. Por causa da pandemia de Covid-19 o livro não teve um lançamento físico. Neste período, diz Orsi, a ciência tem sido mais ouvida. “Nunca cientistas tiveram acesso à mídia generalista como agora. Por outro lado, a ciência também nunca foi tão disputada, sobre quem tem a ‘ciência verdadeira’, ou o que realmente conta como ciência. Essa disputa se dá ao longo de um espectro que vai das discordâncias normais do processo científico até carteiradas de charlatões que querem grudar o rótulo de ‘científico’ em seus delírios. Isso é um problema exatamente porque a população em geral é pouco instruída sobre os métodos e critérios de qualidade da ciência e sobre a natureza dos consensos científicos”, afirma. 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]