Narcotráfico na Colômbia – Wikipédia, a enciclopédia livre

Mapa da DEA que mostra o fluxo de heroína e dinheiro entre a Colômbia e os Estados Unidos.
Um mapa mostrando o fluxo de heroína da Colômbia para os Estados Unidos.

Narcotráfico na Colômbia refere-se à evolução histórica da produção e distribuição de drogas ilícitas de efeitos psicotrópicos na Colômbia, desde seus inícios até a atualidade.

A Colômbia tinha quatro das facções de narcotráfico mais poderosas do mundo, que em alguns lugares criaram uma nova classe social e influenciaram, enormemente, a cultura colombiana. Vários líderes nacionais têm sido acusados ​​de alianças com grupos de narcotraficantes e / ou grupos armados ligados ao narcotráfico para obter poder político e econômico.[1]

O consumo de cocaína, marihuana e outras drogas psicoativas durante as décadas de 1960 e 1970 incrementaram a produção e o processamento destas na Colômbia. A cocaína é produzida em $1500/quilo em laboratórios da selva e poderia ser vendida nas ruas dos Estados Unidos por até $50,000/quilo. [2] Leis de proibição foram, então, implementadas nos Estados Unidos e na Colômbia para sufocar o efeito negativo das drogas na sociedade e apreender quem as possuem, comercializaram ou distribuíram.

Desde o estabelecimento da guerra contra as drogas, os Estados Unidos e alguns países europeus tem pedido ao governo colombiano ajuda logística e financeira para implementar planos que permitam combater o tráfico de drogas. O programa mais notável tem sido o polêmico "Plano Colômbia", no qual também está destinado a combater os grupos armados ilegais qualificados por estes países como terroristas, entre eles paramilitares e guerrilheiros, que na década de 1980 começaram a financiar suas atividades com esta atividade ilícita.

Apesar destes programas, a Colômbia segue sendo o líder mundial em produção de cocaína com, aproximadamente, 70% da distribuição total do mundo e 90% do processamento, segundo fontes do Departamento de Estado dos Estados Unidos, em 2004.[3]

Em junho de 2008, revelou-se um informe da Secretaria das Nações Unidas contra as Drogas e Delito, que alertava o crescimento do cultivo da cocaína no país durante o ano de 2007. Enquanto que em 2006 os cultivos compreendiam 78.000 hectares, em 2007 aumentaram para 99.000 hectares.

O boom inicial na produção de drogas na Colômbia para exportação teve início com a marijuana na década de 1960, seguida pela cocaína, em meados da década de 1970. Os Estados Unidos intervieram na Colômbia ao longo deste período, na tentativa de cortar o fornecimento dessas drogas para o território estadunidense. Os barões das drogas da Colômbia, como Pablo Escobar e Carlos Lehder foram por muito tempo considerados pelas autoridades de estarem entre os homens mais perigosos, ricos e poderosos do mundo. Até de 2013, a Colômbia continua sendo o maior produtor de cocaína do mundo.[4]

Produção de drogas[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Produção de coca na Colômbia

Entre 1993 e 1999, a Colômbia tornou-se a principal produtora de coca no mundo, juntamente com a cocaína, e um dos principais exportadores de heroína.

Cartéis de drogas[editar | editar código-fonte]

Durante os anos 1980, com o aumento da demanda, os cartéis se expandiram e se organizaram em grupos criminosos maiores geralmente liderados por um ou mais chefes. Algumas dessas organizações criminosas empreenderam guerras contra o Estado para tentar evitar tratados de extradição com os Estados Unidos e cometeram atos terroristas contra civis, atos que se estenderiam com a guerra entre cartéis. Já nas décadas de 1990 e 2000, vários destes cartéis consolidaram uma infiltração nas instituições do Estado e ao mesmo tempo consolidam alianças com grupos fora da lei, incluindo guerrilheiros e paramilitares.

Principais cartéis colombianos:[5]

Guerrilha e paramilitares[editar | editar código-fonte]

O tráfico de drogas também tem influência sobre o conflito armado colombiano uma vez que constitui uma fonte de financiamento dos movimentos guerrilheiros, como as FARC e o ELN[6][7], e dos grupos paramilitares, como a AUC[8] e as Águilas Negras[9].

As FARC começaram no início da década de 1980 os primeiros movimentos em relação ao cultivo e tráfico de drogas.[10] A inclusão da guerrilha no tráfico de drogas trouxe outro problema, não somente porque se tornaram uma organização narco-guerrilheira, mas também pelo fato de terem implementado as chamadas «vacunas» ou imposto revolucionário. Segundo vários relatórios relativos à segurança, o grupo armado chegou a cobrar $ 40 000 dólares por mês para o funcionamentos de laboratórios e cerca de $ 20 dólares por quilograma distribuído, seja por via terrestre ou fluvial.[10]

Com a desmobilização das Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC) em meados de 2006, os chamados grupos emergentes na Colômbia (BACRIM) recuperaram o controle de todas as atividades criminosas deixadas pelo grupo paramilitar e por vários traficantes de drogas. A formação destas organizações insurgentes provocou centenas de vítimas e tem desestabilizado diversos setores comerciais. Acredita-se que em 406 municípios da Colômbia, operam grupos criminosos e que estes fizeram uma aliança estratégica com outros grupos e gangues criminosas como as FARC, o ELN, entre outros. A aliança obedece principalmente o cultivo e tráfico de drogas, uma tarefa que gera renda e sustenta as finanças dessas organizações. De acordo com o governo colombiano, as Bacrim "se vêem como cartéis de drogas que combatem exclusivamente a polícia e demonstram que são grupos com capacidade militar, acampamentos, armas, estrutura hierárquica e aliados com a guerrilha".[11]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Mientras la economía se desnarcotiza, se consolida la narcopolítica». www.lasillavacia.com 
  2. «The Colombian Cartels» 
  3. «usinfo.state.gov». usinfo.state.gov. Consultado em 5 de julho de 2009. Arquivado do original em 19 de abril de 2008 
  4. «Gold Eclipses Cocaine as Rebels Tap Colombian Mining Wealth» 
  5. «Nova geração domina tráfico de drogas na Colômbia». BBC 
  6. (em castelhano) «Las cuentas de las FARC». www.semana.com , Semana, 30 de janeiro de 2005
  7. (em inglês) «Colombia's Civil War : Revolutionary Armed Forces of Colombia (FARC)». www.cocaine.org , sur www.cocaine.org, 2003
  8. (em inglês) «The New Druglords». www.time.com , Time Magazine, 13 de junho de 2004
  9. (em castelhano) «Decomisan cinco toneladas de cocaína de las Águilas Negras». www.elespectador.com , El Espectador, 6 de março de 2009
  10. a b «Las Farc: El Mayor Cartel del Narcotráfico en el Mundo». securempire.com. Arquivado do original em 14 de abril de 2013 
  11. «Las bacrim crecen en todo el país». elespectador.com 
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Ligações externas[editar | editar código-fonte]