Napoleão José Bonaparte – Wikipédia, a enciclopédia livre

Napoleão José Bonaparte
Príncipe Napoleão
Napoleão José Bonaparte
Retrato por Jean-Hippolyte Flandrin, 1860
Nascimento 9 de setembro de 1822
  Trieste, Áustria
Morte 17 de março de 1891 (68 anos)
  Roma, Itália
Sepultado em Basílica de Superga, Turim, Itália
Nome completo Napoleão José Carlos Paulo
Esposa Maria Clotilde de Saboia
Descendência Vítor, Príncipe Napoleão
Luís Bonaparte
Maria Letícia Bonaparte
Casa Bonaparte
Pai Jerónimo Bonaparte
Mãe Catarina de Württemberg
Religião Catolicismo
Brasão

Napoleão José Bonaparte (Napoleão José Carlos Paulo), (9 de setembro de 1822 - 17 de março de 1891), príncipe francês, conde de Meudon, conde de Moncalieri ad personam, 3.º príncipe titular de Montfort (conhecido normalmente por príncipe Napoleão e ocasionalmente como Jerónimo Napoleão, foi o segundo filho de Jerónimo Bonaparte, rei da Vestefália, e da sua esposa, a princesa Catarina de Württemberg. Tornou-se rapidamente popular por ter utilizado os seus laços a Napoleão I. Após a revolução francesa de 1848, foi eleito para a Assembleia Nacional Francesa como representante da Córsega.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascido em Trieste, no Império Austro-Húngaro (hoje na Itália) e conhecido por príncipe Napoleão ou pela alcunha de "Plon-Plon", foi um conselheiro próximo do seu primo, Napoleão III de França, e era conhecido principalmente como um dos principais defensores de uma intervenção militar francesa em Itália em nome de Camillo di Cavour e dos nacionalistas italianos.

Um liberal anti-clerical, liderava essa facção da corte e tentou influenciar o imperador a seguir políticas anti-clericais contra a influência contrária da esposa do imperador, a imperatriz Eugénia, uma católica devota e conservadora e defensora dos que desejavam que as tropas francesas protegessem o estatuto soberano no papa em Roma. O imperador acabaria por navegar entre estas duas influências ao longo do seu reinado.

Quando o seu primo se tornou presidente em 1848, Napoleão foi nomeado ministro plenipotenciário de Espanha. Mais tarde, prestou serviço militar na capacidade de general de uma divisão durante a Guerra da Crimeia, como governador da Argélia Francesa e como comandante dos corpos do exército francês em Itália em 1859. A sua alcunha curiosa (Plon-Plon), surgiu devido à forma como pronunciava o seu nome quando era criança, enquanto a alcunha "Craint-Plomb" [Com Medo de Chumbo] lhe foi dada pelo exército por este não ter estado presente na Batalha de Solferino. Sobre este assunto, Lillie de Hegermann-Lindencrone comentou:

"O príncipe Jerónimo é, da família Napoleão, o que mais se parece com Napoleão I. Em aspecto, mas não em carácter. Não tem nada de heróico. Desde que teve o infortúnio de se sentir subitamente indisposto na véspera da batalha de Solferino, e não apareceu, chamam-no de 'craint-plomb'. Se non e vero e ben trovato."[1]

Como parte da política de aliança do seu primo com o Piemonte-Sardenha, em 1859, o príncipe Napoleão casou-se com a princesa Maria Clotilde de Saboia, filha do rei Vítor Emanuel II da Sardenha. Quando Napoleão Eugénio, príncipe imperial, morreu em 1879, o príncipe Napoleão tornou-se, em genealogia, o membro mais velho da família Bonaparte, mas o príncipe imperial excluiu-o da sucessão, nomeando o seu filho, Napoleão Vítor, como novo chefe da família. Não existem dúvidas de que esta decisão do príncipe imperial tinha sido influenciada pela atitude hostil do seu primo quando ele nasceu. O resultado foi uma zanga entre pai e filho que durou até à sua morte. Napoleão morreu em Roma aos 69 anos de idade. Teve mais dois filhos, Napoleão Luís, governador de Erevan, que morreu solteiro e sem filhos, e Maria Letícia, segunda esposa do rei Amadeu I de Espanha.

Descendência[editar | editar código-fonte]

  1. Vítor Bonaparte (18 de julho de 18623 de maio de 1926), chefe da família Bonaparte e 4.º príncipe de Montfort; casado com a princesa Clementina da Bélgica; com descendência.
  2. Luís Bonaparte (16 de julho de 1864 - 14 de outubro de 1932), nunca se casou nem teve filhos.
  3. Maria Letícia Bonaparte (20 de novembro de 186625 de outubro de 1926), casada com o seu tio materno, o rei Amadeu I de Espanha; com descendência.

Referências na cultura popular[editar | editar código-fonte]

O príncipe Napoleão tem um papel importante no romance de Robert Goddard "Paiting the Darkness" (Pintando a Escuridão). São referidos o seu papel na Guerra da Crimeia e ao facto de o seu filho o ter ultrapassado na sucessão.

Genealogia[editar | editar código-fonte]

Os antepassados de Napoleão José Bonaparte em três gerações
Napoleão José Bonaparte Pai:
Jerónimo Bonaparte
Avô paterno:
Carlo Maria Bonaparte
Bisavô paterno:
Giuseppe Maria Buonaparte
Bisavó paterna:
Maria Saveria Paravicini
Avó paterna:
Maria Letícia Ramolino
Bisavô paterno:
Giovanni Geronimo Ramolino
Bisavó paterna:
Angela Maria Pietrasanta
Mãe:
Catarina de Württemberg
Avô materno:
Frederico I de Württemberg
Bisavô materno:
Frederico II Eugénio, Duque de Württemberg
Bisavó materna:
Sofia Doroteia de Brandemburgo-Schwedt
Avó materna:
Augusta de Brunswick-Wolfenbüttel
Bisavô materno:
Carlos Guilherme Fernando de Brunswick-Wolfenbüttel
Bisavó materna:
Augusta Carlota de Gales

Referências

  1. L. de (Lillie de) Hegermann-Lindencrone - In the Courts of Memory, 1858 1875; a partir de Cartas Contemporâneas.
Commons
Commons
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Napoleão José Bonaparte