Nacionalismo africano – Wikipédia, a enciclopédia livre

O nacionalismo africano é um movimento político e social que surgiu no século XX no continente africano, com o objectivo de promover a autodeterminação, a independência e a unidade das nações africanas. Esse movimento foi uma resposta directa ao colonialismo europeu e buscava libertar os países africanos do domínio e da exploração colonial.[1][2][3]

O nacionalismo africano foi impulsionado por líderes carismáticos e intelectuais africanos, que mobilizaram as massas e despertaram o orgulho étnico e cultural. Eles defendiam a ideia de que os africanos deveriam ser donos do próprio destino, determinando seus governos e desenvolvendo suas nações de acordo com seus próprios valores e tradições.[4][5][6]

Durante as décadas de 1950 e 1960, muitas nações africanas conquistaram a independência do domínio colonial. Líderes como Kwame Nkrumah em Gana,[7][8] Jomo Kenyatta no Quênia[9][10] e Julius Nyerere na Tanzânia[6][11] se tornaram símbolos do nacionalismo africano, lutando pela autodeterminação e pela construção de Estados africanos independentes.

O nacionalismo africano também enfatizava a unidade continental, buscando a solidariedade entre os países africanos e a cooperação para enfrentar desafios comuns. A criação da Organização para a Unidade Africana (OUA) em 1963 foi um passo importante nessa direcção, visando promover a integração e a colaboração entre os países africanos.[12][13][14][15]

No entanto, o nacionalismo africano também enfrentou desafios e críticas. Alguns argumentaram que ele negligenciou as diversidades étnicas e culturais dentro dos países africanos, levando a conflitos internos. Além disso, a herança do colonialismo deixou muitos países africanos com divisões económicas[16] e políticas profundas, dificultando a realização plena dos ideais do nacionalismo africano.

Apesar dos desafios, o nacionalismo africano desempenhou um papel fundamental na conquista da independência e na construção dos Estados africanos pós-coloniais.[17] Ele continua sendo uma força importante na política africana contemporânea, lutando por justiça, desenvolvimento económico e a realização do potencial africano como um todo.

Referências

  1. SUMBANE, Salvador Agostinho. H11 - História 11ª Classe. 2ª Edição. Texto Editores, Maputo, 2017.
  2. «O NACIONALISMO AFRICANO NO CAMINHO PARA A DEMOCRACIA: A TRANSIÇÃO DO PODER COLONIAL PARA O PARTIDO ÚNICO NOS PALOP» (PDF). Janeiro de 2013: p.43. Consultado em 17 de junho de 2023 
  3. Dinis, A. J. Dias (1962). «Antecedentes da expansão ultramarina portuguesa: os diplomas pontificios dos séculos XII a XV». Revista Portuguesa de História (10): 1–118. ISSN 0870-4147. doi:10.14195/0870-4147_10_1. Consultado em 17 de junho de 2023 
  4. Águas, Carla Ladeira Pimentel (18 de junho de 2013). «Destabilized tragedy: Spaces of memory and transgression in the Congo dance from Nossa Senhora do Livramento». Cadernos de Estudos Africanos (25): 161–182. ISSN 1645-3794. doi:10.4000/cea.893. Consultado em 17 de junho de 2023 
  5. Meihy, Murilo Sebe Bon. «Habemus Africas: Islã, Renascimento e África em João Leão Africano (século XVI)». Consultado em 17 de junho de 2023 
  6. a b Aroch Fugellie, Paulina (2019). «Shylock y el socialismo africano: el Shakespeare poscolonial de Julius Nyerere». doi:10.12804/ch9789587842531. Consultado em 17 de junho de 2023 
  7. Johnson, David P. (7 de abril de 2005). «Nkrumah, Kwame». Oxford University Press. African American Studies Center. Consultado em 17 de junho de 2023 
  8. «Kwame Nkrumah lutou por uma África livre e unida – DW – 10/01/2018». dw.com. Consultado em 17 de junho de 2023 
  9. «História do Quênia». Wikipédia, a enciclopédia livre. 6 de abril de 2023. Consultado em 17 de junho de 2023 
  10. «Era uma vez no Quênia». CADTM. 17 de junho de 2023. Consultado em 17 de junho de 2023 
  11. Heath, Elizabeth (7 de abril de 2005). «Nyerere, Julius Kambarage». Oxford University Press. African American Studies Center. Consultado em 17 de junho de 2023 
  12. Ribeiro, Rafael (20 de julho de 2020). «RELIGIÃO E EDUCAÇÃO: OS PRINCÍPIOS RELIGIOSOS NO ENSINO PÚBLICO». Atena Editora: 120–126. Consultado em 17 de junho de 2023 
  13. Kagibanga, Victor (9 de dezembro de 1998). «A questão da ruptura e da continuidade (proto)nacionalista na obra de Mário Pinto de Andrade: uma contribuição ao estudo sociológico do programa de pesquisa do 2º volume da obra Origens do Nacionalismo Africano». África (20-21): 285–303. ISSN 2526-303X. doi:10.11606/issn.2526-303x.v0i20-21p285-303. Consultado em 17 de junho de 2023 
  14. Castro, Maria João (26 de janeiro de 2016). «Império e Propaganda: as viagens presidenciais às colónias ultramarinas durante o Estado Novo». Revista Brasileira de História da Mídia (1). ISSN 2238-5126. doi:10.26664/issn.2238-5126.5120164518. Consultado em 17 de junho de 2023 
  15. Cravançola, Esmeralda Barbosa. «Poesia liberdade. Um estudo da poética muriliana.». Consultado em 17 de junho de 2023 
  16. «Satisfação com serviços comunitários básicos em 42 países africanos». dx.doi.org. 11 de julho de 2015. Consultado em 17 de junho de 2023 
  17. Filho, Wilson Trajano; Dias, Juliana Braz (1 de dezembro de 2015). «O colonialismo em África e seus legados: classificação e poder no ordenamento da vida social». Anuário Antropológico (v.40 n.2): 9–22. ISSN 0102-4302. doi:10.4000/aa.1371. Consultado em 17 de junho de 2023