Nílton Santos – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Se procura o estádio no Rio de Janeiro, veja Estádio Nilton Santos (Rio de Janeiro).
Nilton Santos
Nilton Santos
Nilton com o Botafogo em 1956
Informações pessoais
Nome completo Nilton dos Santos
Data de nascimento 16 de maio de 1925
Local de nascimento Rio de Janeiro (DF), Brasil
Nacionalidade brasileiro
Data da morte 27 de novembro de 2013 (88 anos)
Local da morte Rio de Janeiro (RJ), Brasil
Altura 1,84 m
direito
Apelido Enciclopédia
Informações profissionais
Período em atividade 1948–1964 (16 anos)
Posição Lateral-esquerdo
Clubes de juventude
1939
1947–1948
Flexeiras
Botafogo
Clubes profissionais
Anos Clubes Jogos e gol(o)s
1948–1964 Botafogo 00723 000(11)
Seleção nacional
1949–1962 Brasil 00075 0000(3)[1]
Medalhas
Campeonato Pan-Americano
Ouro Santiago 1952 Equipe
Nilton Santos no Flexeiras Atlético Clube em 1939. Nilton Santos é o primeiro da esquerda
Brasil 1958: Vicente Feola (treinador), Djalma Santos, Zito, Bellini, Nilton Santos, Orlando, Gylmar - Garrincha, Didi, Pelé, Vava, Zagallo
Estátua de Nílton Santos inaugurada em 2009 no Estádio Nílton Santos, Rio de Janeiro
Nilton Santos presenteia bandeira do Botafogo FR ao presidente do Brasil, Lula da Silva, em março de 2004
Busto de Nílton Santos na sede de General Severiano do Botafogo FR

Nilton dos Santos, mais conhecido como Nilton Santos (Rio de Janeiro, 16 de maio de 1925Rio de Janeiro, 27 de novembro de 2013), foi um futebolista brasileiro que atuava como lateral-esquerdo. Em 2000, foi eleito pela FIFA como o melhor lateral-esquerdo de todos os tempos.[2]

Integrou o plantel da seleção brasileira nos campeonatos mundiais de 1950, 1954, 1958 e 1962, tendo sido bicampeão nas duas últimas.

Foi chamado de "A Enciclopédia" por causa dos conhecimentos sobre o futebol e por ser completo como jogador, foi o precursor em arriscar subidas ao ataque através da lateral do campo. Revolucionou a posição de lateral-esquerdo, utilizando-se de sua versatilidade ao defender e atacar, inclusive marcando gols, numa época do futebol em que sua posição tinha apenas a função defensiva. Homenageado pelo Botafogo, deu origem ao Estádio Nilton Santos. O estádio é localizado na rua José dos Reis, 425. Faleceu em 27 de Novembro de 2013 vítima de uma infecção pulmonar, no bairro de Botafogo (RJ), na Fundação Bela Lopes.

Botafogo[editar | editar código-fonte]

Nascido e criado na Ilha do Governador,[3] foi descoberto por um oficial da Aeronáutica enquanto cumpria serviço militar. Levado para jogar no Botafogo em 1948, somente deixou General Severiano em 1964 quando abandonou os gramados. Vestiu apenas duas camisas ao longo de sua carreira: a do Botafogo e a da Seleção Brasileira. Sua estreia com a camisa do clube da estrela solitária aconteceu contra o América Mineiro. No Campeonato Carioca de 1948, disputou seu primeiro jogo contra o Canto do Rio em Caio Martins. O Botafogo venceu de 4 a 2. O Alvinegro de General Severiano foi o campeão carioca de 1948. No entanto, no primeiro jogo do carioca contra o São Cristóvão quem atuou pela equipe principal foi Nílton Barbosa.

A segurança defensiva de Nilton Santos rendeu diversos elogios nos anos 50. Dâmaso Salcede do Jornal dos Sports em 1955 chamou Nilton Santos de "o maior zagueiro brasileiro desde Domingos da Guia". [4] Para Vargas Neto, Sylvio Pirillo foi demitido do Botafogo em 1952 ao "inventar" de colocar Nilton Santos mais à frente, como meia. [5] Mário Filho em 1957 chamou Nilton Santos de sucessor de Domingos da Guia.[6]

Nílton Santos atuou sua carreira toda no Botafogo. Onde conquistou por quatro vezes o campeonato estadual (1948, 1957, 1961 e 1962), duas vezes o Torneio Rio–São Paulo (1962 e 1964), além vários do Torneio de Paris em 1963 — além de outros títulos internacionais. Nílton Santos participou de 718 partidas pelo clube sendo o recordista e marcou onze gols entre 1948 e 1964.

Seleção Brasileira[editar | editar código-fonte]

Nílton estreou na seleção no sul-americano de 1949, a competição foi realizada no Brasil que acabou campeão. Participou da Copa do Mundo de 1950 onde foi vice-campeão. Ainda foi campeão com a seleção do pan-americano de 1952, bicampeão mundial em 1958 na Suécia e 1962 no Chile. Atuou em 75 partidas oficiais e 10 não oficiais. Sua despedida da seleção ocorreu na final da Copa de 1962. Marcou dois gols com a camisa da seleção.[7]

Na Seleção Brasileira de futebol, Nílton foi um jogador chave na defesa durante os campeonatos mundiais em que participou e ficou famoso internacionalmente por marcar um gol magnífico no torneio de 1958, quando o Brasil jogou com a Áustria. Trazendo a bola do campo de defesa e driblando o time adversário inteiro (e deixando doido o técnico Vicente Feola), finalizou com um ótimo chute.

Outra jogada sua sempre lembrada é a do pênalti que cometeu contra o atacante Enrique Collar no jogo contra a Espanha na Copa do Mundo de 1962, considerado a partida mais difícil daquela campanha. O árbitro marcou a falta, mas quando chegou perto para conferir o lance, colocou a bola fora da área, pois não percebeu que Nílton, sem se desesperar e gesticular os braços como fariam outros jogadores, matreiramente havia dado dois passos e saído da área, enganando o árbitro.

Vida como ex-jogador[editar | editar código-fonte]

Depois que parou de jogar, Nílton Santos se especializou em contar passagens divertidas da vida de Garrincha, seu "compadre" e amigo íntimo de muitos anos. Ele dizia, por exemplo, que na sua frente Garrincha, um contumaz alcoólatra, nunca havia tomado um gole, pedindo sempre um "copo de água" quando o via.

Escreveu “Minha Bola, Minha Vida”, livro que conta sua história através dos campos do mundo. Ele também foi homenageado no Cantinho da Saudade em dezembro de 1999, no Museu dos Esportes Edvaldo Alves de Santa Rosa – Dida, que fica localizado no Estádio Rei Pelé em Maceió.

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Nílton foi casado duas vezes: com Abigail com quem teve dois filhos - Carlos Eduardo e Andréa, e com Maria Coeli[8] até sua morte. Morou, além do Rio de Janeiro, em Araruama e em Brasília. Nesta última trabalhou com escolinhas de futebol e chegou a escrever uma coluna no jornal Correio Braziliense e tornou-se cidadão honorário.[9]

Homenagens[editar | editar código-fonte]

Nílton Santos faz parte do FIFA 100. E foi homenageado no Prêmio Craque do Brasileirão de 2007.[10] Foi eleito pela IFFHS, o 9º maior jogador brasileiro do século, o 28º da América do sul, e o maior lateral esquerdo de todos os tempos pela Federação internacional de futebol.

Em 2000, época em que desenvolvia um projeto social com jovens por meio do futebol no estado do Tocantins, o governo local lhe homenageou com seu nome o Estádio Nilton Santos em Palmas.

No ano de 2009, uma estátua de Nílton Santos foi inaugurada em frente às catracas do setor da ala Oeste no Estádio Olímpico João Havelange, que posteriormente seria rebatizado de Estádio Olímpico Nilton Santos numa bela homenagem do clube para com o grande ídolo.

Falecimento[editar | editar código-fonte]

Nilton Santos, que nos últimos anos sofria do Mal de Alzheimer, faleceu em 27 de novembro de 2013 na Fundação Bela Lopes, no bairro de Botafogo, Rio de Janeiro, vítima de infecção pulmonar.[11] Tanto as despesas médicas como do sepultamento foram custeadas pelo Botafogo.[12] Foi sepultado no Cemitério de São João Batista.

Em 1956

Títulos[editar | editar código-fonte]

Botafogo
Seleção Carioca
Seleção Brasileira

Prêmios individuais[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Muller, Maneco. Minha Bola, Minha Vida, Gryphus. O velho e a bola, Maquinaria Editora, 2013[14]

Referências

  1. «Todos os brasileiros 1950». Folha de S.Paulo. 9 de dezembro de 2015. Consultado em 3 de outubro de 2018 
  2. espn.com.br/ Bicampeão mundial pela seleção e "Enciclopédia do futebol", Nilton Santos morre aos 88 anos
  3. «Acervo Nilton Santos». Estadão 
  4. «Bola Society». Memória BN. Jornal dos Sports (RJ) de 11 de janeiro de 1955. Consultado em 29 de julho de 2017 
  5. «Crônica de Vargas Netto». Memória BN. Jornal dos Sports (RJ) de 31 de julho de 1957. Consultado em 29 de julho de 2017 
  6. «A lenda de Domingos da Guia». Memória BN. Jornal dos Sports (RJ) de 13 de Dezembro de 1957. Consultado em 29 de julho de 2017 
  7. Museu dos Esportes. «Nilton Santos». Consultado em 2 de setembro de 2008. Arquivado do original em 7 de julho de 2002 
  8. «O mestre da bola». IstoÉ Gente 
  9. «Nilton Santos era honorário cidadão de Brasília». 27 de novembro de 2013 
  10. GloboEsporte.com - Nílton Santos será homenageado pela CBF
  11. «Morre no Rio o ex-jogador de futebol Nilton Santos». G1. Consultado em 27 de novembro de 2013 
  12. «Morre Nilton Santos, aos 88 anos, no Rio de Janeiro». Consultado em 27 de novembro de 2013 
  13. «Pele's list of the greatest» (em inglês). BBC Sport. 4 de março de 2004. Consultado em 6 de agosto de 2021 
  14. «Maquinaria editora» 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Nílton Santos
Wikiquote
Wikiquote
O Wikiquote possui citações de ou sobre: Nilton Santos