Museu de Arte de Brasília – Wikipédia, a enciclopédia livre

Museu de Arte de Brasília
Museu de Arte de Brasília
Tipo museu
Geografia
Coordenadas 15° 47' 15.882" S 47° 50' 0.741" O
Mapa
Localização Brasília - Brasil

O Museu de Arte de Brasília (MAB) é um museu de arte moderna e contemporânea localizado em Brasília, Distrito Federal. Interditado entre 2007 e 2021, possui um acervo de 1.400 obras, com obras de arte e de design de autores como Tarsila do Amaral, Alfredo Volpi e Sérgio Rodrigues.

Histórico[editar | editar código-fonte]

Hall do MAB com obra de Sanagê e exposição Tarsila no MAB ao fundo
Hall do Museu de Arte de Brasília com obra de Sanagê Cardoso, em maio de 2021.

Construído entre 1960 e 1961, o edifício onde posteriormente o museu foi instalado foi projetado pela Novacap.[1][2] Serviu de sede para vários estabelecimentos, como restaurante, bar, boate, o Clube das Forças Armadas e o Casarão do Samba.[1][3] Em 1985, a Secretaria de Educação e Cultura do Governo do Distrito Federal criou o museu. Nele, foram reunidas obras das artes visuais moderna e contemporânea doadas.[1] A instituição foi inaugurada em março daquele ano com uma exposição com cerca de duzentos obras, de artistas como Tomie Ohtake e Arcangelo Ianelli.[3]

O edifício do museu não contou com investimentos para reformas nos primeiros anos de sua existência. Na década de 1990, o prédio foi interditado por conta da insalubridade do subsolo. Em 1992, uma vistoria concluiu que o local não possuía as condições para guardar e expor obras. Nos anos 2000, foram apresentados projetos para restaurar o espaço. Enquanto isso, o museu continuou em atividade, recebendo exposições de artistas relevantes, incluindo Maurits Cornelis Escher, Joseph Beuys, Le Corbusier e Alfredo Volpi.[3][4][2]

Em 2007, o museu foi fechado, em conformidade com recomendação exarada pelo Ministério Público.[4][3] Seu acervo foi transferido para o Museu Nacional da República.[1] A reforma, interrompida em 2015 por falta de verbas, foi retomada em 2017.[5][6] O Governo do Distrito Federal estimou um custo de R$ 7,6 milhões, financiado pelo Banco do Brasil e a Terracap.[1] Havia a previsão de que fosse finalizada em novembro de 2018, o que não ocorreu. Em julho de 2020, o governo previu que a reinauguração ocorreria no segundo semestre daquele ano.[7][8] De acordo com o jornal Metrópoles, a demora na conclusão da reforma do museu tornou a instituição "um dos maiores símbolos do descaso com a cultura no Distrito Federal."[9]

Em 21 de abril de 2021, a reforma do museu foi concluída. O MAB reabriu ao público em 29 de maio desse mesmo ano, com exposições de Tarsila do Amaral e de Orlando Brito.

Hall do MAB com Tarsilas e Babinski ao fundo
Hall do Museu de Arte de Brasília com a exposição "Tarsila no MAB", em 2021.

Acervo[editar | editar código-fonte]

O acervo inicial foi formado com peças que existiam dispersas pelas instalações da Secretaria de Estado de Cultura do Distrito Federal, provenientes de salões e de doações. As peças datam da década de 1950 em diante, e incluem gravuras, pinturas, esculturas, objetos e instalações.[1][10]

Em 2020, a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal informou que faziam parte do acervo da instituição obras de arte moderna e contemporânea, abrangendo desde a 1917 até 2001. Haviam pinturas, gravuras, desenhos, fotografias, esculturas, objetos e instalações. Alguns dos artistas presentes na coleção são nomes famosos no Brasil e no exterior, como Aldemir Martins, Ana Maria Tavares, Carmela Gross, Elias Murad, Fayga Ostrower, Francisco Stockinger, Franz Weissmann, Leda Catunda, Leonilson, Lygia Pape, Roberto Burle Marx, Siron Franco, dentre outros.[1][11]

Em 2018, haviam 1.370 obras pertencentes ao Museu de Arte de Brasília em exposição no Museu Nacional da República, onde o acervo era mantido.[12] Nos três primeiros anos após a interdição do MAB, o Museu Nacional da República organizou dezessete exposições com as suas obras.[2]

Referências

  1. a b c d e f g «Museu de Arte de Brasília». Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal. 2020. Consultado em 7 de agosto de 2020 
  2. a b c Guimarães, Maíra Oliveira (2019). «O MUSEU DE ARTE DE BRASÍLIA DESDE O ANEXO DO BRASÍLIA PALACE HOTEL (1958-2019)» (PDF). Docomomo. Salvador. Consultado em 7 de agosto de 2020 
  3. a b c d «ANTES ARTE DO QUE TARDE: O MUSEU DE ARTE DE BRASÍLIA DESDE O ANEXO DO BRASÍLIA PALACE HOTEL». Objetos Sim. 15 de abril de 2020. Consultado em 7 de agosto de 2020 
  4. a b Tiago Vasconcelos (3 de julho de 2018). «Abandonado desde 2007, Museu de Arte de Brasília continua em reforma». Diário do Poder. Consultado em 7 de agosto de 2020 
  5. Isabella Formiga (19 de abril de 2015). «Sem verba para finalizar obras, GDF mantém pontos turísticos fechados». G1. Consultado em 7 de agosto de 2020 
  6. Deborah Novais (24 de outubro de 2017). «Abandonado há 10 anos, Museu de Arte de Brasília retoma reformas». Correio Braziliense. Consultado em 7 de agosto de 2020 
  7. «Fechado há 10 anos, Museu de Arte de Brasília começa a ser reformado». G1. 24 de outubro de 2017. Consultado em 7 de agosto de 2020 
  8. «Reforma do Museu de Arte de Brasília deve ser finalizada este semestre». Correio Braziliense. 2 de julho de 2020. Consultado em 7 de agosto de 2020 
  9. Paulo Lannes (20 de abril de 2017). «Saiba como vai ficar o Museu de Arte de Brasília após reforma». Metrópoles. Consultado em 7 de agosto de 2020 
  10. Francine Marquez (9 de agosto de 2019). «Museu de Arte de Brasília será exemplo de sustentabilidade após reforma». Diário do Poder. Consultado em 7 de agosto de 2020 
  11. «Em breve, Museu de Arte de Brasília será reinaugurado». Agência Brasília. 2 de julho de 2020. Consultado em 7 de agosto de 2020 
  12. Clara Campoli (29 de setembro de 2018). «Patrimônio cultural da cidade segue abandonado e fechado». Metrópoles. Consultado em 7 de agosto de 2020 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]