Mulheres guerreiras na cultura – Wikipédia, a enciclopédia livre

O retrato das mulheres guerreiras na literatura e cultura popular é um tema de estudo na história, estudos literários, estudos de cinema, folclore e mitologia, estudos de gênero e dos estudos culturais. A figura arquetípica da mulher guerreira, opõem-se a construção normal da guerra, violência e agressão como masculino.[1] Esta convenção faz com que as mulheres guerreiras tenham destaque na investigação dos discursos circundantes do poder feminino, papéis de gênero na sociedade, e particularmente na filmologia feminista.[2] A poderosa heroína é uma figura central para um ramo específico do movimento conhecido como Feminismo Amazonas, assim como Estudos Buffy

Folclore e mitologia[editar | editar código-fonte]

Mulheres medievais ajudando a defender a cidade de um ataque.
Britomart Redime Faire Amoret, William Etty (1833).

Na mitologia hindu, Chitrāngadā, esposa de Arjuna, era a comandante dos exércitos de seu pai. 

As Amazonas eram uma tribo inteira de mulher guerreiras na mitologia grega. "Amazônia", tornou-se um epônimo para a mulher guerreiras e atletas. Atena a deusa da guerra, sabedoria e civilização dos gregos é um arquétipo para a maioria das mulheres guerreiras. Na mitologia nórdica, destaca-se as valquírias e donzelas escudeiras

Na mitologia britânica, a Rainha Cordélia lutou contra vários candidatos para seu trono, e pessoalmente liderou o exército em suas batalhas.

Em seu A Bravura das Mulheres, o historiador greco-romano, Plutarco, descreve como as mulheres de Argos lutou contra o Rei Cleomenes e os Espartanos sob o comando de Telesilla no quinto século a.C.[3][4]

Literatura[editar | editar código-fonte]

Mulheres guerreiras têm uma longa história na ficção, onde muitas vezes elas têm função de maior inspirações históricas, tais como "Gordafarid" (em persa: گردآفريد) no antigo poema épico persa Épica dos Reis.

Várias outras mulheres guerreiras têm aparecido na literatura clássica. Camilla na Eneida , provavelmente, foi o modelo para um grupo de mulheres guerreiras nos poemas épicos do renascimento: Belphoebe e Britomart em The Faerie Queene de Edmund Spenser, Melisso e Marfisa em Orlando Furioso, Clorinda e (relutantemente) Erminia em La gerusalemme liberata. Há também um debate em curso entre os estudiosos se a mãe de Grendel do poema Beowulf era um monstro ou uma mulher guerreira.

Oriente [editar | editar código-fonte]

A mulher guerreira é parte de uma longa tradição dos filmes de artes marciais chineses e japoneses, mas o seu alcance e apelo para o público ocidental é mais recente, coincidindo com o grande aumento do número de heroínas na mídia norte-americana desde 1990.[5][6]

Tipos e análise feminista  [editar | editar código-fonte]

As implicações feministas do papel não-convencional são complicadas pela representação das mulheres guerreiras, muitas vezes criadas por homens, e, em alguns casos, projetadas para servir as ideologias retrógradas antifeminista.[5][7] A mulher guerreira, nestes casos é vista como um problema, que reforça a normativa de gênero binário.[5]

Masculina[editar | editar código-fonte]

Joana d'Arc, representada vestida como um cavaleiro.

Caracterizar as mulheres guerreiras com traços masculinos, como pelos curtos, estatura alta e músculos, é uma tática para confortavelmente situá-la no reino de combate tradicionalmente masculino.[8] Mulheres guerreiras masculinizadas incluem Brienne de Tarth de A Game of Thrones e Furiosa de Mad Max: Fury Road. Androginia tornou-se comumente a partir da década de 1980, após mudanças nos padrões de beleza, que passou a acomodar figuras mais tonificadas e com menos curvas.[6]

Vestuário masculino, como a armadura de cavaleiro de Joana d'Arc ou o uniforme policial de Megan Turner em Blue Steel, geralmente desempenha um importante papel simbólico na narrativa, distanciando as personagens das típicas limitações femininas.[8] Armas e tecnologia, como a arma e carro de Thelma e Louise, são ícones do poder masculino.[6] Cross-dressing é um tema comum para as mulheres guerreiras que de outra maneira não seriam permitidas de participar do combate, como Mulan, Arya Stark, e Éowyn.

A prática de inserir uma figura feminina em um papel tipicamente masculino tem sido criticada como ineficaz, mudando o corpo físico da mulher, e mantendo simbolicamente um homem.[8] O tipo específico da personagem, a tomboy lutadora, é descrita como habitando um estágio de pré-mulher, ainda não aceitando as responsabilidades "normais" da feminilidade.[6] Por outro lado, mulheres guerreiras masculinas foram aplaudidas por desafiar convenções de gênero e visão binária deste.[5][7] Neste ponto de vista, a noção da guerreira como simbolicamente masculina depende da suposição de que as mulheres "reais" devem ser apresentadas exclusivamente femininas.  

Feminina[editar | editar código-fonte]

Um arquétipo antigo da mulher guerreira envolve feminilidade definindo seu traço.[7] Guerreiras femininas como Mulher Maravilha demonstra superioridade moral sobre os homens imprudentes, decretando a violência só para proteger os outros e com claro resultado positivo para sociedade.[2] A guerreira feminina é mais emocional do que os seus homólogos masculinas e hesita infligir dor, permanecendo sempre solidária com o espectador, como em The Quick and the Dead.[9] Ela pode não estar disposta a lutar, até o ponto de que a violência requer deixar o seu "verdadeiro eu" e desejo de uma normal vida feminina para trás.[2] Ao contrário da tradição narrativa do herói como solitário, a heroína feminina, muitas vezes depende das suas relações para resolver ajudar os outros, normalmente homens.[7] Geralmente motivações maternais são dadas como em Aliens e Terminator 2, para enquadrar a agressão com a proteção mais socialmente adequada.[2] 

Dentro de gêneros dominados pelos homens, a inclusão e promoção de características femininas é uma grande mudança, que desmonta a ideia de que a feminilidade e poder são mutuamente exclusivas.[10] Guerreiras femininas têm sido apontadas como uma subversão positiva dos estereótipos femininos. Outros criticam esta adaptação do papel guerreiro como reafirmação das construções essencialistas das diferenças de gêneros.[1] 

Sexualizada[editar | editar código-fonte]

Jaclyn Smith, Cheryl Ladd, e Kate Jackson, estrelas do seriado Charlie's Angels (foto de 1977), eram bastante sexualizadas.

Atenção colocada no corpo atraente da mulher guerreira atende ao olhar masculino e leva ênfase longe de suas ações como uma lutadora.[2][11] A guerreira sexual usa vestes glamourosas, roupas reveladoras indicando disponibilidade sexual, como na série e filmes de Charlie's Angels ou os jogos Soulcalibur.[12] A energia agressiva da guerreira é desviada em direção a uma natureza sexual exagerada, ligando-a à figura da dominatrix.[2] Estas personagens, muitas vezes desempenham o papel da femme fatale, associando a sexualidade feminina com perigo e engano.[8]

Alguns apontam que as interpretações fetichistas são baseadas em preconceitos e associações do público, em vez de exclusivamente informado pelas escolhas de representações.[2] Muitas mulheres guerreiras são retratadas como atraente, mas desempenham um papel ativo na narrativa além de sua sexualidade; o que lhe impede de ficar exclusivamente reduzida a símbolo sexual, como por exemplo, as ícones da tv, Xena e Buffy.[2] Da mesma forma, os guerreiros masculinos como Aquiles em Troia (interpretado por Brad Pitt) têm corpo e vestuário sexualizado, mas isto não enfraquecê-los e nunca é a principal arma.[12] Foi observado que personagens masculinos são formulados para compensar sexualização com a ação, enquanto o inverso é verdadeiro para as mulheres.[5]

Grotesque[editar | editar código-fonte]

Alguns retratos de mulheres guerreiras apresenta perigosamente aspectos monstruosos, destacando o papel incomum como aberração do normal e natural. Isto liga subconsciente os medos e desejos identificados pela teoria psicanalítica em relação a ameaça do castramento e da mulher fálica.[7] A monstruosa mulher guerreira é destrutiva, indisciplinada, figura do caos, significando a falta racional do controle masculino.[5] A sua sexualidade pode ser evidente, mas é agressiva e perturbadora como Aeon Flux.[5] O mito grego bastante conhecidos das Amazonas, descrevem as mulheres guerreiras como assustadoras, assassinas, com agressivos seios amostras e inimigas, ilustrando os perigos da mulher não conhecer seu lugar no patriarcado.[7]

Mulheres guerreiras monstruosas podem ser uma poderosa e ainda imagem demonizada da mulher, como os contos iniciais das Valquírias. O grotesco, o fascínio com que o corpo feminino é retratado reflete as visões históricas misóginas, enquanto também prejudica a objetificação sexual e enfatiza o poder da mulher guerreira para influenciar o seu mundo e o espectador.[5]

Anomalia[editar | editar código-fonte]

Lara Croft, protagonista da série Tomb Raider.

Algumas vezes a mulher guerreira é apresentada como distinta, única, entre mulheres "normais" e, portanto deixando o conceito maior de papéis de gênero no contexto do dia a dia incontestável. A comédia pode ser invocada para marginalizar mulheres lutadoras não femininas.[6] O status de Outra da mulher guerreira, faz ela se imaginar como uma anomalia entre as demais personagens femininas apresentadas como convencionalmente fracas, ou excluídas totalmente como em Lara Croft: Tomb Raider.  A mulher guerreira pode aparecer como um token dentro de um grupo de combate masculino, por exemplo, a Viúva Negra em Os Vingadores, ou "Siren" em Borderlands.

Este estilo de representação também enreda atitudes coloniais e racistas, onde a mulher guerreira estrangeira é explicada como um ser "exótico", especialmente se ela é uma mulher não-branca. Guerreiras negras são estereotipadas como confiantes, animalescas, e sexualmente agressivas, como visto em personagens interpretadas por Grace Jones ou Tamara Dobson.[6] Mulheres asiáticas como nos filmes de James Bond dos anos 60 e 70, muitas vezes são lutadoras de artes marciais envolvidas em mistério orientalista.[6] Na literatura clássica, a mulher guerreira estrangeira é muitas vezes uma noiva em potencial, atuando como uma metáfora para as terras não-colonizadas com todos os seus obstáculos e potenciais pilhagem.[11]

Autoridade masculina[editar | editar código-fonte]

Capacidade de lutar e propósito, muitas vezes é explicado pela estreita associação da mulher guerreira com uma figura de autoridade masculina, por exemplo, o pai morto em China O'Brien.[5][7] A guerreira pode diretamente substituir a posição do seu pai após sua morte, justificando sua pouca feminilidade com deveres de filha.[6] Figuras masculinas de autoridade, como Charlie em Charlie's Angels ou Deus no Antigo Testamento, na história de Judite indo matar Holofernes, muitas vezes lida com independentes mulheres guerreiras.[7]

Vitimização [editar | editar código-fonte]

Ao contrário dos clássicos heróis que adquirir o domínio sobre o seu ambiente, a mulher guerreira é, freqüentemente, situada em um ambiente ameaçado que a obriga lutar por sua sobrevivência e repelir assédio ou estupros, como por exemplo, em La Femme Nikita.[5] Mulheres guerreiras normalmente são motivadas pelo passado de violência contra elas, como em The Brave One, ou são vítimas, a fim de fornecer a motivação para um herói.[1][6]

Mulheres guerreiras são, muitas vezes, repetidamente feridas e incapazes de trabalhar e, como resultado, parecem menos ameaçadoras do que homens guerreiros que aguentam inúmeras feridas.[5] Para as mulheres, a violência é mais provável ser sexual do que física.[6] Alguns críticos apontam que a violência de género reforça a força masculina e a passividade feminina, enquanto outros atribuem estas implicações para análise tendenciosa, ao invés de incluir observações de diferença.[6] Outra questão levantada por histórias de vingança de estupro é o retrato da violência sexual como solucionáveis através de meios violentos.[13]

Colocando heroínas guerreiras em um estado constante de abuso sexual condena a violência sofrida pelas mulheres, mas também apresenta a vitimização feminina como inevitável, normal num estado mundial.[5] O tema das mulheres seguirem em frente, tem sido criticado por sua ênfase sobre a vítima, ao invés da necessidade de autocontrole do agressor.[5]

Domesticação[editar | editar código-fonte]

O destino da mulher guerreira, especialmente como figuras de advertência, tende a punição da derrota ou assimilação em um tradicionalpapel da mulher de vida doméstica, por exemplo, a transformação maternal de Beatrix Kiddo na trilogia de Kill Bill.[7] Arcos românticos na história pode ter grande destaque para as mulheres guerreiras em todos os gêneros, enfraquecendo o aspecto de guerreira e tranquilizando o público-alvo do seu normal desejos femininos.[7] As suas competências como guerreira, não ultrapassam aquelas de seu interesse romântico, reafirmando a noção de superioridade masculina.[5]

O casamento pelo duelo é uma narrativa comum na literatura clássica, em que a guerreira é enviada para casar com o homem que for capaz de vencê-la em combate. Nas histórias com estas formas, como o mito de Atalanta em Metamorfoses e Bradamante de Aristo, o subtexto sexual simboliza a dominação masculina.[11] A narrativa da mulher guerreira em casamento pelo duelo é um dispositivo para medir a virilidade de outros personagens, permanecendo não ameaçadora para os homens 'reais'.[11]

No feminismo[editar | editar código-fonte]

Cosplay de Xena na WonderCon 2014.

A mulher guerreira tem sido tomada como um símbolo de capacitação feminista, enfatizando a capacidade e poder das mulheres, em vez do padrão comum de donzela em perigo.[1] Professora Sherrie Inness no Tough Girls: Women Warriors and Wonder Women in Popular Culture[14] e Frances Early e Kathleen Kennedy, em Athena’s Daughters: Television’s New Women Warriors,[15] por exemplo, foca em figuras como Xena, da série de tv Xena: Warrior Princess ou Buffy Summers de Buffy the Vampire Slayer. Na introdução de seu texto, Kennedy discute o que elas descrevem como um elo de ligação entre a imagem de mulheres guerreiras e girl power.[16]

Mulheres guerreiras são autônomas, independentes, de temperamento forte e poderosas, capazes de resistir a autoridade e as convenções sociais da conduta feminina.[11] Por ocupar ativamente o espaço exercido pelo seu corpo, mulheres guerreiras interrompe a estrutura patriarcal de poder, e opõe-se ao olhar cinemático que emoldura as mulheres como objetos passivos para ser visualizados.[5][10] Heroínas de ação como Katniss Everdeen e Furiosa fornecem positivos modelos para meninas, porque suas ações são mostradas tendo consequências, ao contrário das personagens femininos bidimensionais.[5]

A mulher guerreira não tem um significado unificado simbólico, e não pode ser considerada progressista.[5] Mulheres guerreiras no feminismo muitas vezes são consideradas figuras positivas apenas em comparação contra a versão antiquada de mulher branca, de classe alta, hétero, fraca e com "histeria feminina", ignorando a realidade das trabalhadoras de classes inferiores e mulheres não-brancas.[5] Visualmente, a mulher guerreira geralmente é retratada como branca, convencionalmente bonita e de corpo delgado, incluindo personagens de outras etnias são retratadas brancas.[5] A força da mulher guerreira e independência são símbolos do individualismo, um ideal específico para o privilegiado feminismo branco.[5]

Violência[editar | editar código-fonte]

Embora haja uma distinção entre a agressão e a violência, representações ficcionais de violência feminina como Kill Bill, ainda tem força para funcionar positivamente, capacitando mulheres para situações da vida real que necessitam de agressão externa.[13] Além do nível individual, representações fictícias sobre violência por parte das mulheres pode ser um instrumento político para chamar a atenção aos problemas da vida real enfrentada por elas.[12] Outros alegam que uma heroína violenta prejudica a ética feminista contra a violência masculina, mesmo quando ela se coloca como uma defensora das mulheres, por exemplo, em filmes como Hard Candy.[1]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e Stringer, Rebecca (2011). «From Victim to Vigilante: Gender, Violence, and Revenge in The Brave One (2007) and Hard Candy (2005)». In: Radner, Hilary; Stringer, Rebecca. Feminism at the Movies. New York: Routledge 
  2. a b c d e f g h Dawn, Heinecken (2003). The Warrior Women of Television: A Feminist Cultural Analysis of the Female Body in Popular Media. New York: Peter Lang.
  3. «Plutarch • On the Bravery of Women — Sections I‑XV». penelope.uchicago.edu. Consultado em 18 de novembro de 2014 
  4. Plant, I.M. (2004). Women Writers of Ancient Greece and Rome: An Anthology. [S.l.]: University of Oklahoma Press. p. 33. ISBN 9780806136219. Consultado em 18 de novembro de 2014 
  5. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t Dawn, Heinecken (2003). The Warrior Women of Television: A Feminist Cultural Analysis of the Female Body in Popular Media. New York: Peter Lang 
  6. a b c d e f g h i j k Tasker, Yvonne (1993). Spectacular Bodies: Gender, Genre and the Action Cinema. New York: Routledge 
  7. a b c d e f g h i j Waites, Kate (2008). «Babes in Boots: Hollywood's Oxymoronic Warrior Woman». In: Ferriss, Suzanne; Yound, Mallory. Chick Flicks: Contemporary Women at the Movies. New York: Routledge. pp. 204–20 
  8. a b c d Islam, Needeya (1995). «I Wanted to Shoot People: Genre, Gender and Action in the Films of Kathryn Bigelow». In: Jayamanne, Laleen. Kiss Me Deadly: Feminism and Cinema for the Moment. Sydney: Power Publications. pp. 91–125 
  9. Mellancamp, Patricia (1995). A Fine Romance: Five Ages of Film Feminism. Philadelphia: Temple University 
  10. a b Mulvey, Laura (1999). «Visual Pleasure and Narrative Cinema». In: Braudy, Leo; Cohen, Marshall. Film Theory and Criticism: Introductory Readings. New York: Oxford University Press. pp. 833–44 
  11. a b c d e Stoppino, Eleonora (2012). Geneologies of Fiction: Women Warriors and the Dynastic Imagination in the Orlando Furioso. New York: Fordham University Press 
  12. a b c Verstraten, Katelyn (22 de junho de 2013). «For Indigenous Women, Radical Art as a Last Resort». The Tyee. Consultado em 1 de novembro de 2015 
  13. a b Lavin, Maud (2010). Push Comes to Shove: New Images of Aggressive Women. London: MIT 
  14. Tough Girls: Women Warriors and Wonder Women in Popular Culture
  15. Athena’s Daughters: Television’s New Women Warriors
  16. «Book review». www.h-. Consultado em 13 de agosto de 2016. Arquivado do original em 10 de junho de 2007 

Bibliografia [editar | editar código-fonte]