Monte Moriá – Wikipédia, a enciclopédia livre

Abraão e Isaque escalando Moriá (1901-1906, Joakim Skovgaard)

O monte Moriá (em hebraico: מוריה, Mōriyāh, que significa "ordenado/considerado por Deus") é o local onde Deus, segundo Gênesis, presente estava (Yaveh), quando e onde ocorreria o sacrifício de Isaque. [1] Também é o local onde Salomão construiu a casa do Senhor, em Jerusalém. No monte Moriá, Deus apareceu a Davi, pai de Salomão quando Davi preparou a eira (o lugar) que pertenceu a Araúna, o jebuseu, para a construção do Templo do Senhor a que Yahweh prometeu que seria construído por seu filho Salomão. [2][3][4]

O rabino Samson Raphael Hirsch (1808-1888), em seu conhecido comentário sobre a Torá, comenta: "Se é verdade aquilo que os Mestres ensinam, que o nome Moriá indica a localidade da qual saiu o ensino, o esclarecimento; se foi nesse lugar que Caim e Abel ofertaram os primeiros sacrifícios; se foi nesse lugar que Noé, quando saiu da arca depois do Dilúvio, ofereceu a Deus o seu sacrifício de gratidão; se tudo isso é verdade, então devemos concluir que com a indicação do monte Moriá como lugar consagrado, foi dado a conhecer a Abrahão que este seu ato não seria importante e transcendental somente para ele, mas também para as gerações vindouras." (MD)

Especulação e debate[editar | editar código-fonte]

Abraão Levando Isaque para o Sacrifício
Domenichino, 1602, Museu de Arte Kimbell

Monte Moriá também é a designação dada a uma colina rochosa onde o rei Salomão construiu o templo para Deus. Foi o seu pai, o rei David, que adquiriu o terreno do jebuseu Araúna para erigir ali um altar.[5][6][3][2]

A antiga tradição judaica associa o lugar onde o Templo de Salomão se erguia com o monte na "terra de Moriá", onde Abraão, às ordens de Deus, ofereceu o seu filho.[7][8] Foi para a "terra de Moriá" que Abraão viajou e, no terceiro dia, ele viu à distância o lugar indicado por Deus.[9]

Hoje[editar | editar código-fonte]

Atualmente, o santuário islâmico conhecido como Domo do Rocha ou Cúpula da Rocha fica no alto do monte Moriá.

Cúpula da Rocha ou Domo da Rocha são nomes atribuídos à Mesquita de Omar, situada no monte do Templo, na Cidade Velha de Jerusalém. O edifício, construído no século VII, é um dos sítios mais sagrados do islamismo e uma das grandes obras da arquitetura islâmica. Sua vistosa cúpula dourada é um dos pontos mais emblemáticos da cidade. A mesquita é parte integrante do centro histórico de Jerusalém, declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1981. O edifício é um santuário aonde teria sido o altar de sacrifícios usado por Abraão, Jacó e outros profetas que introduziram o ritual nos cultos judaicos. Davi e Salomão também consideraram o local sagrado, mais tarde enquanto altar, a Cúpula da Rocha teria sido o lugar de partida da Al Miraaj (viagem aos céus realizada pelo profeta Maomé) permanece hoje como um templo da fé islâmica.

A Cúpula da Rocha recebeu esse outro nome devido à grande rocha circunscrita a ela que foi usada em sacrifícios — atualmente protegida no interior da Mesquita de Omar — e constitui uma das razões pelas quais a cidade de Jerusalém é considerada Cidade Santa por várias religiões. Segundo a tradição judaica, foi nessa rocha que Abraão preparou o sacrifício do seu filho Isaque a Deus e onde, mil anos antes de Cristo, o rei Salomão construiu o primeiro templo.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Gênesis 22
  2. a b 2Crónicas 3:1
  3. a b 1Crónicas 21:15-28
  4. 2Samuel 24: 16-25
  5. 2Samuel
  6. 24:16-25
  7. Génesis 22:2
  8. Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, VII, 329-334 [xiii, 4]
  9. Génesis 21:33, 34; 22:4, 19