Moção de censura ao governo de Mariano Rajoy de 2018 – Wikipédia, a enciclopédia livre

Mariano Rajoy felicita Pedro Sánchez

A moção de censura contra o governo de Mariano Rajoy, primeiro-ministro da Espanha foi realizada entre 31 de maio e 1 de junho de 2018, no Parlamento da Espanha. A moção foi apresentada pelo Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) em 25 de maio, depois de se ter descoberto que o Partido Popular (PP) beneficiara do esquema de subornos ilegais para contratos do chamado caso Gürtel, com os tribunais a confirmarem a existência de uma estrutura de contabilidade e financiamento ilegal que se desenvolveu em paralelo com a oficial à época da fundação do partido em 1989.[1][2][3] O Supremo Tribunal Nacional Espanhol confirmou que o PP ajudou a estabelecer "um sistema genuíno e efetivo de corrupção institucional através da manipulação de aquisições públicas centrais, regionais e locais",[4] e considerou que Rajoy não tinha sido completamente "verdadeiro" no seu depoimento como testemunha durante o julgamento.[5][6]

A aliança Podemos e Esquerda Unida, a Esquerra Republicana de Catalunya (ERC), o Partido Democrata Europeu Catalão (PDeCAT), o Compromís e a Coligação Canária (ou Nova Canarias NCA) imediatamente anunciaram o seu apoio à moção.[7] Ao mesmo tempo, o partido Ciudadanos (Cs) certificou o fim do seu apoio ao governo de Rajoy e pediu a realização de uma eleição geral antecipada enquanto expressou a sua desconexão da manobra de Sánchez.[8][9]

Fontes do governo e do PP reconheceram que o movimento tinha perspetivas reais de sucesso, com o apoio do PSOE e da aliança Podemos e Esquerda Unida, juntamente com partidos nacionalistas periféricos, que seriam suficientes para vencer o voto. Em 26 de maio o PSOE concordou em convocar uma eleição antecipada para tentar o apoio dos Ciudadanos e apoiar o movimento de censura. O governo de Rajoy admitiu ter perdido o controlo da câmara legislativa e não descartou ser forçado a convocar eleições antecipadas para o final de 2018 ou início de 2019, mesmo que sobrevivesse à moção.[10][11][12]

Em 1 de junho de 2018 foi votada a moção de censura. Esta obteve êxito, com 180 votos a favor, 1 abstenção (Coligação Canária) e 169 votos contra (Partido Popular, Ciudadanos, União do Povo Navarro e Foro Asturias). Portanto, o líder do PSOE, Pedro Sanchez, estabeleceu um governo de transição para garantir a "governabilidade" do país e restaurar a "normalidade democrática", após a enorme crise política desencadeada pelo caso Gürtel, e em seguida, chamar uma eleição geral tão rapidamente quanto possível.[13][14]

Esta foi a quarta moção de censura desde a Transição Espanhola para a Democracia e a segunda moção contra Mariano Rajoy,[15] bem como a primeira de toda a democracia espanhola a ser aprovada.

Referências

  1. Jones, Sam (24 de maio de 2018). «Court finds Spain's ruling party benefited from bribery scheme». The Guardian. Consultado em 25 de maio de 2018 
  2. Jones, Sam (25 de maio de 2018). «Spanish socialists file no-confidence motion against Mariano Rajoy». The Guardian. Consultado em 25 de maio de 2018 
  3. Cortizo, Gonzalo (25 de maio de 2018). «El PSOE registra en el Congreso la moción de censura contra Rajoy». eldiario.es. Consultado em 25 de maio de 2018 
  4. Vázquez, Ángeles (24 de maio de 2018). «El PP y Correa tejieron "un sistema de corrupción institucional", según la Audiencia». El Periódico de Catalunya. Consultado em 25 de maio de 2018 
  5. «Might Spain be headed for a snap election?». The Economist. 25 de maio de 2018. Consultado em 25 de maio de 2018 
  6. Campos, Miguel Ángel (24 de maio de 2018). «El testigo Rajoy no fue "verosímil" al negar la caja b». Cadena SER. Consultado em 25 de maio de 2018 
  7. Robles, Gemma; Santos, Pilar; Sánchez, Rosa María (25 de maio de 2018). «ERC y PDeCAT se inclinan por apoyar la moción de censura de Sánchez contra Rajoy». eldiario.es. Consultado em 25 de maio de 2018 
  8. Vázquez, Ángeles (25 de maio de 2018). «El PP, ante la crisis más profunda de la 'era Rajoy' tras la sentencia de la Gürtel». El Periódico de Catalunya. Consultado em 25 de maio de 2018 
  9. Esteban, Paloma (25 de maio de 2018). «Rivera pide elecciones anticipadas pero descarta la moción de censura de Sánchez». El Confidencial. Consultado em 25 de maio de 2018 
  10. Cortizo, Gonzalo (26 de maio de 2018). «El Gobierno admite la pérdida de control sobre la legislatura». eldiario.es. Consultado em 26 de maio de 2018 
  11. «Rajoy confía en superar la moción de censura y convocar elecciones para marzo». La Vanguardia. 26 de maio de 2018. Consultado em 26 de maio de 2018 
  12. «Rajoy, sin margen para seguir». El País. 27 de maio de 2018. Consultado em 27 de maio de 2018 
  13. Cortizo, Gonzalo (25 de maio de 2018). «Pedro Sánchez anuncia la moción de censura para formar "un gobierno del PSOE" y pide el voto de todos los partidos». eldiario.es. Consultado em 25 de maio de 2018 
  14. Romero, Juanma (25 de maio de 2018). «Sánchez dice que primero será presidente y gobernará y luego convocará elecciones». El Confidencial. Consultado em 25 de maio de 2018 
  15. «¿Qué es una moción de censura?: la cuarta en democracia, segunda contra Rajoy». El Confidencial. 25 de maio de 2018. Consultado em 25 de maio de 2018 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Ícone de esboço Este artigo sobre Espanha é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.