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Mimic
Mimic
No Brasil Mutação[1]
Em Portugal Predadores de Nova Iorque[2]
 Estados Unidos
1997 •  cor •  106 min 
Género ficção científica
terror
Direção Guillermo del Toro
Produção Ole Bornedal
B. J. Rack
Bob Weinstein
Harvey Weinstein
Roteiro Matthew Robbins
Guillermo del Toro
História Matthew Robbins
Guillermo del Toro
Baseado em "Mimic", de Donald A. Wollheim
Elenco Mira Sorvino
Jeremy Northam
Josh Brolin
Giancarlo Giannini
Alexander Goodwin
F. Murray Abraham
Charles S. Dutton
Música Marco Beltrami
Cinematografia Dan Laustsen
Edição Patrick Lussier
Companhia(s) produtora(s) Dimension Films
Distribuição Miramax Films
Lançamento Itália junho de 1997 (Fantafestival)
Estados Unidos 22 de agosto de 1997
Brasil 12 de dezembro de 1997[3]
Idioma inglês
Orçamento US$30,000,000[4]
Receita US$25.5 milhões[4]
Cronologia
Mimic 2

Mimic (pt: Predadores de Nova Iorque / br: Mutação) é um filme de ficção científica de terror estadunidense de 1997 co-escrito e dirigido por Guillermo del Toro com base no conto de mesmo nome de Donald A. Wollheim, e estrelado por Mira Sorvino, Jeremy Northam, Josh Brolin, Charles S. Dutton, Giancarlo Giannini e F. Murray Abraham. O filme apresenta Norman Reedus em sua estréia em Hollywood.

Resumo[editar | editar código-fonte]

Na cidade de Nova Iorque uma epidemia disseminada por baratas mata cerca de mil crianças, sem que nenhuma técnica consiga eliminar a doença.

Susan Tyler (Mira Sorvino), uma cientista que recebe a ajuda do seu marido, cria a "Geração Judas", que é o resultado de uma mutação genética que, se posta junto às outras baratas, elimina-as. Após 3 anos Susan constata que as baratas modificadas, que deveriam durar apenas uma geração, continuam a reproduzir-se, aumentaram de tamanho, tendo agora o tamanho de um ser humano e tornaram-se carnívoras.

Assim, acompanhada de um grupo, ela desce aos subterrâneos da cidade e tenta impedir os gigantescos insectos, antes que criem colónias por toda a cidade.

Elenco[editar | editar código-fonte]

Produção[editar | editar código-fonte]

Elenco[editar | editar código-fonte]

O personagem Manny foi originalmente escrito por del Toro para um de seus atores favoritos, o argentino Federico Luppi, a quem ele dirigiu em Cronos. No entanto, a pronúncia em inglês de Luppi não era boa o suficiente para o filme, então del Toro escolheu Giancarlo Giannini; em uma entrevista de 2013, del Toro confirmou a história e afirmou que o que mais sente falta de trabalhar na língua espanhola é a possibilidade de dirigir Luppi, para quem del Toro professa a maior admiração.[5]

Dois dos atores do filme, Josh Brolin e Alix Koromzay, já haviam estrelado Nightwatch, outro filme de terror Dimension/Miramax de 1997. Seu diretor, Ole Bornedal, atuou como produtor em Mimic.[6]

Filmagens[editar | editar código-fonte]

A filmagem principal ocorreu em Toronto, Canadá, devido às semelhanças da cidade com Nova York.[7] O filme inclui vários exemplos das características mais marcantes de del Toro. "Eu tenho uma espécie de fetiche por insetos, relógio, monstros, lugares escuros e coisas por nascer", disse del Toro,[8] e isso é evidente em Mimic, onde às vezes tudo é combinado em gravações longas e sombrias de espaços caóticos escuros, desordenados e enlameados. Segundo Alfonso Cuarón, amigo e colega de del Toro, "com Guillermo, as cenas são quase matemáticas — tudo está planejado".[9]

Mimic é o primeiro trabalho de del Toro realizado fora de seu país natal, México. O diretor tinha fascinação por insetos desde criança, "Acho que são seres perfeitos, incansáveis e inspiradores", afirma, "Gosto de criar imagens estranhas, que não tenham necessariamente algo em comum com a realidade", diz ele, "Acho o máximo quando uma imagem de um filme permanece em sua cabeça mais tempo do que você espera; é como ser contaminado por um vírus". del Toro escolheu quatro cores para os cenários e figurinos de Mimic, num efeito quase monocromático que dá atenção especial ao jogo de claros e escuros, "Sombra tem o mesmo poder que luz", explica. Para o diretor, os efeitos especiais tendem a receber excesso de atenção nos filmes americanos, "Queríamos que os efeitos ajudassem a ilustrar a realidade em Mimic e não se tornassem uma atração a parte".[10]

Depois que o chefe da Miramax, Bob Weinstein, viu as primeiras filmagens, houve brigas entre ele e del Toro em relação ao tom, com Weinstein alegando que o filme não era assustador o suficiente.[11] Foi relatado que um dia Weinstein ficou tão furioso com del Toro que invadiu o cenário de Toronto e tentou instruí-lo sobre "como dirigir um filme".[11] Weinstein acabaria por tentar demitir del Toro.[11] Após uma intervenção da atriz principal Mira Sorvino, Weinstein recuou, e a filmagem principal seria concluída com del Toro como diretor no início de 1997.[11] No entanto, Weinstein ainda insistia em ter controle sobre o corte final.[11] O produtor B.J. Rack mais tarde comparou fazer o filme "ser um prisioneiro de um campo de guerra"[11], enquanto del Toro afirmou em 2018 "A única vez que experimentei um mau comportamento, e continua sendo uma das piores experiências da minha vida, foi em 1997, quando fiz Mimic para a Miramax. Foi uma experiência horrível, horrível, horrível".[12]

Lançamento e recepção[editar | editar código-fonte]

Mimic recebeu críticas mistas dos críticos. Atualmente, ele detém uma classificação de 'Fresh' de 63% no Rotten Tomatoes, com base em 40 avaliações, com uma pontuação média de 6,42 em 10. O consenso dos críticos do site diz: " Mimic encontra o diretor Guillermo del Toro lutando para injetar suas sensibilidades únicas em um filme de estúdio - e oferecendo emoções de gênero suficientes para recomendar".[13]

Roger Ebert deu ao filme 3 1/2 estrelas dizendo "Del Toro é um diretor com um senso visual genuíno, com uma maneira de nos atrair para sua história e evocar o clima com a própria aparência e textura de suas cenas. Ele pega os ingredientes padrão e os apresenta de maneira tão eficaz que "Mimic" faz o velho parecer novo, fresco e assustador".[14]

O público entrevistado pela CinemaScore atribuiu ao filme uma nota média de "C-" na escala A+ a F.[15]

Por não ter recebido o privilégio de versão final , del Toro não aprovou o filme como lançado. Em 2010, del Toro revelou que estava trabalhando na versão de diretor de Mimic e disse: "Não é exatamente o filme que eu queria fazer, mas definitivamente curou muitas feridas... estou feliz com a versão".[16] A versão do diretor dura 112 minutos, seis minutos a mais que o lançamento no cinema. Foi lançado em 2011, inicialmente exclusivo para Blu-ray e agora está disponível através de vários serviços digitais, mas nunca esteve amplamente disponível em DVD.[17][18]

Bilheteria[editar | editar código-fonte]

Segundo o Box Office Mojo, seu bruto doméstico é de US$25,480,490; não superou seu orçamento de US$30,000,000.[19]

Trabalhos relacionados[editar | editar código-fonte]

Mimic foi planejado como um dos três curtas-metragens de 30 minutos que deveriam ser exibidos juntos. Foi expandido para um filme completo, assim como Impostor. O curta-metragem Alien Love Triangle continua sendo um curta de 30 minutos e nunca foi lançado.[20]

Sequências[editar | editar código-fonte]

Duas sequências diretamente em vídeo foram feitas, nenhuma das quais envolveu del Toro.

Referências

  1. Thales de Menezes (15 de dezembro de 1997). «"Mutação" é o maior barato». Folha de S.Paulo. Consultado em 24 de julho de 2020 
  2. Predadores de Nova Iorque RTP
  3. Marco Chiaretti (12 de dezembro de 1997). «Baratas mexicanas invadem Nova York em "Mutação"». Folha de S.Paulo. Consultado em 24 de julho de 2020 
  4. a b «Dados do Filme» (em inglês). Consultado em 10 de agosto de 2012 
  5. Guillermo del Toro: “I have no interest in normal superheroes” 2013-07-17, Clarín (em castelhano)
  6. Petrikin, Chris (12 de setembro de 1997). «Miramax picks 'Rose'». Variety 
  7. By JANET MASLINAUG. 22, 1997 (22 de agosto de 1997). «The 6-Foot Cockroach, Waiting for the Train - The New York Times». Nytimes.com. Consultado em 9 de fevereiro de 2019 
  8. «theDISH » The Dish - Maintenance Mode». The Dish. Consultado em 5 de julho de 2013 
  9. «The Three Amigos of Cha Cha Cha». Nytimes.com. 26 de abril de 2009. Consultado em 5 de julho de 2013 
  10. Adriane Grau (12 de dezembro de 1997). «Diretor é fascinado por insetos». Folha de S.Paulo. Consultado em 24 de julho de 2020 
  11. a b c d e f Adam White (6 de outubro de 2017). «Harvey Scissorhands: 6 films ruined by Harvey Weinstein». Telegraph.co.uk. Consultado em 9 de fevereiro de 2019 
  12. Geoffrey Macnab @TheIndyFilm (7 de fevereiro de 2018). «Guillermo del Toro interview: 'I think adversity is good – that is very Catholic of me'». The Independent. Consultado em 9 de fevereiro de 2019 
  13. «Mimic (1997)». Rotten Tomatoes. Consultado em 24 de março de 2020 
  14. Ebert, Roger. «Mimic». [1]. Consultado em 19 de setembro de 2015 
  15. «CinemaScore». cinemascore.com 
  16. «Toronto Q&A: Guillermo del Toro». Deadline Hollywood 
  17. «Mimic (1997) DVD comparison». DVDCompare 
  18. «Mimic (1997) Blu-ray comparison». DVDCompare 
  19. «Mimic (1997)». Box Office Mojo. Consultado em 5 de julho de 2013 
  20. Kermode, Mark (15 de fevereiro de 2008). «Aliens come to Wales». The Guardian. London