Miguel de Kent – Wikipédia, a enciclopédia livre

Miguel
Príncipe do Reino Unido
Miguel de Kent
Miguel em 2014
Nascimento 4 de julho de 1942 (81 anos)
  Coppins, Iver, Buckinghamshire,
Reino Unido
Nome completo  
Michael George Charles Franklin
Esposa Maria Cristina de Reibnitz
Descendência Frederick Windsor
Gabriella Windsor
Casa Windsor
Pai Jorge, Duque de Kent
Mãe Marina da Grécia e Dinamarca
Ocupação Militar
Religião Anglicanismo
Brasão

Miguel de Kent (nome pessoal em inglês: Michael George Charles Franklin[1]; Buckinghamshire, 4 de julho de 1942) é um Príncipe do Reino Unido, membro da família real britânica e um neto do rei Jorge V e da rainha Maria de Teck. Atualmente é grão-mestre da Grande Loja dos Mestres Maçons de Marca e grão-mestre provincial de Middlesex.

Atualmente Miguel é o 51º na linha de sucessão ao trono britânico. A rainha Isabel II e Miguel eram primos de primeiro grau por meio de seus pais, o rei Jorge VI e o príncipe Jorge, Duque de Kent. A mãe de Miguel, a princesa Marina da Grécia e Dinamarca, também era prima de primeiro grau do marido da rainha, príncipe Filipe, Duque de Edimburgo, tornando primo de segundo grau e primo de primeiro grau, uma vez removido do rei Carlos III.

O príncipe Michael ocasionalmente representava a rainha Isabel II em algumas funções nos reinos da Commonwealth fora do Reino Unido durante seu reinado. Caso contrário, ele administra seu próprio negócio de consultoria e realiza vários trabalhos comerciais em todo o mundo. Ele também apresentou alguns documentários de televisão sobre as famílias reais da Europa. Miguel foi nomeado a partir do grão-duque Miguel Alexandrovich da Rússia, de quem é sobrinho-bisneto.

Nascimento, educação e serviço militar[editar | editar código-fonte]

O príncipe Miguel de Kent nasceu em 4 de julho de 1942, em Iver, Buckinghamshire. Seu pai era o Duque de Kent, o quarto filho do rei Jorge V e da rainha Maria. Sua mãe era a Duquesa de Kent, a terceira filha do príncipe Nicolau da Grécia e Dinamarca e da grã-duquesa Helena Vladimirovna da Rússia. Afilhado e neto do soberano britânico, ele foi estilizado "Sua Alteza Real príncipe Miguel de Kent".

Em seu batismo, ocorrido em 4 de agosto de 1942, seus padrinhos foram: Franklin D. Roosevelt, o 32.º presidente dos Estados Unidos da América; o rei Jorge II da Grécia; o rei Haakon VII da Noruega; a rainha Guilhermina dos Países Baixos; a princesa Patrícia de Connaught; a princesa Vitória de Hesse e Reno; a princesa Frederica de Hanôver e o príncipe Henrique, Duque de Gloucester.

Seu pai, o Duque de Kent, morreu em um acidente de avião, perto de Caithness, Escócia, em 25 de agosto de 1942, três semanas depois do batismo de Miguel.

Educado em Sunningdale School e em Eton College, o príncipe Miguel entrou para a Real Academia Militar de Sandhurst em janeiro de 1961, onde foi comissionado, em 1963, no regimento de cavalaria 11th Hussars. Ele serviu na Alemanha, em Hong Kong e no Chipre, onde seu esquadrão, em 1971, formou parte das forças de manutenção de paz das Nações Unidas. Retirou-se do exército em 1981, com o posto de major.

Em 1994, o príncipe Miguel foi feito Honorário Comodoro da Reserva Naval Real. Em 2002, serviu como oficial da Força Aérea Britânica da estação Benson, em Oxfordshire. Além disso, o príncipe Miguel é presidente da SSAFA Forces Help, uma organização de caridade que tem como missão ajudar membros e ex-membros das forças armadas do Reino Unido e suas famílias, e do Fundo Patriótico Real. Miguel é também coronel-em-chefe do regimento de infantaria The Essex and Kent Scottish, no Canadá.

Carreira[editar | editar código-fonte]

Por ser o terceiro filho do quarto filho do rei Jorge V, não era esperado que o príncipe Miguel tomasse responsabilidade de deveres reais e oficiais. Ele nunca recebeu uma renda anual ou uma concessão do parlamento. Apesar disso, seu irmão mais velho, o príncipe Edward, Duque de Kent, e sua irmã, a princesa Alexandra de Kent, que também têm deveres reais, recebem anuidades parlamentares.

Entretanto, como membro da família real britânica, Miguel possui um tratamento VIP aonde quer que ele vá. O Foreign and Commonwealth Office arranja para o príncipe recepções VIP a qualquer momento que ele viaja para o exterior. Quando requerido, ele tem o uso da equipe da embaixada britânica. Depois de seu casamento em 1978, foi-lhe oferecido um apartamento de graça e favor no Palácio de Kensington, Londres.

O príncipe Miguel de Kent tem representado a rainha em funerais de Estado na Índia, no Chipre e na Suazilândia. A princesa Miguel de Kent, por sua vez, representou a Rainha nas celebrações de independência de Belize e na coroação de Mswati III da Suazilândia.

Como o príncipe não recebe nenhuma receita de seus deveres reais, ele tem a permissão da rainha de ganhar subsistência a partir de empreendimentos comerciais. Assim, Miguel administra seu próprio negócio de consultoria, tendo negócios em vários lugares do mundo. Ele é também um qualificado intérprete de russo.

Casamento[editar | editar código-fonte]

Em 30 de junho de 1978, o príncipe Miguel casou-se morganaticamente, em uma cerimônia civil, em Viena, Áustria, com a baronesa Maria Cristina von Reibnitz, a única filha do Barão Gunther Hubertus von Reibnitz, um nobre silesiano, e de sua esposa húngara, Maria Anna Carolina Franziska Walpurga Bernadette, Condessa Szapáry de Muraszombath, Széchysziget et Szapár.

O casamento dos Kent foi polêmico porque a baronesa não era só católica romana como também divorciada. Ela tinha sido casada anteriormente com o banqueiro Thomas Troubridge; eles separaram-se em 1973 e divorciaram-se em 1977. Tal casamento, que não gerou filhos, foi anulado pela Igreja Católica Apostólica Romana dois meses antes de seu casamento com o príncipe Miguel.

Sob os termos do Ato de Estabelecimento de 1701, que dirige as leis da sucessão ao trono britânico, o príncipe Miguel, por ter desposado uma católica romana, perdeu seu lugar na linha de sucessão. Entretanto, sua esposa tornou-se, e continua sendo, uma princesa do Reino Unido. Ela foi estilizada "Sua Alteza Real princesa Miguel de Kent".

O príncipe e a princesa Miguel de Kent tiveram dois filhos, que estão na linha de sucessão porque não são católicos romanos e porque foram educados como membros da Igreja da Inglaterra:

Controvérsia[editar | editar código-fonte]

Brasão de armas do príncipe Miguel de Kent

No passado, tanto o príncipe Miguel de Kent quanto sua esposa foram reportados negativamente na mídia. O casal foi acusado de explorar seu status real para ganho comercial. Quando foi alegado que os Kents pagavam um aluguel de apenas £69 libras esterlinas (outras fontes estimam £76) para o uso de seus apartamentos no Palácio de Kensington, um comitê de membros do parlamento exigiu o despejo deles. O Centro de Mídia da Monarquia Britânica, contudo, rebate essas alegações polêmicas e declarou que "A rainha está pagando o aluguel dos apartamentos do príncipe e da princesa Miguel de Kent, em um custo anual e comercial de £ 120 000 de seus próprios fundos privados. [...] Esse pagamento é um reconhecimento dos comprometimentos reais e do trabalho de caridade que o príncipe e a princesa Miguel de Kent assumiram com sua própria despesa, sem a ajuda de qualquer fundo público".

Rússia[editar | editar código-fonte]

O príncipe Miguel de Kent tem forte interesse pela Rússia, e nota-se sua semelhança física com o czar Nicolau II. Quando o czar e sua família foram reenterrados na Rússia, foi o príncipe Miguel quem representou o Reino Unido. Ele fala fluentemente russo e frequentemente passa as férias lá. No romance Icon, de Frederick Forsyth, a monarquia da Rússia é restaurada, com o príncipe e a princesa Miguel de Kent como czar e czarina.

Títulos e estilos[editar | editar código-fonte]

Monograma Real
  • 4 de julho de 1942 - presente: Sua Alteza Real, príncipe Miguel de Kent

Referências

  1. Como um membro da realeza britânica titulado, Miguel não tem sobrenome; mas quando este é usado, é Windsor

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Precedido por
Estela Taylor
Linha de sucessão ao trono britânico
42.º
Sucedido por
Frederick Windsor