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Miguel Albuquerque
Miguel Albuquerque
Miguel Albuquerque
3.º presidente do
Governo Regional da Madeira
Período 20 de abril de 2015
ao presente
(demissionário)
Antecessor(a) Alberto João Jardim
Sucessor(a) (por definir)
Presidente da
Câmara Municipal do Funchal
Período setembro de 1994
a 21 de outubro de 2013
Antecessor(a) Virgílio Pereira
Sucessor(a) Paulo Cafôfo
Dados pessoais
Nome completo Miguel Filipe Machado de Albuquerque
Nascimento 4 de maio de 1961 (62 anos)
Funchal, Madeira, Portugal
Nacionalidade portuguesa
Partido Partido Social Democrata
Profissão advogado
Ocupação político

Miguel Filipe Machado de Albuquerque (Funchal, 4 de maio de 1961) é um advogado e político português. É, desde 2015, o terceiro presidente do Governo Regional da Madeira. Pediu a exoneração deste cargo em janeiro de 2024, após ter sido constituído arguido e as suas casa e residência oficial terem sido alvo de buscas judiciárias por suspeita da prática de crimes económico-financeiros[1][2]. No Partido Social Democrata, desempenha atualmente as funções de Presidente do Congresso Nacional.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Advogado de profissão, Miguel Albuquerque foi presidente da Câmara Municipal do Funchal e membro do Conselho Diretivo da Associação Nacional dos Municípios Portugueses.

É também floricultor, criador de rosas e, nessa qualidade, membro da Royal National Rose Society, da The World Federation of Rose Societies e da American Rose Society.[carece de fontes?]

Tentou suceder a Alberto João Jardim na presidência do Partido Social Democrata da Madeira, mas, em eleições internas decorridas a 2 de novembro de 2012, perdeu contra Jardim.[3][4] Em 2014, concorreu novamente à Presidência do PSD Madeira, tendo derrotado Manuel António Correia a 29 de dezembro.[5] Uma inspeção de rotina à Câmara Municipal do Funchal, que analisou quatro processos de licenciamento e nove processos de loteamento, levou a uma investigação do Ministério Público e do Tribunal de Contas devido à existência de indícios por suspeitas de crimes de abuso de poder, de financiamento ilícito e várias violações dos planos municipais de ordenamento. Os pagamentos da Câmara Municipal do Funchal a empresas do filho do vice-presidente da Câmara Municipal do Funchal, Rui Marote, levaram à realização de uma auditoria por parte da Inspeção-Geral de Finanças, cujas conclusões foram enviadas ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas. Miguel Albuquerque arriscou ser condenado à perda de mandato de presidente da Câmara Municipal do Funchal, o que acabou por não acontecer.[6]

No dia 29 de março de 2015 venceu as eleições legislativas regionais com maioria absoluta, tornou-se assim o sucessor de Alberto João Jardim como presidente do Governo Regional da Madeira.

Casou três vezes e tem seis filhos e dois netos[7].

É autor de quatro livros publicados, sobre a Madeira, política, floricultura e crónicas.

Miguel Albuquerque é suspeito num processo-crime por corrupção, participação económica em negócio e prevaricação, para além da eventual violação das regras comunitárias em matéria de adjudicação. A investigação foi aberta em 2019, no Funchal. Em causa está a eventual relação entre negócios privados imobiliários de Miguel Albuquerque e o ajuste direto da concessão da Zona Franca da Madeira ao Grupo Pestana. [8] Em 17 de março de 2021, na sequência de uma denúncia anónima, vários serviços do Governo da Madeira foram alvo de buscas, estando em causa “factos suscetíveis de integrar a prática de crimes de prevaricação, corrupção e participação económica em negócio”. Elementos da PJ e do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) realizaram também, a 13 de maio de 2021, buscas nas instalações do Governo da Madeira, no âmbito do concurso relativo à ligação marítima entre o Funchal e Portimão, confirmou o executivo regional.[9]

Em 24 de janeiro de 2024, a PJ realizou cerca de 130 buscas, na Madeira e no Continente, no âmbito de três processos judiciais. Miguel Albuquerque foi nesse mesmo dia constituído arguido pelo Ministério Público, acusado de 8 crimes: corrupção ativa, corrupção passiva, prevaricação, recebimento indevido de vantagem, tráfico de influência, abuso de poder, participação económica em negócio e atentado contra o Estado de Direito. No âmbito dos mesmos processos, o presidente da Câmara Municipal do Funchal, Pedro Calado, e dois empresários, Avelino Farinha do Grupo AFA e Custódio Correia do Grupo Socicorreia, foram detidos no mesmo dia.[10][11][12] Consequentemente, apresentou a renúncia ao cargo de presidente do Governo Regional da Madeira, permanecendo em funções até à tomada de posse do seu sucessor perante o representante da República. Concorreu novamente ao cargo de presidente do PSD Madeira, tendo sido reeleito a 21 de março de 2024 contra o candidato Manuel António Correia, e irá disputar as eleições regionais de 2024 como cabeça de lista do PSD.[13][14]

Obras[editar | editar código-fonte]

  • Funchal, sobre a Cidade - Colectânea de artigos publicados, Quetzal Editores, 1996;
  • Espelho Múltiplo - Política e Modernidade, Edicarte Editora, 1999;
  • Roseiras Antigas de Jardim, Alêtheia Editora, 2006;
  • Crónicas dum Lugar-Comum, Alêtheia Editora, 2010.
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Referências

  1. «Suspeitas de corrupção. Miguel Albuquerque passa de suspeito a arguido após buscas na Madeira». RTP Notícias. 25 de janeiro de 2024. Consultado em 28 de janeiro de 2024 
  2. Pinto, Paulo Ribeiro (26 de janeiro de 2024). «Miguel Albuquerque renuncia ao cargo. Escolha do futuro líder regional será na segunda». Jornal de Negócios. Consultado em 28 de janeiro de 2024 
  3. «Miguel Albuquerque considera normal ser apontado como sucessor do Jardim devido à visibilidade do seu cargo - Política - RTP Notícias». www.rtp.pt. Consultado em 10 de fevereiro de 2016 
  4. «"Madeira não pode ser mais penalizada do que o continente"». Económico. Consultado em 10 de fevereiro de 2016 
  5. «Miguel Albuquerque sucede a Jardim no PSD/Madeira». JN. Consultado em 10 de fevereiro de 2016 
  6. A Mediatização do Escândalo Político em Portugal no Período Democrático: padrões de cobertura jornalística nos seminários de referência - Tese de doutoramento de Bruno Ricardo Vaz Paixão em Ciências da Comunicação, no ramo de Estudos do Jornalismo, apresentada ao Departamento de Filosofia, Comunicação e Informação da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
  7. «Miguel Albuquerque, o apaixonado por rosas que vai lidar com os 'espinhos' de uma minoria». Jornal de Negócios. 22 de setembro de 2019. Consultado em 28 de janeiro de 2024  |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda)
  8. «Todas as suspeitas contra o presidente do Governo da Madeira». www.sabado.pt. Consultado em 18 de maio de 2021 
  9. Lusa, Agência. «Governo da Madeira alvo de buscas relacionadas com concurso de transporte marítimo». Observador. Consultado em 18 de maio de 2021 
  10. Rosa, Luís (24 de janeiro de 2024). «Madeira. Miguel Albuquerque constituído arguido, presidente da Câmara do Funchal e dois empresários detidos». Observador. Consultado em 25 de janeiro de 2024. Cópia arquivada em 25 de janeiro de 2024 
  11. Oliveira, Mariana (26 de janeiro de 2024). «Albuquerque indiciado de oito crimes, incluindo corrupção activa e passiva». Público. Consultado em 26 de janeiro de 2024. Cópia arquivada em 26 de janeiro de 2024 
  12. Pires, Ruben (26 de janeiro de 2024). «As ligações entre Albuquerque, Calado, AFA e Socicorreia». Jornal Económico. Consultado em 3 de fevereiro de 2024. Cópia arquivada em 27 de janeiro de 2024 
  13. Guimarães, António. «Miguel Albuquerque renuncia ao cargo de presidente do Governo Regional da Madeira». CNN Portugal. Consultado em 26 de janeiro de 2024 
  14. DN/Lusa. «Miguel Albuquerque reeleito presidente do PSD/Madeira». DN. Consultado em 6 de abril de 2024 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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