Metropolitano de Paris – Wikipédia, a enciclopédia livre

Metropolitano de Paris
Informações
Local Paris
Tipo de transporte metropolitano
Número de linhas 16 (4 em planejamento)
Número de estações 308
Website www.ratp.fr
Funcionamento
Início de funcionamento 1900
Operadora(s) Régie Autonome des Transports Parisiens
Dados técnicos
Extensão do sistema 226,9 km
Bitola 1435 mm
Velocidade máxima 70 km/h (80 km/h na linha 14)
Mapa da Rede

O Metropolitano de Paris, Metrô de Paris ou Metro de Paris, conhecido localmente por Métropolitain ou pela abreviatura Métro de Paris, é o sistema de metropolitano de Paris e cidades vizinhas. Antigamente era chamado de Chemin de Fer Métropolitain ("Estrada de ferro metropolitana").

O sistema consiste em 16 linhas, identificadas por números de 1 a 14, com duas linhas menores, a 3 bis e a 7 bis, que se separam das linhas originais 3 e 7, respectivamente. É o quarto maior sistema de metropolitano da Europa, após o Metropolitano de Londres, o Metropolitano de Moscou e o Metropolitano de Madrid.

Tem 226,9 km de linhas, com mais de 300 estações. A distância média entre uma estação e outra é de aproximadamente 300 m.[carece de fontes?] As linhas 1 e 14 do sistema são completamente automáticas, ou seja, não têm condutor de cabine. Um único preço de passagem é aplicado em todos os horários, com conexões ilimitadas. O único limite é o uso por, no máximo, duas horas.[carece de fontes?]

Uma segunda rede de linhas expressas regionais, o RER (Réseau Express Régional), complementa a rede original do metrô desde a década de 1960.

História[editar | editar código-fonte]

Premissas[editar | editar código-fonte]

O projeto inicial incluía uma linha circular Étoile-Nation-Étoile e quatro linhas transversais, duas Norte-Sul (Porte de Clignancourt - Porte d'Orléans e Gare de l'Est - Place d'Italie) e duas Leste-Oeste (Porte de Vincennes - Porte Dauphine e Avenue Gambetta - Porte Maillot).

1900 - 1930: Nascimento do metrô[editar | editar código-fonte]

A Linha 1 (Porte de Vincennes - Porte Maillot) foi inaugurada em 19 de julho de 1900, para servir os ensaios dos Jogos Olímpicos de Verão de 1900 no Bosque de Vincennes. Pequenas seções das linhas 2 e 6 (na época 2 sud) foram completadas no mesmo ano para servir a Feira Mundial.

Paris durante as obras.

As linhas de 1 a 10 foram construídas pela Ville de Paris (Cidade de Paris) e administradas pela CMP (Compagnie du Chemin de Fer Métropolitain de Paris). Acredita-se que o nome do metropolitano parisiense veio da Metropolitan Railway em Londres, que mais tarde tornou-se parte do sistema metropolitano londrino.

Uma segunda empresa, a Nord-Sud (Société du Chemin de Fer Electrique Nord-Sud de Paris), foi criada em 31 de janeiro de 1904 com o projeto da linha entre Montmartre (na verdade Notre-Dame-de-Lorette) e Porte de Versailles. A inauguração desta, em 4 de novembro de 1910 foi adiada pela inundação do rio Sena de janeiro de 1910. A empresa construiu duas linhas nomeadas A e B (agora parte das linhas 12 e 13).

As duas empresas, CMP e Norte-Sul coexistiram até 1930, data em que foram unidas na CMP. Eles usaram materiais compatíveis mas eram diferenciadas pelas diferentes decorações de seus ramais como de suas estações. Estações diferentes portavam o mesmo nome nas duas redes (duas estações Grenelle, por exemplo). Em 1913, o metrô já tinha 10 linhas: oito da CMP e duas da Nord-Sud (a atual linha 12 e a linha 13 ao norte da estação Saint-Lazare). De 55 milhões em 1901, o número anual de passageiros subiu para 467 milhões em 1913. A rede continuou a crescer durante a Primeira Guerra Mundial. Durante o período entre guerras, as linhas 9, 10 e 11 foram abertas.

A Nord-Sud juntou-se com a CMP em 1930 (a linha 11 e a primeira linha 14 foram completadas após a fusão). A CMP virou empresa estatal em 1948 e ganhou um novo nome, RATP (Régie Autonome des Transports Parisiens).

1930 - 1939: Primeiras extensões no subúrbio[editar | editar código-fonte]

Desenvolvimento do metrô de Paris antes de 1949.:
  1900-1910
  1910-1914
  1914-1930
  1930-1939
  1939-1949

Em 1929, as autoridades da Prefeitura do Sena decidiram a extensão do metrô ao subúrbio próximo com quinze eixos para permitir o transporte de uma população que então era quase tão numerosa para residir nos subúrbios (2,5 milhões) do que na Paris intramuros (3 milhões). A construção de três novas linhas também é decidida.

1939 - 1945: Segunda Guerra Mundial[editar | editar código-fonte]

Em 1939, várias estações estão fechadas por razões de economia no contexto da Segunda Guerra Mundial, o que não impediu o metrô de transportar um milhão e meio de pessoas em 1941, a escassez de gasolina e de pneus imobilizando os ônibus na garagem.

Em 1949, no âmbito do plano de 1929, a rede incluía novas extensões nos subúrbios: a Linha 1 alcançou Neuilly a Oeste e Vincennes a Leste, a linha 3 chegou a Levallois-Perret, a linha 5 a Pantin, a linha 7 a Ivry-sur-Seine, a linha 9 a Boulogne-Billancourt a Oeste e a Montreuil a Leste, a linha 11 a Les Lilas e a linha 12 a Issy-les-Moulineaux.

Em 1 de Janeiro de 1942, a CMP do barão Empain se funde com a Société des Transports en Commun de la Région Parisienne (STCRP), que geria os transportes de superfície; sua rede será incluída em 1949 pela RATP, criada por uma lei de 21 de Março de 1948.[1] A RATP opera também o funicular de Montmartre, linhas de ônibus, o tramway, e parte das linhas A e B da Rede expressa regional da Ilha de França.

1945 - 1970: Modernização do pós-guerra[editar | editar código-fonte]

O número de linhas de metro foi então aumentando apenas devido ao isolamento do ramal menos frequentado da linha 7 e o desvio da linha 3, que assim se tornam linhas independentes: a linha 7 bis (em 1967) e a linha 3 bis (em 1971); então esse número foi reduzido para 15 devido à fusão, na década de 1970, das linhas 13 (parte norte da atual linha 13) e 14 (antiga linha que ligava Invalides a Porte de Vanves) após a conclusão da ligação entre Saint-Lazare e Invalides.

1970 - 2000: Desenvolvimento da rede[editar | editar código-fonte]

Extensões destinadas a fornecer um melhor serviço aos subúrbios próximos foram gradualmente sendo colocadas em serviço. Na década de 1970, várias extensões foram colocadas em serviço.

Em 1992, a linha 1 foi estendida de Pont de Neuilly para La Défense. O rio foi atravessado.

1998: Primeira linha automática[editar | editar código-fonte]

Dois eventos marcaram o ano de 1998: a extensão da linha 13 de Basilique de Saint-Denis (anteriormente Saint-Denis - Basilique) para Saint-Denis - Université, e a abertura da linha 14 de Madeleine para Bibliothèque François-Mitterrand. Esta linha foi estendida ao norte até Saint-Lazare em 2003, e ao sul até Olympiades em 2007.

A linha 14 foi a primeira linha do Metrô de Paris a implementar a condução automatizada.

2010 - 2020: Automatização[editar | editar código-fonte]

A linha 13 foi estendida novamente em 2008, de Gabriel Péri (anteriormente Gabriel Péri - Asnières - Gennevilliers) para Les Courtilles. Em 2011, o terminal da linha 8 de Créteil - Préfecture foi transferido para Pointe du Lac. A linha 12 se estendeu de Porte de la Chapelle em direção a Front Populaire em 2012, enquanto que em 2013, a linha 4 foi estendida de Porte d'Orléans para Mairie de Montrouge.

Segundo dados de 2007 da RATP, a utilização diária do Metropolitano de Paris cifra-se em 5 milhões de pessoas.

O sistema de transporte por metrô foi bastante reduzido com início da Segunda Guerra Mundial; várias estações foram fechadas e algumas nunca reabertas, dando origem a estações-fantasma.

Para aumentar sua capacidade, a linha 1, que é a mais movimentada da rede, foi automatizada para se tornar totalmente automática, ou seja, sem motorista. Decidida em 2005 pela RATP, esta automatização foi realizada apenas com raras interrupções de tráfego, o que é uma performance para uma linha muito movimentada e em operação.[2][3]

Século XXI: Modernização[editar | editar código-fonte]

De maio de 2011 a março de 2013, a RATP transferiu os trens MP 89 CC da linha 1 para a linha 4 à medida que os trens automáticos MP 05 foram colocados em serviço, beneficiando assim do processo de automatização da linha 1 em curso. O objectivo buscado é substituir as composições MP 59 da linha.

De novembro de 2011 a fevereiro de 2013, a RATP está colocando em serviço gradualmente novas composições automáticas, encomendadas da Alstom para garantir a operação totalmente automática da linha 1.

Em 2022 o metrô está gradualmente a eliminar a emissão de bilhetes em papel, que são 550 milhões emitidos por ano, correspondentes a 50 toneladas de papel, prevendo-se uma mudança total ao longo de 2023[4].

A linha 12 foi estendida para Mairie d'Aubervilliers em 31 de maio de 2022.

A linha 4 foi estendida para Bagneux-Lucie Aubrac em 13 de janeiro de 2022.

Linhas[editar | editar código-fonte]

Linha Terminais Inauguração Estações Comprimento (km)
Linha 1 La DéfenseChâteau de Vincennes 1900 25 16,6
Linha 2 Porte DauphineNation 1900 25 12,3
Linha 3 Pont de Levallois - BéconGallieni 1904 25 11,7
Linha 3 bis GambettaPorte des Lilas 1921 4 1,3
Linha 4 Porte de ClignancourtBagneux-Lucie Aubrac 1908 31 14,0
Linha 5 Bobigny - Pablo PicassoPlace d’Italie 1906 22 14,6
Linha 6 Charles de Gaulle - ÉtoileNation 1907 28 13,7
Linha 7 La Courneuve - 8 Mai 1945Villejuif - Louis Aragon
/ Mairie d’Ivry
1910 38 22,5
Linha 7 bis Louis BlancPré-Saint-Gervais 1911 8 3,1
Linha 8 BalardPointe du Lac 1913 38 23,4
Linha 9 Pont de SèvresMairie de Montreuil 1922 37 19,6
Linha 10 Boulogne - Pont de Saint-CloudGare d'Austerlitz 1913 23 11,7
Linha 11 ChâteletMairie des Lilas 1935 13 6,3
Linha 12 Mairie d'AubervilliersMairie d’Issy 1910 31 17,2
Linha 13 Les Courtilles / Saint-Denis — Université
Châtillon — Montrouge
1911 32 24,4
Linha 14 Mairie de Saint-OuenOlympiades 1998 13 14,5

Frota[editar | editar código-fonte]

Atualmente, o Metropolitano de Paris conta com 700 unidades, sendo elas tendo mais de 60 anos de operação:

Frota sob trilhos
Frota Máscara Fabricante Ano de Fabricação Operações Notas adicionais
MF 67
MF 67 na Linha 10.
Brissonneau & Lotz

CIMT

1967 - 1975 Linha 3

Linha 3 bis

Linha 10

Linha 12

MF 77
MF 77 na Linha 8.
Alstom

Indústrias ANF

Creusot-Loire

Jeumont-Schneider

CEM-Oerlikon

1976 - 1986 Linha 7

Linha 8

Linha 13

  • 1 usada na construção do protótipo da MF 88 chamado BOA.
MF 88
MF 88 na Linha 7-Bis.
Alstom

Renault

Indústrias ANF

Faiveley

1990 - 1992 Linha 7 bis
MF 01
MF 01 com cores novas na Linha 9.
Alstom

Bombardier

2007 - 2017 Linha 2

Linha 5

Linha 9

  • Primeira unidade do metropolitano a ter Ar-Condicionado.
Frota sob pneus
Frota Máscara Fabricante Ano de Fabricação Operação Notas Adicionais
MP 59
MP 59 na Linha 11.
Alstom

CEM

Jeumont-Schneider

1963 - 1974 Linha 4

Linha 11

  • Retiradas da Linha 4 desde 2013 e movidas para Linha 11.
  • Expectativa de substitui-lás pelas MP 14.
MP 73
MP 73 na Linha 6.
Alstom 1974 Linha 6

Linha 11

  • Expectativa de retirada das unidades em 2021.
MP 89 CC
MP 89 (versão pilotável CC) na Linha 8.
GEC-Alshtom 1997 Linha 4

Linha 14

  • Expectativa de inseri-lás na Linha 6 em 2021 a 2022.
MP 89 CA
MP 89 (versão não-pilotável CA) na Linha 14.
GEC-Alshtom 1998 Linha 14
  • Expectativa de inseri-lás na Linha 4 em 2021 a 2022.
MP 05
MP 05 na Linha 1.
Alstom 2011 Linha 1

Linha 14

  • Segunda unidade do Metropolitano a ter Ar-Condicionado.
MP 14
MP14 na Linha 14.
Alstom 2015 Linha 14

Arquitetura[editar | editar código-fonte]

Metropolitano no Viaduto de Austerlitz.

Um dos aspectos mais famosos do Metropolitano de Paris são suas entradas em estilo art nouveau de Hector Guimard, que simbolizam Paris, apesar de poucas permanecerem em uso (86 entradas por Guimard ainda existem).

Extensões[editar | editar código-fonte]

O desenvolvimento da rede de metrô inclui a extensão e a renovação das linhas. Atualmente há um projeto de extensão do tramway, do RER e do metropolitano.

Extensões planejadas ou em curso[editar | editar código-fonte]

O projeto do SDRIF em 2030 votado em 25 outubro de 2012 propõe a realização de um certo número de outras extensões do Metrô em 2030:[5]

Outros projetos propostos pelo SDRIF incluem as extensões das seguintes linhas:

Grand Paris Express[editar | editar código-fonte]

O Grand Paris Express é um projeto que prevê, entre outros, a implementação de extensões da linha 14 ao norte de Mairie de Saint-Ouen para Saint-Denis Pleyel, continuando a extensão de Saint-Lazare já planejado, e ao sul de Olympiades ao Aeroporto de Orly.[7] Ele prevê a criação de uma linha circular em torno de Paris, que leva o nome de linha 15, e de três linhas adicionais que levam os números 16, 17 e 18.

Estes trabalhos serão realizados em conjunto pela Société du Grand Paris (SGP) e o Syndicat des transports d'Île-de-France (STIF).

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Loi du 21 mars 1948 REORGANISATION ET COORDINATION DES TRANSPORTS DE VOYAGEURS DANS LA REGION PARISIENNE : CREATION DE L'OFFICE REGIONAL DES TRANSPORTS PARISIENS ET DE LA RATP, sur legifrance.gouv.fr. Consultado em 15 de agosto de 2012.
  2. Uma operação análoga diz respeito à linha 2 do Metrô de Nuremberga convertida desta forma entre 2008 e 2010. Railway Gazette International.
  3. PDF Communiqué du 8 novembre 2005 : La RATP confie à Siemens l'automatisation intégrale de la Ligne 1 du métro parisien.
  4. «Paris diz adeus aos bilhetes de metro» 
  5. SDRIF 2030
  6. Site de la concertation du prolongement de la ligne 1 à Val de Fontenay.
  7. Societedugrandparis.fr - « L'Acte Motivé » p. 62 à 66 Arquivado em 26 de dezembro de 2011, no Wayback Machine.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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