Mausoléu de Augusto – Wikipédia, a enciclopédia livre

Mausoléu de Augusto
Mausoléu de Augusto
Mausoléu de Augusto depois das obras de restauração.
Mausoléu de Augusto
Uma das diversas tentativas de reconstituição da imagem original do mausoléu.
Tipo Mausoléu
Construção 28 a.C.
Promotor / construtor Augusto
Website
Geografia
País Itália
Cidade Roma
Localização IX Região - Circo Flamínio
Coordenadas 41° 54' 22" N 12° 28' 35" E
Mausoléu de Augusto está localizado em: Roma
Mausoléu de Augusto
Mausoléu de Augusto
Vista lateral.

Mausoléu de Augusto é um grande túmulo construído pelo imperador romano Augusto em 28 a.C. no Campo de Marte em Roma. O mausoléu fica localizado na Piazza Augusto Imperatore, perto da esquina com a Via di Ripetta, uma das ruas que acompanham as margens do Tibre, e ocupa uma área equivalente a vários quarteirões entre a igreja de San Carlo al Corso e o Altar da Paz. A estrutura está passando por um processo de renovação com data de abertura prevista para 1 de março de 2021 e está fechado para o público.[1][2]

Descrição[editar | editar código-fonte]

O mausoléu foi um dos primeiros projetos iniciados por Augusto em Roma depois de sua vitória na Batalha de Ácio em 31 a.C. A estrutura tem uma planta circular e é formada por diversos anéis concêntricos de terra e tijolos revestidos por travertino e com um jardim de ciprestes no topo. É possível que houvesse ali também uma cobertura cônica e uma estátua colossal de bronze do imperador. Dois obeliscos de granito rosa flanqueavam a entrada principal, mas ambos foram removidos: um é o Obelisco Esquilino, que está na Piazza dell'Esquilino (perto da basílica de Santa Maria Maior), e o outro é o Obelisco Quirinal. Neles estavam montadas placas de bronze com o texto da Res Gestae Divi Augusti ("Atos do Divino Augusto"), que descrevem todas as realizações e vitórias de Augusto.[3] Um corredor levava da entrada até o coração da estrutura, onde havia uma câmara com três nichos que abrigava as urnas douradas com as cinzas da família imperial. O mausoléu todo tinha 90 metros de diâmetro e 42 metros de altura. Completando o cenário, o mausoléu estava rodeado por um parque, do qual nada restou.

História[editar | editar código-fonte]

Tradicionalmente, acreditava-se que durante o saque de Roma por Alarico em 410, os visigodos perfuraram as arcadas, roubaram as urnas e espalharam as cinzas sem danificarem a estrutura do edifício. Contudo, segundo estudos mais modernos, "a história do saque por Alarico em 410 não tem fundamento histórico e nada sabemos sobre sua destruição".[4] Na Idade Média, a estrutura foi fortificada e transformou-se num castelo — o mesmo destino do Mausoléu de Adriano, que foi transformado no Castel Sant'Angelo — pela família Colonna. Depois da desastrosa derrota da Comuna de Roma pelo conde de Túsculo em 1167, os Colonna caíram em desgraça, foram banidos e tiveram seu castelo desmantelado. Durante o Renascimento, o mausoléu passou pelas mãos de diversas famílias romanas, que o utilizaram como jardim. No começo do século XIX, o local abrigava um circo.[4]

No começo do século XX, o interior da estrutura foi transformado numa sala de concertos chamada Augusteo[4] e assim permaneceu até a década de 1930, quando Mussolini ordenou que o local fosse restaurado e transformado num sítio arqueológico, um passo em seu plano maior de ligar o seu regime fascista às glórias do Império Romano.

Restauração[editar | editar código-fonte]

O mausoléu permaneceu aberto para visitação até a década de 1970, quando foi fechado e permaneceu esquecido. Negligenciado, o local passou a ser utilizado como ponto de descarte de entulho e a vegetação cresceu no local de forma descontrolada. Depois que o moderno museu do Altar da Paz (Ara Pacis) foi inaugurado a poucos metros de distância em 2006, a situação provocou muitas críticas.[1]

Uma tentativa de restaurar o mausoléu em tempo do 2000º aniversário da morte de Augusto (2014) fracassou por falta de patrocínio.[5]

Finalmente, em janeiro de 2017, as autoridades italianas anunciaram que o monumento seria completamente restaurado, o que permitirá que ele seja aberto ao público pela primeira vez desde a década de 1970.[2] O plano previa que a obra terminasse em abril de 2019 e o novo monumento vai incorporar uma exibição multimídia permanente que projetará imagens da Roma antiga e moderna nas paredes da estrutura.[2]

Sepultamentos[editar | editar código-fonte]

Entre os membros da dinastia júlio-claudiana que estão sepultadas no mausoléu estão:

O herdeiro de Cláudio, o imperador Nero, foi o último de sua dinastia e não foi sepultado no mausoléu por causa de sua reputação. Depois de um hiato durante a dinastia flaviana, o primeiro imperador da dinastia nerva-antonina, Nerva, foi a última pessoa a ser sepultada no Mausoléu de Augusto em 98.

Referências

  1. a b Sarah Bond (8 de maio de 2017). «Take a Look at the New Renovations of the Mausoleum of Augustus Caesar» (em inglês). Forbes.com 
  2. a b c Nick Squires (16 de janeiro de 2017). «Giant mausoleum in Rome that held the remains of the emperor Augustus to be restored after decades of neglect» (em inglês). The Daily Telegraph 
  3. Cf. Mitt. 1904, 57; Kornemann, Mausoleum und Tatenbericht des Augustus, 16.
  4. a b c Platner & Ashby (1929). A Topographical Dictionary of Ancient Rome (em inglês). [S.l.: s.n.] p. 332-336 
  5. Lizzy Davies (19 de agosto de 2014). «Mausoleum of Augustus stands derelict on anniversary of emperor's death» (em inglês). The Guardian 

Ligações exterans[editar | editar código-fonte]