Maria Nobre Franco – Wikipédia, a enciclopédia livre

Maria Nobre Franco
Nascimento 1938
Messejana
Morte 19 de maio de 2015
Cascais
Cidadania Portugal
Ocupação colecionador de arte, curadora de arte, curadora, marchand
Prêmios
  • Comendador da Ordem do Infante Dom Henrique

Maria de Assunção Nobre Franco Barbosa de Carvalho (Messejana, 1938 — Cascais, 19 de maio de 2015) foi uma galerista, colecionadora e curadora de arte portuguesa. Foi a primeira diretora do Museu Berardo.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Licenciada em Filologia Clássica, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Maria Nobre Franco frequentou ainda o curso de Pierre Francastel (Filosofia da Arte), na Sorbonne, Paris. Esteve ligada à luta antifascista, tendo sido presa pela PIDE depois de assinar uma carta de protesto contra o assassinato, em 1961, do escultor José Dias Coelho. Depois dessa prisão fixou-se em Paris (1962-1965). De um primeiro casamento (com o sociólogo José Carlos Ferreira de Almeida), foi mãe do cineasta Bruno de Almeida.[2][3]

Foi depois casada com Rui Valentim de Carvalho[4] (1931-2013), pioneiro da indústria musical portuguesa. Foi num dos espaços dessa editora (Palácio das Alcáçovas, Lisboa), que fundou a Galeria Valentim de Carvalho (1984-1995), uma galeria marcante no panorama artístico nacional das décadas de 1980 e 1990. Mário Cesariny, Helena Almeida, Ana Jotta, Ângelo de Sousa, Alberto Carneiro, José Escada, Jorge Martins, René Bértholo, Joaquim Bravo, António Palolo, Xana (Alexandre Barata), José Pedro Croft, Pedro Calapez e Rui Sanches, foram alguns dos artistas que trabalharam com essa galeria. Entre os artistas internacionais apresentados pela galeria contam-se Donald Judd, Tony Smith, Joel Shapiro, Carl Andre e Robert Gober.[2]

Maria Nobre Franco deixou a Galeria Valentim de Carvalho em 1994; nesse mesmo ano assessorou Vítor Constâncio na presidência de Lisboa’94 – Capital Europeia da Cultura. Em 1997 assumiu a direção do Sintra Museu de Arte Moderna – Coleção Berardo, cargo que ocupou até 2008, quando foi criado o atual Museu Coleção Berardo, Lisboa. "Como diretora, deu grande visibilidade a artistas nacionais, tanto jovens como já com carreiras mais longas e provas dadas, mostrando o seu trabalho ao lado dos artistas estrangeiros representados na coleção. Entre as exposições que organizou contam-se, por exemplo, as dedicadas aos portugueses Rui Chafes e Júlio Pomar, ao irlandês Michael Craig-Martin, à espanhola Susana Solano e ao luso-brasileiro Fernando Lemos".[2]

Em 2008 Maria Nobre Franco integrou a administração da Fundação Árpád Szenes-Vieira da Silva, em representação da Câmara Municipal de Lisboa. Foi administradora da Fundação Júlio Pomar (2004-2013). Foi condecorada pelo Presidente da República Jorge Sampaio, com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique a 8 de março de 2005.[5] Os que a conheceram de perto e trabalharam com ela destacam as suas qualidades profissionais e humanas; nas palavras de Jorge Martins, "[Maria Nobre Franco] era uma pessoa excecionalmente sensível, generosa, afetuosa. Uma mulher cheia de qualidades e uma capacidade de ação muito grande".[2][3]

Pode aceder à página de facebook sobre Maria Nobre Franco em https://www.facebook.com/marianobrefranco

Referências

  1. «Morreu Maria Nobre Franco, ex-diretora do Museu Berardo». Notícias ao Minuto. Consultado em 19 de maio de 2015 
  2. a b c d Vanessa Rato. «Morreu Maria Nobre Franco, uma mulher cheia de qualidades (p. 1)». Jornal Público. Consultado em 19 de maio de 2015 
  3. a b Vanessa Rato. «Morreu Maria Nobre Franco, uma mulher cheia de qualidades (p. 2)». Jornal Público. Consultado em 19 de maio de 2015 
  4. «Rui Valentim de Carvalho (1931-2013)». Valentim de Carvalho. Consultado em 19 de maio de 2015 
  5. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Maria de Assunção Nobre Franco Barbosa de Carvalho". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 9 de agosto de 2019