Maria Augusta Rodrigues – Wikipédia, a enciclopédia livre

Maria Augusta
Maria Augusta Rodrigues
Informações pessoais
Nome completo Maria Augusta Rodrigues
Data de nasc. 22 de janeiro de 1942 (82 anos)
Local de nasc. Rio de Janeiro, RJ
Informações profissionais
Escolas de samba
Anos Escolas
1972 - 1973
1973 - 1974
1976 - 1978
1980 - 1983
1985 - 1986
1993
União da Ilha
Salgueiro
União da Ilha
Paraíso do Tuiuti
Tradição
Beija-Flor

Maria Augusta Rodrigues[1], conhecida publicamente como Maria Augusta (Rio de Janeiro, 22 de janeiro de 1942[2]) é uma carnavalesca brasileira, consagrada no carnaval carioca por desfiles antológicos, principalmente nas escolas de samba Salgueiro, participando de comissões de carnavais campeãs, e na União da Ilha, onde se fixou entre os grandes nomes do carnaval do Rio de Janeiro. Também atuou como comentarista em diversos veículos de mídia e hoje é uma das juradas do troféu Estandarte de Ouro.

Vida pública[editar | editar código-fonte]

Nascida no interior do estado do Rio de Janeiro, Maria Augusta foi criada nas proximidades da histórica usina de açúcar Barcelos [3]. O pai era gerente da usina e a mãe folclorista. Sendo essa uma região de efervescência cultural, logo cedo teve contato com os bois de carnaval Pintadinho e Jaraguá. Segundo a artista, em entrevista a Pedro Migão, no canal Ouro de Tolo, "O carnaval entrou em minha vida, nas estradas empoeiradas do norte do estado do Rio".

Em São João da Barra, ainda criança, assistiu carnavais que lhe marcaram a vida. Após certa idade passou a frequentar o carnaval da cidade de Campos dos Goytacazes, levada pelos pais. Frequentou o clube Saldanha da Gama, bem como os carnavais realizados no Automóvel Clube de Campos, participando ainda de corsos e desfiles de ranchos, que ela diz se lembrar com recordação especial dos caboclinhos. A sua característica estética marcada pelo luxo das cores, foi desenvolvida segundo a própria, em razão do contato direto com as manifestações artísticas e culturais dessa época.[carece de fontes?]

Escola de Belas Artes e Fernando Pamplona[editar | editar código-fonte]

Anos depois mudou-se para a capital do estado, onde ingressou na Escola de Belas Artes, tendo como docente Fernando Pamplona, momento que pavimentou sua inserção no cenário do carnaval carioca, vez que esse, estimulava e convidava seus alunos a participarem das decorações de rua no carnaval e natal. Foi assim que Maria Augusta passou a trabalhar com Fernando e Arlindo Rodrigues (outro genial artista brasileiro).[carece de fontes?]

1969 - Um ano marcante e passagens pelo Salgueiro[editar | editar código-fonte]

É comentado por Maria Augista, que Jorge Melodia compositor do Império da Tijuca, em 1968, foi ao prédio da EBA, oferecer a Pamplona o projeto de desenvolvimento de enredo para 1969. Sob os braços carregava o livro "O negro na civilização brasileira" de Arthur Campos, que serviria de base para o enredo. O professor convida então Augusta e mais duas colegas, Alaíde Reis e Cláudia Miranda, para que realizassem o trabalho. Mesmo surpresas, contaram com o apoio do professor e logo as três passaram a desenvolver o projeto de fantasias e à época 1 carro. É nesse momento que ela conhece o famoso Pai de Santo Joãozinho da Goméia, que para além do apoio no desenvolvimento de enredo, a inseriu nos conceitos do candomblé. O carnaval de 1969 infelizmente não aconteceu no grupo 2, em virtude de um apagão na região onde os desfiles ocorreriam, resultando na retirada dos jurados e impossibilidade de julgamento dos desfiles.[carece de fontes?]

Ao mesmo tempo, Pamplona e Arlindo decoravam o baile do Copacabana Palace, tendo como enredo Folclore Brasileiro com projeto de Arlindo. Fernando convidou Maria Augusta e outros alunos para apoiar o trabalho (foram convidados pelo professor naquele ano, a também participarem do evento). Ao fim do baile, e com pouco tempo de descanso, Pamplona direcionou alguns alunos para também ajudarem no desenvolvimento do carnaval do Salgueiro, o campeão "Bahia de Todos os Deuses" também em 1969. Nesse carnaval, vestiu-se como Iemanjá junto com outras 12 mulheres.[carece de fontes?]

Oriunda de um grupo formado por Fernando Pamplona, a carnavalesca participou da criação de desfies ganhadores no Salgueiro como "Bahia de Todos os Deuses" e "Festa Para um Rei Negro". O grupo que também era composto por Joãosinho Trinta, Arlindo Rodrigues e Rosa Magalhães criaram um novo jeito de se fazer carnaval. Colocando o negro em seu papel de protagonista baseado em elementos de matrizes africanas.[carece de fontes?]

União da Ilha - Afirmação de uma identidade[editar | editar código-fonte]

Após iniciar sua carreira apoiando o desenvolvimento da ornamentação do Salgueiro, foi para a União da Ilha, onde fez história ao criar sua própria marca e firmar a identidade que hoje associamos a escola insulana. No carnaval de 1972, a carnavalesca desenvolve a Ala das Burrinhas, que ficou marcada visualmente. No ano de 1973, a artista desliga-se da Ilha e retorna a branco e encarnado da Tijuca, desenvolvendo o enredo Eneira, amor e fantasia. Com enredos leves, inspirados em temas do cotidiano de formas simples, como "O Amanhã" e o celebre "Domingo", seu carnaval era baseado no "luxo da cor" em oposição ao "luxo do brilho" que tinha como seu representante Joãosinho Trinta, parceiro no Salgueiro.

De comentarista a Jurada[editar | editar código-fonte]

Maria Augusta é uma das artistas mais importantes da história do carnaval, hoje atua como comentarista e é jurada do prêmio "Estandarte de Ouro", considerado o Oscar do Samba. É praticante do candomblé há mais de 40 anos.[4]

Homenagens[editar | editar código-fonte]

Maria Augusta já foi homenageada algumas vezes no carnaval. A mais recente ocorreu em 2014 quando a artista foi enredo na escola de samba Onça no Samba na cidade de Campos[5]. Todavia, a mesma já havia sido homenageada no Rio em 2004 pela escola Arranco do Engenho de Dentro[6] que naquela oportunidade ficou em 8º lugar do grupo B e em 1996, pela Unidos da Vila Santa Teresa[7], que terminou aquele ano em 5º lugar do grupo D.

1996 - 5º lugar - Grupo D do Rio de Janeiro - "Maria Augusta, é mestra, é sorte, é carnaval" - Unidos da Vila Santa Teresa

2004 - 8º lugar - Grupo B do Rio de Janeiro - "Maria Augusta, o sonho nas estrelas" - Arranco do Engenho de Dentro

2014 - 5º lugar - Grupo Especial de Campos - "Uni, Duni, Tê - Maria Augusta, a escolhida é você" - Academia de Ritmos Onça no Samba

Carreira[editar | editar código-fonte]

Carnaval[editar | editar código-fonte]

Abaixo, a lista de desfiles assinados por Maria Augusta.

Ano Escola Colocação Divisão Enredo
1971 Salgueiro Campeã 1-A Festa para um rei negro
1972 União da Ilha 8.º lugar 2 A festa da cavalhada
1973 Salgueiro 3.º lugar 1-A Eneida, amor e fantasia
1974 Salgueiro Campeã 1-A O Rei da França na ilha da assombração
1976 União da Ilha 9.º lugar 1 Poemas de Máscaras e sonhos
1977 União da Ilha 3.º lugar 1 Domingo
1978 União da Ilha 4.º lugar 1 O Amanhã
1980 Paraíso do Tuiuti Campeã 2-B É a sorte
1981 Paraíso do Tuiuti 9.º lugar 2-A Exaltação a Vinícius de Moraes
1982 Paraíso do Tuiuti Vice-campeã 2-A Alegria
1983 Paraíso do Tuiuti 8.º lugar 1-B Vamos falar de amor
1985 Tradição Campeã 2-B Xingu, o pássaro guerreiro
1986 Tradição Campeã 2-A Rei Sinhô, Rei Zumbi, Rei Nagô - Eu também tô aí, tô aí sim sinhô
1987 Tradição Vice-campeã 2 Sonhos de Natal
1993 Beija-Flor 3.º lugar Especial Uni-duni-tê, a Beija-flor escolheu: é você

Televisão[editar | editar código-fonte]

comentarista especializada
Evento Emissora Ref.
Carnaval 79 Globo juri da TV
Carnaval 80 a 83 Bandeirantes apresentadora e comentarista
Carnaval 84 a 87 Manchete comentarista
Carnaval 91 Manchete comentarista
Globeleza 92 Globo comentarista
Carnaval do Povão CNT [8]
Globeleza Globo

Títulos e estatísticas[editar | editar código-fonte]

Maria Augusta tem dois campeonatos na elite do carnaval carioca, ambos conquistados pelo Salgueiro.

Divisão
Campeonato
Ano
Vice
Ano
Terceiro lugar
Ano

Primeira divisão
2 1971, 1974 - - 3 1973, 1977, 1993

Terceira divisão
1 1986 1 1982 - -

Quarta divisão
2 1980, 1985 - - - -

Referências

  1. Maria Augusta Rodrigues no SRZD
  2. Prefeitura de Campos dos Goytacazes (29 de abril de 2012). «Carnavalesca e comentarista de Carnaval no Rio elogia Cepop». 21:12. Consultado em 28 de abril de 2014 
  3. Neto, ArnaldoUsina Barcelos: pedido de tombamento no Inepac. «Usina Barcelos». Folha de São Paulo. Usina Barcelos: pedido de tombamento no Inepac. Consultado em 19 de agosto de 2021 
  4. Caranaval N1 (29 de outubro de 2019). «Biografia de Maria Augusta Rodrigues». Consultado em 14 de outubro de 2020 
  5. «Maria Augusta aprova carnaval fora de época de Campos». Portal Campos - RJ. Consultado em 19 de agosto de 2021 
  6. «Arranco». Wikipédia, a enciclopédia livre. 1 de junho de 2021. Consultado em 19 de agosto de 2021 
  7. «Unidos da Vila Santa Tereza». Wikipédia, a enciclopédia livre. 4 de fevereiro de 2021. Consultado em 19 de agosto de 2021 
  8. Central de Notícias (8 de fevereiro de 2013). «Outros Carnavais». Consultado em 28 de abril de 2014 

Ver também[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Maria Augusta Rodrigues