Mapa da Violência – Wikipédia, a enciclopédia livre

Mapa da Violência é uma série de estudos publicados desde 1998,[1] inicialmente com apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), do Instituto Ayrton Senna e da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO), entre outras entidades, e, mais recentemente, publicados pelo governo brasileiro. O sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz é o responsável pela pesquisa.

O levantamento mais recente corresponde ao ano de 2014.[2] Contém a evolução das taxas de mortalidade nos estados e municípios brasileiros com mais de dez mil habitantes e as mortes causadas por homicídio na população total e na população jovem (de 15 a 24 anos); mortes causadas por acidentes de transporte e suicídios. Desde 1999, a violência no Brasil deixou de se concentrar nas grandes cidades e atingiu também o interior dos Estados.

Existe uma versão do estudo que tem como enfoque os jovens da América Latina. Trata-se de Mapa da Violência: os jovens da América Latina, também de autoria de Jacobo Waiselfisz. Analisa a mortalidade causada por homicídios, pelo uso de armas de fogo, por suicídios e por acidentes de transporte, com foco nos óbitos juvenis (de 15 a 24 anos) em 83 países do mundo, principalmente em 16 países da América Latina. O estudo levanta as especificidades da região para explicar os altos níveis de violência verificados.

Estudos semelhantes[editar | editar código-fonte]

Além do Mapa da Violência, no Brasil são publicados ao menos outros dois estudos sobre violência no Brasil em sua versão letal.[3] O Atlas da Violência são relatórios periódicos sobre violência e assassinatos no país.[3] Seus dados são relativos a dois anos antes da data de publicação (por exemplo, o de 2018 se referiu ao de 2016).[3] Eles são elaborados a partir de laudos médicos de declaração de óbito, que são registrados no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.[3] Além dele, há o Anuário do Brasileiro de Segurança Pública, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.[3] Este contabiliza, por outro lado, a violência letal com base nos registros feitos pelas polícias em boletins de ocorrência.[3] Fora isso, secretarias estaduais de segurança pública também publicam seus números em cada unidade da federação, entretanto, elas divergem na metodologia sobre o que considerar parte da taxa de homicídios. Por exemplo, as secretarias de São Paulo e Rio de Janeiro utilizam respectivamente o número de casos de homicídios e o número de vítimas de homicídios, o que gera números diferentes frente a chacinas, por exemplo.[4]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. WAISELFISZ, Julio Jacobo (1998). «Mapa da violência: os jovens do Brasil» (PDF). Garamond: Instituto Ayrton Senna e UNESCO 
  2. WAISELFISZ, Julio Jacobo (2014). «Mapa da violência 2014» (PDF). Rio de Janeiro: Secretaria-Geral da Presidência da República/Secretaria Nacional de Juventude/Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial 
  3. a b c d e f Fábio, André Cabette (25 de junho de 2018). «Relatórios apontam subnotificação de homicídios no Brasil. O que dizem os estados». Nexo Jornal. Consultado em 25 de junho de 2018 
  4. Bernardo, Kaluan (26 de fevereiro de 2016). «A forma como a taxa de homicídios é calculada impacta nas estatísticas». Nexo Jornal. Consultado em 21 de janeiro de 2019 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]