Mônica e a Sereia do Rio – Wikipédia, a enciclopédia livre

Mônica e a Sereia do Rio
Mônica e a Sereia do Rio
Cartaz promocional
 Brasil
1987 •  cor •  60 min 
Gênero
Direção Mauricio de Sousa
Walter Hugo Khouri
Roteiro Mário Matoso Neto
Arnaldo Galvão
Baseado em Turma da Mônica
por Mauricio de Sousa
Elenco Marli Bortoletto
Angélica Santos
Elza Gonçalves
Paulo Camargo
Orlando Viggiani
Tetê Espíndola
Música Silvia Góes
Hélio Saintsteban
Márcio Araújo de Sousa
Maria Beatriz Pacca
Arnaldo Black
Tetê Espíndola
Diretor de fotografia Antonio Meliande
Direção de arte Airton Barreto de Lacerda
Edição José Aroaldo Ferreira
Companhia(s) produtora(s) Mauricio de Sousa Produções
Distribuição Embrafilme
Lançamento 7 de fevereiro de 1987
Idioma português
Cronologia
As Novas Aventuras da Turma da Mônica (1986)
Turma da Mônica em O Bicho-Papão e Outras Histórias (1987)

Mônica e a Sereia do Rio é um filme de animação brasileiro de 1987 dirigido por Mauricio de Sousa e Walter Hugo Khouri. É o quarto filme baseado na série de histórias em quadrinhos Turma da Mônica, da qual Mauricio é criador. É composto de quatro histórias e conta com a participação da cantora Tetê Espíndola, que contracena em live-action com os personagens em animação. Tais cenas foram gravadas na pousada do Rio Quente, em Goiás. Para o filme, Mauricio seguiu a estrutura de seu primeiro longa-metragem, dividindo-o em histórias. A última, "A Sereia do Rio", foi inspirada por um curta animado no início dos anos 80 com a intenção de exibi-lo na TV Globo.

Mônica e a Sereia do Rio foi lançado nos cinemas em 7 de fevereiro de 1987, sendo relançado em VHS em pelo menos duas outras ocasiões. O filme teve recepção mista da crítica; embora tenham o recomendado para as crianças, eles criticaram aspectos técnicos, atuação e figurino. Foi exibido no Festival de Gramado e no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, além de ter seus bastidores adaptados numa história em quadrinhos da Revista Mônica.

Enredo[editar | editar código-fonte]

A história começa quando Mônica abre uma porta, entrando num mundo alternativo. Fascinada pela música que está tocando, ela procura a pessoa que está cantando e encontra uma fada (Tetê Espíndola). Mônica diz gostar de contar histórias, dando início à primeira de quatro, "A Gruta do Diabo",[1] onde Cebolinha e Cascão exploram uma gruta, mas "são levados a conhecer os castigos do inferno".[2] Após a história, Mônica tenta reencontrar a fada, agora transformada em onça,[3] dando início a "O Jacaré de Estimação". Nela, um filhote de jacaré escapa do caminhão de um zoológico e foge para o quarto do Cebolinha, que cuida dele como se fosse uma lagartixa.[1]

Após isso, a fada reaparece transformada numa arara, e então começa a história "O Tocador de Sinos", mostrando um gigante, sacristão da igreja. Cebolinha e Cascão o encontram e descobrem que ele tem um talento musical. Por fim, é exibida a história "A Sereia do Rio", onde Tetê aparece como uma sereia, cantando a música-tema. Depois, Mônica pesca uma sereia do mar, mas Cebolinha quer explorá-la comercialmente, ferindo os sentimentos da sereia, então Mônica a defende.[1]

Elenco[editar | editar código-fonte]

Tetê Espíndola aparece em live-action em Mônica e a Sereia do Rio.[4] Abaixo estão os dubladores principais do filme.[5]

Antecedentes e lançamento[editar | editar código-fonte]

Os dois primeiros longas-metragens baseados em Turma da Mônica, de Mauricio de Sousa (As Aventuras da Turma da Mônica (1982) e A Princesa e o Robô (1984)) tiveram relativo sucesso. O primeiro era dividido em histórias, e o segundo continha uma história só. Mauricio acabou preferindo o formato do filme dividido em histórias, já que elas poderiam, aos poucos, serem exibidas na televisão. Ele seguiu este modelo para seu próximo filme, As Novas Aventuras da Turma da Mônica (1986), e também o fez para Mônica e a Sereia do Rio. Para este, Mauricio queria fazer um musical, devido ao crescente interesse das crianças nos videoclipes. Após diversas sugestões, ele acabou por escolher Tetê Espíndola como a intérprete principal. Atuando como sereia, ela aparece em live-action interagindo com os personagens em animação.[6]

Durante o "tempo ocioso" do estúdio de animação Black & White & Color, comprado no início dos anos 80 por Mauricio para produzir comerciais, eram feitas animações curtas, de cinco minutos, na esperança de que a TV Globo exibisse na programação. No entanto, sua preferida, "A Sereia do Rio", foi rejeitada por Boni. Mauricio se inspirou nela para Mônica e a Sereia do Rio.[7] As cenas com Tetê Espíndola na história foram gravadas na Pousada do Rio Quente, em Goiás,[6] e dirigidas por Walter Hugo Khouri. Embora ele normalmente dirigisse filmes para maiores de dezoito ou dezesseis anos, ele comentou que sempre teve certo interesse em dirigir um filme infantil, embora, neste caso, ele tenha dirigido apenas as cenas ao vivo, com duração de cerca de treze minutos.[8]

O roteiro foi escrito por Mário Mattoso Neto e Arnaldo Galvão. Mônica e a Sereia do Rio foi lançado simultaneamente em dez cidades brasileiras, sendo nove capitais, no dia 7 de fevereiro de 1987.[4][a] O filme foi lançado em VHS em pelo menos duas ocasiões: no final de 1987 ou início de 1988, pela Trans Vídeo, como parte de um pacote promocional contendo três VHS da Turma da Mônica,[9] e no final de 1998, pela Publifolha, como parte da coleção "Clássicos da Turma da Mônica".[10]

Recepção e legado[editar | editar código-fonte]

Críticas profissionais
Avaliações da crítica
Fonte Avaliação
Diário do Pará Bom[11]

Mônica e a Sereia do Rio teve recepção mista da crítica. Risoleta Miranda, para o Diário do Pará, apontou que o filme era um "[b]om programa para a meninada" e notou que ter Walter Hugo Khouri como diretor era uma novidade, optando por uma "direção leve", contrastando com seus filmes passados baseados no existencialismo.[11] O Jornal do Brasil notou que haviam "duas inadequações", sendo a primeira o fato do canto de Tetê Espíndola não se encaixar bem com a narrativa, e a outra a "apática direção nas cenas ao vivo" do diretor Walter Hugo Khouri, além da má coreografia das "crianças despreparadas".[12] Rubens Ewald Filho escreveu ao A Tribuna que o filme cumpria sua função de entreter o público infantil, "preenchendo uma faixa do mercado", mas sem aumentar a reputação artística do estúdio de produção. Criticou a técnica de rotoscopia, que teve um resultado "razoável", além dos figurinos de Tetê Espíndola.[3] Num comentário ao O Fluminense, Flávio Cândido brincou: "Não fosse o erro crasso de colocar a 'sereia' num rio, pois o ser mitológico é exclusivo dos mares, e o filme seria recomendável às crianças".[13]

Ainda em 1987, Mônica e a Sereia do Rio foi exibido no Festival de Gramado[14] e no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.[15] Os bastidores do filme foram adaptados na história em quadrinhos "Uma Aventura Cinematográfica", da edição n.º 5 da Revista Mônica; Khouri aparece como personagem.[16]

Notas

Referências

  1. a b c «Mônica, em novas aventuras». A Tribuna. 8 de fevereiro de 1987. p. 72 (geral) ou 2 (AT Especial). Consultado em 27 de janeiro de 2022 
  2. «Mônica e a Sereia do Rio». AdoroCinema. Consultado em 28 de março de 2022 
  3. a b Filho, Rubens Ewald (14 de fevereiro de 1987). «Mônica, divertindo as crianças». A Tribuna. p. 65 (geral) ou 3 (AT Especial). Consultado em 27 de janeiro de 2022 
  4. a b c «Mônica e a Sereia do Rio». Cinemateca Brasileira. Consultado em 27 de janeiro de 2022. Cópia arquivada em 25 de janeiro de 2022 
  5. «Mônica e a Sereia do Rio: Elenco, atores, equipe técnica, produção». AdoroCinema. Consultado em 27 de janeiro de 2022. Cópia arquivada em 25 de janeiro de 2022 
  6. a b «Na tela, Mônica e a sereia Espíndola». Correio Braziliense. 6 de fevereiro de 1987. p. 17. Consultado em 27 de janeiro de 2022 
  7. Sousa, Mauricio de (2017). «26. Luz, câmera, ação e um problema atrás do outro». Mauricio: a história que não está no gibi. Rio de Janeiro: Sextante. ISBN 9788568377154 
  8. Miranda, Risoleta (17 de março de 1987). «"Mônica e a Sereia do Rio"». Diário do Pará. p. 32. Consultado em 27 de janeiro de 2022 
  9. «Um presente inesquecível». O Estado de S. Paulo. 3 de janeiro de 1988. p. 79 (geral) ou p. 7 (Estadinho). Consultado em 17 de janeiro de 2022 
  10. «Clássicos da Turma da Mônica». Folha de S.Paulo. 7 de dezembro de 1998. p. 8 (Ilustrada). Consultado em 17 de janeiro de 2022 
  11. a b Miranda, Risoleta (24 de março de 1987). «"Mônica e a Sereia do Rio"». Diário do Pará. p. 24. Consultado em 27 de janeiro de 2022 
  12. «Sereia no Rio, garoto no ar». Jornal do Brasil. 15 de fevereiro de 1987. p. 38 (geral) ou 5 (caderno B). Consultado em 27 de janeiro de 2022 
  13. Cândido, Flávio (2 de abril de 1987). «Nem tudo é Oscar». O Fluminense. p. 22. Consultado em 27 de janeiro de 2022 
  14. «É a vez da criançada no Festival de Gramado». Pioneiro. 27 de março de 1987. p. 22. Consultado em 27 de janeiro de 2022 
  15. Caetano, Maria do Rosario (27 de agosto de 1987). «Portas abertas para o prêmio de um milhão». Correio Braziliense. p. 30. Consultado em 27 de janeiro de 2022 
  16. «Eu, Walter Ego Khouri». Correio Braziliense. 3 de junho de 1987. p. 22. Consultado em 27 de janeiro de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]