México e as armas de destruição em massa – Wikipédia, a enciclopédia livre

México é um dos poucos países que tem capacidade técnica para a fabricação de armas nucleares.[1] No entanto, renunciou a cima delas e se comprometeu a usar somente a sua tecnologia nuclear para fins pacíficos, na sequência do Tratado de Tlatelolco, em 1968.[2] Na década de 70 o instituto nacional do México para a pesquisa nuclear avançou com sucesso à criação de urânio altamente enriquecido, que é usado em usinas nucleares e na construção de armas nucleares. No entanto, o país concordou em 2012 à rebaixar o urânio altamente enriquecido usado em suas usinas nucleares para urânio de baixo enriquecimento, o processo foi realizado com o apoio da Agência Internacional de Energia Atômica.[3][4] Não se sabe se o México já criou ou possuiu armas nucleares ou de qualquer outro tipo de armas de destruição em massa.

Energia nuclear no México através da história[editar | editar código-fonte]

O uso da energia nuclear no México não é algo novo. O país vem usando tecnologias, como raios-X desde o final do século XIX, a prova da utilização de várias radiações e radioisótopos para atividades médicas desde que existem na década de 20, prática que fortaleceu durante as próximas décadas, juntamente com o uso de cintilografias industriais. Dada a sua enorme importância, a investigação das ciências nucleares começou formalmente no final dos anos 40, com duas áreas de interesse: aplicações energéticas e não energéticas e no estudo das ciências nucleares.

A CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear do México) iniciou nove programas: física nuclear, educação e formação, seminários, reatores, radioisótopos, aplicações industriais para a energia nuclear, agronomia, genética e proteção radiológica.

Durante os anos 60, o projeto científico mais relevante no país foi a construção do Centro Nuclear de Salazar no estado do México, teve início em 1964. 2 anos mais tarde, o centro já possuía um acelerador de partículas Tandem Van de Graaff e em 1968 um TRIGA Mark III. Em 1972, o CNEN mudou seu nome para ININ (Instituto Nacional de Energia Nuclear). No entanto, independentemente do novo nome, seu objetivo continua o mesmo até hoje.[5]

Postura oficial de armas nucleares[editar | editar código-fonte]

Em 1961, o governo mexicano argumentou que o uso de armas nucleares não pode ser justificado sob o direito à auto-defesa na Carta das Nações Unidas.[6] 6 anos depois, o país iria assinar o Tratado de Tlatelolco em que o México e outros países latino-americanos concordaram em não fabricar armas nucleares e limitar a sua tecnologia nuclear apenas para fins pacíficos.[2][7]

Em 2000, o México foi uma das 7 nações à lançar uma declaração "Para um Mundo Livre de Armas Nucleares: A Necessidade de uma Nova Agenda", chamando de novas medidas para implementar as disposições do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares.[8]

Em abril de 2010, o governo mexicano teria chegado a um acordo para entregar seu urânio altamente enriquecido para os Estados Unidos.[3][4] Os Estados Unidos iriam ajudar a converter o urânio altamente enriquecido armazenado em instalações de pesquisa mexicanos em uma forma menos enriquecida e inadequada para armas, eliminando assim todo o urânio altamente enriquecido no México.[9] Mais tarde em março de 2012 Rachel Maddow informou que tudo o urânio altamente enriquecido havia sido removido do México.[10][11] No entanto, em outubro de 2010 o México assinou um contrato com o fornecedor de urânio russo Rosatom, a fim de fornecer urânio enriquecido para a usina nuclear mexicana Laguna Verde, que faz a afirmação de um país livre de urânio enriquecido completamente improvável.[12]

Em 2012, o México foi admitido no Grupo de Fornecedores Nucleares (GFN) como um Estado observador, que os Estados Unidos afirmaram como uma conquista na prevenção da proliferação nuclear.[13]

Referências

  1. «Nuclear Capabilities And Potential Around The World». NPR website. 13 de abril de 2010. Consultado em 13 de dezembro de 2013 
  2. a b «Text of the Treaty of Tlatelolco». Opanal.org. 27 de novembro de 1963. Consultado em 13 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 30 de abril de 2011 
  3. a b «Mexico to slash weapons-grade uranium». UPI.com. 13 de abril de 2010. Consultado em 13 de dezembro de 2013 
  4. a b «Russia and US to dispose of tonnes of surplus plutonium». BBC News. 13 de abril de 2010. Consultado em 13 de dezembro de 2013 
  5. «History». ININ. 23 de julho de 2013. Consultado em 13 de dezembro de 2013 
  6. Burroughs, John (1998). The Legality of Threat Or Use of Nuclear Weapons. [S.l.]: LIT Verlag Münster. p. 129 
  7. «Latin American and Caribbean Nuclear-Weapons-Free-Zone Treaty Nears Half-Century». International Atomic Energy Agency website. 15 de fevereiro de 2012 
  8. «Mexico and Six Other Countries Launch Declaration on Nuclear Weapon Free World». People's Daily (China). 25 de abril de 2000. Consultado em 13 de dezembro de 2013 
  9. «Obama: 'Real progress' at nuclear summit». CNN. 14 de abril de 2010. Consultado em 13 de dezembro de 2013 
  10. «Mexico». MSNBC. 21 de março de 2012 
  11. «NNSA Highly Enriched Uranium Removal Featured on The Rachel Maddow Show». Energy.Gov. US Department of Energy. 22 de março de 2012 
  12. «Russia's Nuclear Fuel Cycle». World Nuclear Association. 29 de novembro de 2013. Consultado em 13 de dezembro de 2013 
  13. «Ambassador Wayne Praises Mexico's Efforts to Prevent the Spread of Nuclear Weapons and Technology». Embassy of the United States in Mexico website. 25 de junho de 2012. Consultado em 14 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 18 de fevereiro de 2013