Método da variação de parâmetros – Wikipédia, a enciclopédia livre

O método da Variação de Parâmetros ou Método de Lagrange é usado para encontrar uma solução particular de uma equação diferencial não homogênea. Consiste em supor que as constantes (parâmetros) presentes na solução geral da equação homogênea associada são funções da variável independente e impor que esta nova função seja uma solução particular da EDO.

A principal vantagem do método está no fato dele ser um método geral, podendo ser aplicado a qualquer equação sem que se saiba inicialmente a forma da solução.[1]

Metodologia[editar | editar código-fonte]

O método consiste em obter a solução geral da equação homogênea associada e substituir as constantes presentes por duas funções e e impor que esta nova função seja solução particular da equação.[2]

A partir disto, determinar e e consequentemente a solução particular.

Etapas do método[editar | editar código-fonte]

Seja a EDO de 2ª ordem:

, (1)

em que p(t), q(t) e g(t) são contínuas em um intervalo aberto I.

  • Solução da EDO homogênea associada

Supor já ser conhecida uma solução geral da equação homogênea (2) associada à equação não homogênea (1).

Considerar que e formam um conjunto fundamental das soluções para a equação (2).

  • Variação dos parâmetros

O método consiste em supor que:

(3)

Derivando a função y em relação a t temos:

  • Impor uma condição

A condição que se deve impor é que a soma dos termos envolvendo e seja igual a zero. Para determinar u(t) e v(t) podemos impor esta condição pois após substituir na equação obtém-se uma única equação envolvendo alguma combinação de e e suas primeiras e segundas derivada.[3]

(4)

Derivando : (5)

  • Substituir as equações na EDO

Substituindo as equações (3), (4) e (5) em (1), obtemos:

Simplificando:

(6)

com

e

Como e são soluções da homogênea associada, seque que a equação (6) se reduz a:

Em suma, tem-se o seguinte sistema:

Este sistema possui solução única em e , pois o

Temos:

e

em que é o Wronskiano.

Daí,

e

Integrando as duas expressões, temos então[3]:

e

Logo, uma solução geral para a equação (1) é:

[4]

Exemplo[editar | editar código-fonte]

Seja a Equação diferencial ordinária (1.1).

Substituindo na EDO (1.1):

e

Logo, a solução da homogênea é com A e B constantes.

Substituir e

Logo, a solução particular será

Agora, deve-se derivar a equação acima em relação à variável t. Temos então:

A condição imposta será:

Dessa forma,

e

Substituindo o valor de e na EDO, temos:

Temos o sistema:

Resolvendo o sistema acima

e

Observe que o Wronskiano neste caso tem valor 1. Integrando as equações acima, temos:

e

Assim, uma solução geral para a equação diferencial (1.1) é:

Referências

  1. E. BOYCE, William; DIPRIMA, Richard C. (2006). Equações Diferenciais Elementares e Problemas de Valores de Contorno oitava ed. Rio de Janeiro: LTC. p. 101. ISBN 978-85-216-1499-9 
  2. E. BOYCE, William; DIPRIMA, Richard C. (2006). Equações Diferenciais Elementares e Problemas de Valores de Contorno oitava ed. Rio de Janeiro: LTC. p. 102. ISBN 978-85-216-1499-9 
  3. a b E. BOYCE, William; DIPRIMA, Richard C. (2006). Equações Diferenciais Elementares e Problemas de Valores de Contorno oitava ed. Rio de Janeiro: LTC. p. 103. ISBN 978-85-216-1499-9 
  4. «EDO-Método da Variação dos Parâmetros». Consultado em 28 de outubro de 2012 

Ver também[editar | editar código-fonte]