Pále – Wikipédia, a enciclopédia livre

Pále
Informação geral
Prática Esporte de combate
Foco Agarramentos
Dureza Contato pleno
Outras informações
Esporte olímpico Nos Jogos Olímpicos da Antiguidade a partir de 708 a.C.
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Pále (em grego: πάλη) também conhecido como wrestling grego, luta grega ou luta grega antiga, foi o esporte organizado mais popular na Grécia Antiga. Um ponto é marcado quando um jogador tocar o chão com suas costas, bater com a mão devido a uma submission hold ou for forçado a sair da área de luta. É preciso que sejam marcados três pontos para vencer o combate.

Uma situação particularmente importante nessa forma de luta era aquela em que um dos competidores estivesse caído de bruços, com o seu adversário em suas costas tentando estrangulá-lo. O atleta no solo iria tentar agarrar o braço do atleta de cima e colocá-lo em suas costas, enquanto o atleta de cima iria tentar completar o estrangulamento sem que rolasse para baixo.

Importância nos Jogos Olímpicos da Antiguidade[editar | editar código-fonte]

Foi adicionado em 708 a.C., na 18.ª olimpíada, e seu primeiro vencedor foi Euríbato da Lacônia.[1]

Durante as competições, os competidores foram divididos em pares, por um sorteio. Eles competiam em um formato de torneio eliminatório, até que um lutador pudesse ser coroado o vencedor. Este evento também fez parte do pentatlo.

A luta era considerada como a melhor expressão de força de todas as competições e foi representado mitologicamente por Héracles.

Lutadores famosos da Antiguidade[editar | editar código-fonte]

Milo de Crotona era um dos lutadores mais famosos deste período do tempo antigo. Em uma série de jogos, ninguém o desafiou, porém, como quando ele caminhou até a skamma, escorregou e caiu, foi hostilizado pelo público que alegou que ele não deveria ser coroado, porque caiu no chão. Milo contestou que deveria ser coroado, porque só tinha caído uma vez, duas a menos que as três vezes exigidas.[2] Ele venceu pela primeira vez na 62.a olimpíada (532 a.C.), vencendo a competição por seis vezes, além de seis vezes nos Jogos Píticos, dez vezes nos Jogos Ístmicos e nove vezes nos Jogos Nemeus.[1]

Leontisco de Messena também foi um campeão notável. Ele não era conhecido por suas boas técnicas de luta, mas por sua habilidade superior em dobrar o seu dedo. Ele era capaz de dobrá-lo até o ponto de desqualificação, e ganhou dois campeonatos com essa técnica.[2]

Regras[editar | editar código-fonte]

Estas são as regras do esporte antigo pále de acordo com as últimas pesquisas de Christopher Miller, professor da Highland Secondary School, em Dundas, Ontário, no Canadá. A pesquisa foi elaborada sob a supervisão do Dr. Nigel Crowther, da Universidade de Western Ontario:

  • Socos e chutes intencionais não são permitidos
  • Não é permitido dedos nos olhos ou morder, pois mesmo no pancrácio isto não é permitido
  • Fica a critério dos titulares dos jogos a permissão de torcer ou não os dedos com a intenção de forçar o adversário a admitir a derrota
  • Não é permitido apertar os genitais
  • São permitidos e fazem parte da disputa, todos os outros agarramentos que tenham o objetivo de persuadir o adversário a aceitar a derrota, seja por meio da dor ou do medo
  • As infrações serão punidas com chicotadas imediatas efetuadas pelo juiz, até que cesse o comportamento indesejável
  • Três pontos devem ser marcados para vencer a partida
  • Um ponto pode ser marcado de qualquer de três formas:
  1. Em qualquer momento que o adversário toque as costas no chão
  2. Pela batida com a mão feita pelo adversário, ou por alguma outra forma que deixe claro que ele admite a derrota por meio da dor ou do medo
  3. Quando o adversário fizer contato com o solo fora da área do combate, seja com qualquer parte de seu corpo, ou por ser levantado e lançado
  • Depois de marcar um ponto, deve ser dado ao oponente tempo para se levantar, e mais alguns momentos, antes que a luta prossiga
  • O combate inicia e termina ao sinal do árbitro
  • O árbitro pode parar a qualquer momento o combate se ele acreditar que um ponto foi marcado, porém os adversários podem continuar a lutar se desconhecerem que o ponto tenha sido marcado
  • O árbitro ou outros oficiais responsáveis pela competição (se outros oficiais estiverem presidindo) devem resolver qualquer conflito que os competidores tenham em relação à pontuação, e sua decisão será definitiva
  • A área de combate deve ser um grande quadrado, de 28,5 x 28,5 metros (um pletro: 100 pés gregos, a largura típica de uma pista de corrida), ou qualquer outro tamanho determinado pelos titulares dos jogos, e será constituída por areia ou terra
  • Os adversários devem começar o jogo no centro da área de combate, fora da distância de toque. A precisão dessa distância será a critério do árbitro
  • Todos os outros detalhes mais específicos ficam a critério dos oficiais que presidem os jogos
  • A luta ocorre em uma área conhecida como skamma (lit. lugar escavado).[3]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Eusébio de Cesareia, Crônica, As Olimpíadas Gregas, Uma lista desde a primeira olimpíada até a 247a quando Antonino, filho de Severo, era imperador dos romanos [em linha]
  2. a b Martin, 50
  3. Miller, Stephen G. (2004). Ancient Greek Athletics. New Haven: Yale University Press. p. 49. ISBN 9780300100839