Lusofobia – Wikipédia, a enciclopédia livre

Lusofobia ou antilusitanismo, seu sinónimo,[1] consiste na hostilidade contra Portugal, contra o povo português ou a língua portuguesa e a cultura de Portugal.

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Assim como "lusitano", a palavra "lusofobia" deriva da Lusitânia, a antiga província romana que compreendia o que é atualmente o Centro e o Sul de Portugal, enquanto "fobia" que significa "medo de". O conceito é oposto lusofilia.

Contexto histórico[editar | editar código-fonte]

Brasil[editar | editar código-fonte]

No século XIX e já no século XVIII na Guerra dos Mascates,[1] o termo foi algumas vezes usado para descrever o sentimento nacionalista do Brasil, com políticos liberais e jacobinistas do Rio de Janeiro e Pernambuco advogando pela redução do envolvimento dos imigrantes portugueses na economia local, embora curiosamente quase todos fossem descendentes luso-brasileiros.[2]

Logo após a abdicação de D. Pedro I do Brasil em 1831, em favor de seu filho Pedro II do Brasil, os negros pobres, incluindo os escravos, encenaram motins antiportugueses nas ruas das grandes cidades do Brasil.[3]

Exemplos modernos[editar | editar código-fonte]

Reino Unido[editar | editar código-fonte]

Em 2007, três anos após o desaparecimento da menina britânica Madeleine McCann na Praia da Luz, na região do Algarve, no sul de Portugal, muitos meios de comunicação do Reino Unido escreveram artigos altamente críticos que foram descritos como tendo "um toque de xenofobia arrogante".[4] Apesar de alguns meios de comunicação terem tentado fomentar algum sentimento antiportuguês com ideias como boicotar Portugal como destino de férias para britânicos,[5] isto não foi refletido na opinião pública em geral, visto que um número recorde de turistas provenientes do Reino Unido visitaram Portugal após o acontecimento.[6][7] Considerado um recorde, as estimativas eram de 2 milhões de turistas britânicos em férias no território português em 2007.[8] Notáveis ​​artigos antiportugueses escritos por Tony Parsons[9] receberam um número recorde de queixas a Press Complaints Commission neste ano.[10][11]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Jacobinismo, Antilusitanismo e Identidade Nacional na República Velha, por João Júlio Gomes dos Santos Júnior, Historiæ, Rio Grande, 2 (2): 89-106, 2011
  2. Mosher, Jeffrey C. "Political Mobilization, Party Ideology, and Lusophobia in Nineteenth-Century Brazil: Pernambuco, 1822-1850" Hispanic American Historical Review - 80:4, November 2000, pp. 881-912
  3. «Rebelions in Bahia». Consultado em 10 de agosto de 2014. Arquivado do original em 21 de novembro de 2011 
  4. Berlins, Marcel (10 de setembro de 2007). «Media have rushed to judge Portuguese police». London: The Guardian. Consultado em 10 de setembro de 2007 
  5. Don't go to Portugal for your holiday
  6. Algarve Tourism Board: Increase of UK tourists is the answer to the boycott appeal from Telegraph. Gazeta Digital
  7. Região de Turismo do Algarve: Aumento do número de turistas britânicos é a resposta ao boicote do Telegraph[ligação inativa]
  8. "Caso Madeleine" não tem efeito negativo em ano com número recorde de turistas britânicos
  9. OH, UP YOURS, SENOR
  10. Press Complaints At All Time High
  11. PCC complaints hit record high