Luísa de Jesus – Wikipédia, a enciclopédia livre

Luísa de Jesus
Nascimento 10 de dezembro de 1748
Figueira de Lorvão
Morte 1 de julho de 1772
Coimbra

Luísa de Jesus (Figueira de Lorvão, 10 de dezembro de 1748[1]Coimbra, 1 de julho de 1772), foi a última mulher executada em Portugal.

Foi executada aos 22 anos de idade por ter assassinado 33 expostos, ou seja, bebés abandonados, que ela ia buscar à "roda" de Coimbra, umas vezes usando o seu nome verdadeiro, outras usando um nome falso, apenas com o intuito de se apoderar do enxoval da criança e embolsar os 600 réis que eram dados de cada vez que se ia buscar uma criança.[2]

A ré só confessou a autoria de 28 homicídios. Foi "atenazada" (mortificada, mais concretamente queimada com uma tenaz em brasa), conduzida pelas ruas de Lisboa até ao lugar da forca, com um baraço ao pescoço (garrote ou corda de forca) e um pregão (funcionário incumbido de apregoar publicamente os pormenores da sua condenação e dos crimes que cometeu).[2] Uma vez chegada ao lugar da forca, cortaram-lhe as mãos[3] e foi garrotada até morrer.[2] Posteriormente, o seu cadáver foi queimado[2], para que não fosse possível sepultar os seus restos mortais.[3]

Origens[editar | editar código-fonte]

Excerto da «Sentença Proferida na Casa de Suplicação contra a Ré Luísa de Jesus»

Luísa de Jesus nasceu no seio de uma família de modesta condição, em Figueira do Lorvão, actualmente pertencente à freguesia de Penacova, se bem que na altura se encontrava sob a alçada do concelho de Coimbra.[2] Era filha de Manoel Rodrigues (também grafado sob a abreviatura «Roiz») e de Marianna Rodrigues, primos direitos.[2] Luísa não usava o apelido dos pais, prática relativamente comum, à época, entre a gente do povo de baixa condição social, por não haver qualquer imposição legal nesse sentido.[2]

Luísa trabalhara como almocreve, comprando e vendendo mercadorias, entre a cidade de Coimbra e a aldeia de Gavinhos ou entre toda a freguesia de Figueira do Lorvão.[2]

Ainda jovem, casou-se com Manoel Gomes, o qual, porém, na pendência do processo judicial, já teria desaparecido da sua vida.[2]

Referências

  1. CERTIDÃO. Inscrição do batismo de Luísa de Jesus
  2. a b c d e f g h i «Luísa de Jesus confessou ter assassinado 28 crianças. Talvez seja a única "serial killer" portuguesa». Jornal Expresso. Consultado em 30 de janeiro de 2023 
  3. a b Esteves, Rita Peixeiro Lopes (2018). Crime no Feminino - Caso de Luíza de Jesus. Lisboa: Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. p. 18-38 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

OLIVEIRA, António Braz de, (apresentação e notas de), As execuções capitais em Portugal num curioso manuscrito de 1844, Separata da Revista da Biblioteca Nacional, nº1, 1982, p. 116.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]