Legio I Adiutrix – Wikipédia, a enciclopédia livre

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Legio I Adiutrix

Mapa do Império Romano em 125, na época do imperador Adriano, mostrando a LEGIO I ADIUTRIX acampada às margens do rio Danúbio, em Brigécio (moderna Szöny, na Hungria), na província da Panônia Inferior, entre 86 até pelo menos 344.
País Império Romano
Corporação Legião romana (Mariana)
Missão Infantaria (com alguma cavalaria de apoio)
Denominação I Adiutrix Pia Fidelis
Criação 68 d.C. até pelo menos 344
Patrono Galba
Mascote Capricórnio
História
Guerras/batalhas Primeira Batalha de Bedríaco (69)
Revolta dos Batavos (70)
Campanha germânica de Domiciano (83–85)
Campanha suevo-sármata de Domiciano (89 97)
Guerras Dácias de Trajano (105–106)
Campanha parta de Trajano (115–117)
Guerras marcomanas (166–180)
Ano dos cinco imperadores (193)
Guerras romano-partas (195–243)
Vexillationes da Legio XI participaram de muitas outras campanhas.
Comando
Comandantes
notáveis
Otão
Galba
Domiciano
Trajano
Marco Aurélio
Pertinax
Sétimo Severo
Caracala
Gordiano III
Sede
Guarnições Roma (58–?)
Mogoncíaco (? 83/6)
Brigécio, Panônia Inferior (86–344)

Legio prima Adiutrix ou Legio I Adiutrix ("Primeira legião Auxiliadora")[1] foi uma legião do exército imperial romano fundada em 68 d.C., possivelmente por Galba na época de sua revolta contra o imperador Nero (r. 54–68). O último registro oficial mencionando a Adiutrix é de 344, quando ela ainda estava estacionada em Brigécio (moderna Szöny, Hungria), na província romana da Panônia Inferior. Seu emblema era o capricórnio[2], que aparecia junto com o cavalo-alado Pégaso. Nos elmos dos legionários estava um golfinho[2].

Origem[editar | editar código-fonte]

Esta legião provavelmente se originou da antiga Legio I Classica, arregimentada por Nero entre a infantaria da Classis Misenensis e que foi depois completada por Galba. Originalmente sua base era perto de Roma.

Ano dos quatro imperadores[editar | editar código-fonte]

No confuso ano dos quatro imperadores (69), a Adiutrix lutou no exército de Otão na Primeira Batalha de Bedríaco, na qual ele foi derrotado pelo também usurpador Vitélio[3], que foi quem ordenou que a legião fosse transferida para a Hispânia[4]. Porém, ela reaparece em 70 lutando na Revolta dos Batavos.

Mogoncíaco[editar | editar código-fonte]

A cidade de Mogoncíaco (moderna Mogúncia, na Alemanha) foi o primeiro acampamento conhecido da I Adiutrix, compartilhado com a XIV Gemina. Seu papel ali era basicamente o de realizar obras civis. Em 83, a legião lutou na campanha germânica contra os catos, uma tribo germânica que vivia além do Reno, sob a liderança do imperador Domiciano. Depois disto, a I Adiutrix foi transferida para o exército romano que vigiava a província da Panônia Inferior para lutar contra os dácios.

Legio I Adiutrix Pia Fidelis[editar | editar código-fonte]

Denário de Sétimo Severo celebrando a I Adiutrix.

Depois do assassinato de Domiciano em 96, a I Adiutrix, junto com o resto do exército do Danúbio, exerceu uma importante influência na política imperial, forçando Nerva a adotar Trajano como seu sucessor. Quando ascendeu ao trono, Trajano concedeu à legião o cognome Pia Fidelis ("Leal e fiel"), um reconhecimento pelo apoio[5]. Entre 101 e 106, sob o comando do novo imperador, a I Adiutrix, juntamente com a IV Flavia Felix e a XIII Gemina, conquistou a Dácia e ocupou a recém-formada província. Trajano também utilizou a I Adiutrix em sua campanha contra a Pártia (115–117), mas ela acabou sendo enviada de volta para a Panônia pelo sucessor dele, Adriano, para uma nova base chamada Brigécio.

Durante as próximas décadas, a I Adiutrix permaneceu na fronteira do Danúbio. Sob o comando de Marco Aurélio (r. 161–180), lutou contra os marcomanos sob o comando de Marco Valério Maximiano. Entre 171 e 175, seu comandante foi Pertinax, que foi imperador por um breve período no ano dos cinco imperadores (193). Quando Sétimo Severo tornou-se imperador, a I Adiutrix estava entre as legiões que se aliaram a ele e teve a honra de marchar até Roma.

Nas décadas seguintes, a base principal da I Adiutrix voltou a ser a Panônia, a partir de onde ela teve um papel importante nas diversas guerras romano-partas, principalmente nas campanhas de 195 e 197–198 de Sétimo Severo, a campanha de 215–217 de Caracala e a de 244 liderada por Gordiano III.

É bastante provável que vexillationes da Legio I Adiutrix tenham participado da Batalha de Mediolano.

Esta legião recebeu ainda o cognome Pia Fidelis Bis ("Duas vezes leal e fiel") e Constans ("confiável"), em algum momento no século III.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Grandes Impérios e Civilizações: Roma - Legado de um império. 1.ed. Madri: Ediciones del Prado, 1996. pp.112 p.. 2 v. v. 1 ISBN 84-7838-740-4 (em castelhano)
  2. a b L.J.F. Keppie, The Origins and Early History of the Second Augustan Legion, in L.J.F. Keppie, Legions and Veterans: Roman Army Papers 1971-2000, Stuttgart, 2000, p. 128. (em inglês)
  3. Tácito, História II 43.1.
  4. Tácito, História III 44.
  5. ILS 1029, 1061, etc.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Legio I Adiutrix
  • Tácito, "Histórias"
  • J.B. Campbell, art. Legio, in NP 7 (1999), klm. 7-22.
  • L.J.F. Keppie, The Origins and Early History of the Second Augustan Legion, in L.J.F. Keppie, Legions and Veterans: Roman Army Papers 1971-2000, Stuttgart, 2000, pp. 123–160.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]