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Ruínas romanas em Lambésis

Lambésis[1] (ou Lambésa, Lambaesa ou Lambessa; em latim: Lambaesis) é uma antiga cidade romana em ruínas na Argélia, 11 km a sudeste de Batna e 27 km a oeste de Timgad, próxima à moderna vila de Tazoult.[2]

Ruínas[editar | editar código-fonte]

As ruínas da cidade romana e, mais especificamente, do acampamento romano, à despeito do vandalismo, estão entre as mais interessantes no norte da África. As ruínas se localizam aos pés dos Orés e consistem de arcos triunfais (um dedicado a Sétimo Severo, outro a Cômodo), templos, aquedutos, vestígios de um anfiteatro, termas e uma imensa quantidade de restos de casas particulares. Ao norte e a leste estão grandes cemitérios com algumas das lápides em seus lugares originais. A oeste está uma área similar, de onde, porém, as lápides foram removidas para servirem na construção do vilarejo moderno.[2]

Do tempo de Esculápio, apenas uma coluna continua de pé, embora no meio do século XIX, sua fachada ainda estava inteira. O templo dedicado à Júpiter, Juno e Minerva, hoje livre de entulho, tem um pórtico com oito colunas. A pouco mais de 1 km do centro da antiga cidade está o acampamento, num lugar hoje parcialmente ocupado pela penitenciária e seus jardins. Ele mede 500 x 450m e no centro estão as ruínas popularmente chamadas, incorretamente, de pretório. Este nobre edifício, que data de 268 d.C., tem 28 x 20m, com 15m de altura.[2]

O pretório de Lambésis

Atrás deste edifício (que era coberto), está uma grande praça que dá acesso aos outros edifícios, como o arsenal.[desambiguação necessária] Nele já foram encontrados milhares de projéteis. Ao sul estão os restos dos banhos. De maneira geral, as ruínas já revelaram muitas inscrições romanas (Renier editou 1 500 e há 4 185 no CIL viii) e, embora a grande maioria seja de epitáfios dos mais simples, os exemplos mais importantes são os que nos permitem traçar uma história do local, sendo que mais de 2500 inscrições sobre o acampamento já foram decifradas.[2]

A um pouco mais de 3 km ao sul de Lambessa estão as ruínas de Markuna, a antiga Verecunda, incluindo também arcos triunfais.[2]

História[editar | editar código-fonte]

Lambésa teve uma fundação militar. Acampamento de uma legião romana (a Legio III Augusta) parece ter se estabelecido ali entre 123 e 129 d.C., no tempo do imperador Adriano, cujo discurso aos seus soldados foi encontrado numa inscrição em um pilar no segundo campo, a oeste do grande acampamento ainda existente. Porém, outras evidências sugerem que ela foi formada durante as guerras púnicas.

A legião foi removida por Gordiano I, mas restaurada por Valeriano e Galiano. Ela não deixaria definitivamente a cidade até 392 d.C., o que levou ao declínio da cidade. Ela nunca se tornou uma sé episcopal e não se encontraram inscrições cristãs entre as ruínas.

Referências

  1. Cunha 2003, p. 91.
  2. a b c d e «Lambessa» (em inglês). Encyclopædia Britannica (11ª edição). Consultado em 2 de janeiro de 2011 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Cunha, Mário de Sousa (2003). Márco Aurélio: Diis Manibus : [romance histórico]. [S.l.]: Esquilo. ISBN 9728605293 
  • S. Gsell, Les Monuments antiques de l'Algerie (Paris, 1901) and L'Algérie dans l'antiquité (Algiers, 1903) (em francês)
  • L. Renier, Inscriptions romaines de l'Algérie (Paris, 1855) (em francês)
  • Gustav Wilmann, "Die rm. Lagerstadt Afrikas", em Commentationes Phil. in honoreni Th. Mommseni (Berlin, 1877) (em alemão)
  • Sir L. Playfair, Travels in the Footsteps of Bruce (London, 1877) (em inglês)
  • A. Graham, Roman Africa (London, 1902) (em inglês)

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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