Lúcio Valério Publícola – Wikipédia, a enciclopédia livre

Lúcio Valério Publícula
Tribuno consular da República Romana
Tribunato 394 a.C.
389 a.C.
387 a.C.
383 a.C.
380 a.C.

Lúcio Valério Publícula (em latim: Lucius Valerius Poplicola) foi um político da gente Valéria nos primeiros anos da República Romana, eleito tribuno consular por cinco vezes, em 394, 389, 387, 383 e 380 a.C.. É descendente de Públio Valério Publícola, cônsul em 475 a.C..

Primeiro tribunato consular (394 a.C.)[editar | editar código-fonte]

Em 394 a.C. foi eleito com Marco Fúrio Camilo, Caio Emílio Mamercino, Espúrio Postúmio Albino Regilense, Públio Cornélio Cipião e Lúcio Fúrio Medulino (cônsul em 413 a.C.)[1]. A Fúrio Camilo foi encarregada a campanha contra os faliscos que acabou com a rendição de Falérios à Roma[2]. Camilo aproveitou a oportunidade para desviar a atenção dos difíceis conflitos sociais que assolavam cidade focando a população num único conflito externo. Ele cercou Falérios e, depois de rejeitar como imoral a proposta de um professor local de entregar a maior parte das crianças locais aos romanos, os falérios ficaram muito agradecidos e juraram lealdade aos romanos<[3].

A Caio Emílio e Espúrio Postúmio foi encarregada a campanha contra os équos. Os dois tribunos, depois de haver derrotado os inimigos em uma batalha campal, decidiram que, enquanto Caio Emílio ficaria responsável por Verrugine, Postúmio seguiria saqueando o território dos équos. Mas os romanos, durante esta ação, foram surpreendidos e derrotados por um ataque dos équos. Apesar da derrota e do fato de muitos soldados da guarnição de Verrugine estarem refugiados em Túsculo temendo um novo ataque dos équos, Postúmio conseguiu reorganizar o exército e obteve vitória completa contra os équos[4].

Segundo tribunato consular (389 a.C.)[editar | editar código-fonte]

Em 389 a.C., foi eleito novamente, desta vez com Lúcio Vergínio Tricosto, Públio Cornélio, Aulo Mânlio Capitolino, Lúcio Emílio Mamercino e Lúcio Postúmio Albino Regilense[5].

Durante seu mandato, os romanos, liderados por Marco Fúrio Camilo, nomeado ditador pela terceira vez, derrotou os volscos, que se renderam depois de setenta anos de guerra[6], os équos e os etruscos, que estavam cercando a cidade aliada de Sutri[7]. Lúcio Emílio Fúrio Camilo ficou no comando de um contingente de soldados estacionados em Veios para enfrentar um eventual ataque etrusco enquanto o ditador conduzia a campanha[7]. Aulo Mânlio ficou responsável pelo comando da defesa de Roma[7].

Terceiro tribunato consular (387 a.C.)[editar | editar código-fonte]

Dois anos depois, foi novamente eleito, com Lúcio Papírio Cursor, Lúcio Emílio Mamercino, Cneu Sérgio Fidenato Cosso e Licínio Menênio Lanato[8].

Os tribunos da plebe responderam à questão do assentamento do Pântano Pontino, tomado dos volscos, e criaram quatro novas tribus, Stellatina, Tromentina, Sabatina e Arniense, elevando o número total de tribos a vinte e cinco[8].

Quarto tribunato consular (383 a.C.)[editar | editar código-fonte]

Em 383 a.C., foi eleito pela quarta vez, com Sérvio Sulpício Rufo, Lúcio Emílio Mamercino, Aulo Mânlio Capitolino, Lúcio Lucrécio Tricipitino Flavo e Marco Trebônio[9].

Em Roma chegaram diversas notícias de revoltas, dos sobreviventes volscos, dos prenestinos, outra entre os habitantes de Lanúvio, contra os quais foi declarada a guerra, mas que não pôde ser travada naquele ano por conta de mais uma epidemia e da fome resultante que se abateu sobre Roma[9].

Quinto tribunato consular (380 a.C.)[editar | editar código-fonte]

Em 380 a.C., foi eleito, segundo os Fastos Capitolinos, com Caio Sulpício Pético, Sérvio Cornélio Maluginense, Cneu Sérgio Fidenato Cosso, Licínio Menênio Lanato, Lúcio Emílio Mamercino, Tibério Papírio Crasso, Lúcio Papírio Crasso (ou Mugilano) e Públio Valério Potito Publícola. Lívio[10] nomeia seis cônsules para o ano: Lúcio e Públio Valério, o primeiro pela quinta vez e o segundo, pela terceira, Caio Sérgio, pela terceira vez, Licínio Menênio, pela segunda vez, e depois Públio Papírio e Sérvio Cornélio Maluginense.

O ano foi marcado pela disputa entre patrícios e plebeus sobre a questão dos cidadãos romanos caídos em escravidão por dívidas. Deste conflito se aproveitaram os prenestinos, que chegaram até a Porta Colina. Para tratar de derrotar o inimigo externo, mas ainda assim limitando os poderes dos tribunos da plebe, o Senado nomeou ditador Tito Quíncio Cincinato Capitolino, que levou os romanos à vitória[11].

Ver também[editar | editar código-fonte]

Tribuno consular da República Romana
Precedido por:
Públio Cornélio Cipião

com Lúcio Fúrio Medulino V
com Cesão Fábio Ambusto III
com Públio Cornélio Maluginense Cosso
com Quinto Servílio Fidenato
com Marco Valério Latucino Máximo

Marco Fúrio Camilo III
394 a.C.

com Lúcio Fúrio Medulino VI
com Caio Emílio Mamercino
com Lúcio Valério Publícola
com Espúrio Postúmio Albino Regilense
com Públio Cornélio Cipião II

Sucedido por:
Lúcio Lucrécio Tricipitino Flavo

com Sérvio Sulpício Camerino

Precedido por:
Quinto Fábio Ambusto

com Quinto Sulpício Longo
com Cesão Fábio Ambusto IV
com Quinto Servílio Fidenato IV
com Numério Fábio Ambusto II
com Públio Cornélio Maluginense II

Lúcio Valério Publícola II
389 a.C.

com Lúcio Vergínio Tricosto
com Públio Cornélio I
com Aulo Mânlio Capitolino
com Lúcio Emílio Mamercino II
com Lúcio Postúmio Albino Regilense

Sucedido por:
Tito Quíncio Cincinato Capitolino

com Lúcio Júlio Julo
com Lúcio Lucrécio Tricipitino Flavo II
com Quinto Servílio Fidenato V
com Lúcio Aquilino Corvo
com Sérvio Sulpício Rufo

Precedido por:
Tito Quíncio Cincinato Capitolino

com Lúcio Júlio Julo
com Lúcio Lucrécio Tricipitino Flavo II
com Quinto Servílio Fidenato V
com Lúcio Aquilino Corvo
com Sérvio Sulpício Rufo

Lúcio Papírio Cursor
387 a.C.

com Lúcio Emílio Mamercino III
com Lúcio Valério Publícola III
com Licínio Menênio Lanato
com Cneu Sérgio Fidenato Cosso

Sucedido por:
Marco Fúrio Camilo IV

com Lúcio Horácio Púlvilo
com Sérvio Cornélio Maluginense
com Quinto Servílio Fidenato VI
com Lúcio Quíncio Cincinato Capitolino
com Públio Valério Potito Publícola

Precedido por:
Sérvio Cornélio Maluginense II

com Públio Valério Potito Publícola II
com Marco Fúrio Camilo V
com Sérvio Sulpício Rufo II
com Caio Papírio Crasso
com Tito Quíncio Cincinato Capitolino II (III?)

Sérvio Sulpício Rufo III
383 a.C.

com Lúcio Emílio Mamercino IV
com Aulo Mânlio Capitolino III
com Lúcio Lucrécio Tricipitino Flavo III
com Lúcio Valério Publícola IV
com Marco Trebônio

Sucedido por:
Lúcio Papírio Crasso

com Espúrio Papírio Crasso
com Caio Sulpício Camerino
com Sérvio Cornélio Maluginense III
com Quinto Servílio Fidenato
com Lúcio Emílio Mamercino V

Precedido por:
Lúcio Fúrio Medulino Fuso

com Marco Fúrio Camilo VI
com Lúcio Lucrécio Tricipitino Flavo IV
com Aulo Postúmio Albino Regilense
com Marco Fábio Ambusto
com Lúcio Postúmio Albino Regilense

Sérvio Cornélio Maluginense IV
380 a.C.

com Lúcio Valério Publícola V
com Cneu Sérgio Fidenato Cosso III
com Licínio Menênio Lanato II
com Públio Valério Potito Publícola III
com Lúcio Papírio Crasso ou Mugilano
com Cneu Sérgio Fidenato Cosso
com Tibério Papírio Crasso

Sucedido por:
Públio Mânlio Capitolino

com Lúcio Júlio Julo II
com Caio Sestílio
com Marco Albínio
com Lúcio Antíscio
com Caio (ou Cneu) Mânlio Vulsão
com Públio Trebônio
com Caio Erenúcio?


Referências

Bibliografia[editar | editar código-fonte]