Lúcio Cornifício – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Não confundir com o governador da Ilíria Quinto Cornifício.
Lúcio Cornifício
Cônsul da República Romana
Consulado 35 a.C.

Lúcio Cornifício (em latim: Lucius Cornificius) foi um político da gente Cornifícia da República Romana nomeado cônsul em 35 a.C. com Sexto Pompeu. Por seu pronome, provavelmente era filho do Lúcio Cornifício que foi o acusador de Tito Ânio Papiano Milão.

Carreira[editar | editar código-fonte]

Campanha de 38 a.C. da Revolta Siciliana.
  Território de Sexto Pompeu (territórios passados a Otaviano e Menodoro antes da guerra estão pintados de rosa e bege);
— Ações de Otaviano e seus almirantes;
— Ações dos almirantes de Sexto Pompeu.

Cornifício foi tribuno da plebe em 43 a.C.[1] e foi o responsável pela acusação de Marco Júnio Bruto no tribunal que julgou os assassinos de Júlio César, um marco na aplicação da Lex Pedia. Em 38 a.C., Otaviano lhe entregou o comando da frota que enfrentou Sexto Pompeu durante a Revolta Siciliana e Cornifício se destacou por suas habilidades militares nas batalhas travadas nas costas da Sicília, chegando inclusive a capturar o nau capitânea de Demócares, o almirante da frota pompeiana.

Dois anos depois, assumiu o comando de parte de um exército que desembarcou na Sicília e conseguiu enfrentar com sucesso a difícil missão de levar suas tropas, compostas por três legiões, sãs e salvas de Tauromênio até Milas, onde estava o exército de Marco Vipsânio Agripa depois de romper um cerco de tropas pompeianas. Pelos serviços prestados, foi nomeado cônsul em 35 a.C. com Sexto Pompeu.[2] Seguindo o costume da época, abdicou na metade do mandato e assumiu o governo da África, provavelmente como procônsul,[3] cargo que ocupou até 32 a.C., quando, já de volta a Roma, celebrou um triunfo em 3 de dezembro.[4]

Conta-se que Cornifício se considerava no direito, por ter salvo a vida de seus soldados na Sicília, de se locomover até sua casa em Roma montado num elefante cada vez que jantava fora. Como outros generais de Augusto, foi compelido a investir parte de seu patrimônio para embelezar a cidade e construiu o Templo de Diana, no monte Aventino.[5][6][7][8][9]

A ele é atribuída a obra "Rhetorica ad Herennium",[10] mas é possível também que ela tenha sido obra de Quinto Cornifício, o Jovem, ou outro membro da família.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Cônsul da República Romana
Precedido por:
Lúcio Nônio Asprenas (suf.)

com Quinto Márcio Crispo (suf.)

Lúcio Cornifício
35 a.C.

com Sexto Pompeu
com Públio Cornélio Dolabela (suf.)
com Tito Peduceu (suf.)

Sucedido por:
Marco Antônio II

com Lúcio Escribônio Libão


Referências

  1. Broughton, p. 339
  2. Broughton, p. 404
  3. Broughton, p. 411
  4. Broughton, p. 418
  5. Plutarco; Vidas Paralelas, Brutus 27
  6. Apiano, De bellis civilibus V 80, 86, 111-115
  7. Dião Cássio, História Romana, XLIX 5-7, 18
  8. Veleio Patérculo, História Romana II 79
  9. Suetônio, As Vidas dos Doze Césares, Augusto 29
  10. Quintiliano, Institutio oratoria III 1 § 21, IX 3 §§ 89, 98

Bibliografia[editar | editar código-fonte]